380 moradores são “mapeados” em ação no Vida Nova Prudente
60 alunos dos cursos da Saúde da Unoeste estiveram neste domingo (6), em uma ação de territorialização para a ESF do bairro

Cerca de 60 estudantes dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia e Fonoaudiologia percorreram as ruas do bairro Vida Nova Presidente Prudente (Pacaembu), em Presidente Prudente, em um trabalho de “territorialização” na manhã deste domingo (6). Em duplas, os alunos visitaram casa por casa para fazer entrevistas e produzir um levantamento sobre as pessoas atendidas pela ESF (Estratégia Saúde da Família) do bairro. Ao todo, 380 pessoas foram mapeadas.
Apesar da chegada de uma frente fria fraca – Presidente Prudente teve mínimas de 17º C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia –, muitos moradores atenderam os alunos para responder um questionário que traça um perfil dos possíveis pacientes a serem acompanhados pela unidade.
O formulário trazia questões sobre a quantidade de moradores em cada imóvel, a presença de pessoas acamadas, quais as doenças pré-existentes (como hipertensão e diabetes, por exemplo), se havia moradores com a necessidade de insulina e se algum deles era autista.
Essa ação é uma parceria entre a universidade e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). “A gente precisa cadastrar cada família e os indivíduos de cada família. Hoje a gente classifica o Vida Nova como “bairro dormitório”, que a gente não consegue encontrar os moradores durante semana. Por isso, estamos fazendo essa força-tarefa no domingo. A gente quer entender qual o nosso território, onde a gente precisa investir mais: saúde da criança e do adolescente, idoso, gestante...”, explica a coordenadora das UBSs e ESFs em Presidente Prudente, Danielle Pinho.
Um dos moradores que responderam ao questionário foi o preparador de carros Murilo da Silva Avelino. Ele foi comunicado pelo grupo do bairro que as equipes estariam por lá – e enquanto respondia às perguntas, também aproveitou para avisar parentes que vivem no Vida Nova Prudente para também atenderem os estudantes. “Se não fosse no domingo, a gente não ia ser encontrado em casa, pois durante a semana, estamos trabalhando”, diz.
Com o apoio das equipes da prefeitura, os alunos se dividiram pelas quadras do bairro para aplicar os questionários – e os resultados eram atualizados em tempo real, na unidade.
“O aluno está trabalhando de forma multiprofissional aqui. A ideia é que eles conheçam como as pessoas vivem, como as pessoas se organizam dentro das casas. Pois a saúde que a gente vive é reflexo de como a gente se organiza. Tem essa experiência faz com que eles consigam fazer novas conexões conforme vão apreendendo coisas mais profundas ao longo do curso”, explica a coordenadora dos cursos de Enfermagem e Fonoaudiologia, Dra. Larissa Sapucaia Ferreira Esteves.
Contato com o público
Para os alunos, também foi uma oportunidade de vencer a timidez. “Eu sou tímida, mas na hora a gente desenrola. Eu acho que é importante para quem está no 1º termo como eu. A gente vai conhecendo como atuar na nossa área”, conta a estudante Larissa dos Santos Ferreira, estudante de Biomedicina.
“É bom que a gente sai da nossa bolha, né? Eu não moro aqui em Presidente Prudente, então com a atividade eu consigo entender qual é a realidade da população”, explica a estudante do 1º termo de Enfermagem, Kemily Eduarda Cordeiro de Souza, natural de Tarabai.
Experiência enriquecedora também para a estudante Mariane Moura, também do 1º primeiro de Enfermagem. “Eu moro aqui em Presidente Prudente, mas ainda não conhecia esse bairro. É bom para ter contato com as pessoas”, conta.
Quem já participou de outras atividades que permitiram esse contato com o público também destaca a importância dessa vivência.
“É legal porque você tem o feedback da população de áreas diferentes, tanto dos bairros mais desenvolvidos quanto menos desenvolvidos. E esse contato com a população é bom para o desenvolvimento pessoal, pois alguns estudantes nem imaginam a realidade em locais diferentes de onde eles moram. Além disso, permite o entrosamento dos alunos”, explica o estudante do 3º termo de Biomedicina, Oliveira Pereira de Souza Neto.
Como funciona a ESF?
A ESF Vida Nova Prudente foi inaugurada em setembro de 2024. Segundo informações divulgadas pela prefeitura, a construção do imóvel foi executada pela Pacaembu Construtora, como contrapartida exigida pela administração municipal, enquanto todo o mobiliário, servidores e a operacionalização do serviço ficaram a cargo da Secretaria Municipal de Saúde.
O prédio abriga equipes de saúde da família, composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes de saúde da família, além de outros profissionais e equipes de apoio.
Segundo o Ministério da Saúde, esse modelo tem “foco na atenção primária (conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde) e no cuidado contínuo e integrado, abrangendo todas as categorias de saúde”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste