Desafios da inclusão exigem investir em processos formativos
Pesquisa reforça essa necessidade ao analisar estudos sobre formação docente em relação a autistas na educação infantil

Em pesquisa sobre processos formativos e a inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na educação infantil, dentre os resultados encontrados está a necessidade de investimentos para professores e tutores lideram com os desafios.
O estudo da pedagoga, com especialização na área de neuropsicologia clínica, Daniela Ferreira Severino Neves foi desenvolvido mediante a análise de três outros estudos sobre o mesmo tema, mas com focos diferentes.
Três outros estudos
Um sobre a compreensão dos processos formativos e que analisou 14 artigos científicos, com a conclusão da existência de lacuna de formação para a prática pedagógica que atenda essa necessidade.
Outro estudo analisado foi sobre as experiências e desafios de professoras da educação infantil, com aplicação de questionário para 32 e cujas respostas incluiu estratégias, manejo de comportamentos, comunicação, interação e flexibilização escolar.
O terceiro estudo, com os 32 profissionais participantes, foi voltado para identificar os desafios enfrentados por professoras e tutoras na inclusão e desenvolver intervenções formativas para aprimorar suas práticas pedagógicas.
As abordagens foram sobre estratégias como comunicação alternativa, estruturação de rotinas visuais, planejamento semanal e elaboração de Planos Educacionais Individualizados (PEIs).
Os resultados indicaram melhorias significativas no engajamento dos estudantes, redução de comportamentos disruptivos e maior segurança das educadoras, evidenciando a efetividade da tematização da prática e qualificação docente.
Conforme Daniela, os três estudos convergem na identificação da necessidade de formação continuada para os professores da educação infantil, enfatizando a tematização da prática pedagógica como recurso essencial.
O sentido de condição essencial é relacionado à transformação das práticas pedagógicas e a construção de um ambiente escolar inclusivo e equitativo para estudantes do ensino infantil com TEA.
Reforço e sugestão
A pesquisa de Daniela reforça a importância de investimentos em processos formativos que possibilitem aos docentes lidar com os desafios da inclusão, promovendo a aprendizagem significativa e o desenvolvimento integral desses estudantes.
O estudo realizado junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Unoeste teve a orientação da professora doutora Elisa Tomoe Moriya Schlünzen que elogiou o aprofundamento e a qualidade do que foi produzido.
A banca examinadora também elogiou o estudo e foi formada pela avaliadora interna Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, e a externa Dra. Kátia Abreu da Fonseca, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus da Unesp em Prudente.
A Dra. Kátia é pesquisadora vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação Inclusiva (Profei). Daniela Ferreira Severino Neves foi aprovada para receber o titulo de mestre em Educação
Transformação do ensino
O seu estudo mostrou ser interessante ampliar os encontros formativos, considerando que a tematização da prática envolve questões complexas que podem ser exploradas de forma mais profunda em diversas oportunidades.
Também pontuou sobre a constatação de que a troca de experiências e a reflexão constante entre as educadoras têm grande impacto no desenvolvimento das práticas pedagógicas e pôde tornar as intervenções mais eficazes.
Ao apresentar os resultados de sua pesquisa como satisfatórios, sugeriu abordar o tema em estudo de doutorado, com acompanhamento de longo prazo da aplicação das práticas e visão mais aprofundada da sustentabilidade das estratégias implementadas.
Daniela afirma que a tematização da prática demonstrou ser estratégia potente na transformação do ensino inclusivo, reafirmando a necessidade de formação contínua e a construção de ambiente escolar cada vez mais acessível e equitativo.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste