Programa social atende 1,2 mil pessoas no Humberto Salvador

Cerca de 18% da população, estimada em 6,7 mil moradores do jardim Humberto Salvador, esteve domingo (28), no programa comunitário Sua Vida Melhor Ainda. Foram 1,2 mil pessoas que receberam atendimentos e participaram de atividades.

Parceira da Prefeitura na realização do evento que este mês teve a 8ª edição deste ano, a Unoeste prestou 244 atendimentos e atividades, representando 20,3% do número de participantes do bairro que neste vive seu aniversário de 35 anos.

São 1.688 lotes urbanizados e entregues em 1.995 – com 117 quadras e 42 ruas –  pelo então prefeito e chanceler da Unoeste, Agripino Lima (1931-2018); de tal forma que há uma afinidade histórica entre o bairro e a universidade.

Dentre os serviços prestados na manhã de domingo, a maioria foi através do curso de Medicina, sendo acuidade visual, verificação de pressão arterial, teste de Adams (escoliose), acuidade visual e avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC).

Pelo curso de Odontologia, ocorreram ações de educação em saúde bucal e entregas de kits de higiene bucal. Os cursos de Pedagogia presencial e EAD ofereceram bobbie goods, livros que oferecem desenhos para colorir.

Alunos em ação prática

Os atendimentos e atividades foram prestados por alunos acompanhados e orientados pelos professores Luciana Calvo, de Medicina; Juliane Avansini Marcicano, de Odontologia; e Josué Pantaleão de Pedagogia.

A logística foi proporcionada por Richard Nazaré, auxiliar de eventos da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext). O Sua Vida Melhor Ainda envolve outros parceiros e secretárias e departamentos municipais, com diferentes serviços.

A edição do Humberto Salvador foi prestigiada pelo prefeito Milton Carlos de Mello ´Tupã`, vice-prefeito José Ozaban, deputado estadual Mauro Bragato e vereadores, incluindo o presidente da Câmara, William Leite.

 Os serviços prestados pela Unoeste neste programa comunitário incluem quatro alunos do curso de Medicina, bolsistas de extensão pela Proexte: Bruna Girotto Dornelas, Lara Freitas Marques, Laura Milena Baggio e Rodrigo Thomiazi.

Com duas atuações, Bruna diz que tem sido fundamental para sua formação, por permitir vivenciar na prática a realidade da comunidade e compreender de forma mais ampla o papel do médico. 

Fortalecimento da formação

Além disso, a estudante afirma que esse contato direto com população fortalece sua formação acadêmica e pessoal, ampliando seus conhecimentos em medicina, desde a aplicação prática de técnicas até o desenvolvimento do raciocínio crítico e clínico. 

Conta ainda que essa vivência também proporciona maior segurança, ao mesmo tempo em que estimula habilidades de comunicação e escuta ativa, permitindo compreender de perto as dificuldades enfrentadas por diferentes grupos, levando em conta suas particularidades sociais, etárias e regionais. 

“Assim, acredito que essa experiência contribuirá para que, no futuro, eu exerça a profissão de forma mais humana, ética e comprometida com a resolutividade das demandas de saúde da população”, pontua.

Dentre os casos de prevenção à saúde que atendeu, Bruna conta que marcou o de um senhor durante a aferição de pressão arterial, com a identificação de níveis bastante elevados, compatíveis com hipertensão estágio 2.

“Inicialmente, ele se mostrou tímido e resistente ao diálogo, mas, aos poucos, fomos construindo uma conversa mais aberta. Ele revelou que fazia uso irregular da medicação, acreditando que poderia tomá-la apenas quando apresentava sintomas”, diz.

Experiência significativa

O senhor também relatou incômodo com os efeitos colaterais. “Essa experiência foi muito significativa para mim, pois me permitiu esclarecer os riscos silenciosos da hipertensão descontrolada e as complicações graves que poderiam surgir a longo prazo”, conta

Bruna diz que também pode orientá-lo sobre a possibilidade de alternativas terapêuticas e reforçar a importância do acompanhamento médico contínuo. Ao final, ele agradeceu pela atenção e demonstrou preocupação, afirmando que procuraria atendimento médico.

Até então, conforme disse, desconhecia as consequências da doença e acreditava que a hipertensão se resumia apenas a episódios de “coração acelerado” ou “tontura passageira”. 

“Esse caso reforçou em mim a convicção de que a escuta e a comunicação clara são tão essenciais quanto o conhecimento técnico para promover cuidado de qualidade”, comenta Bruna.

Ao contar que esteve presente em todas as ações ao logo desse semestre, Rodrigo que todas elas têm sido de extrema importância para o seu desenvolvimento enquanto aluno, não somente no âmbito estudantil/ profissional, mas também no âmbito social.

Para além da formação

“Estão sendo cruciais para meu aprimoramento não somente enquanto estudante, mas também como pessoa”, afirma. Dentre os vários casos e histórias que considera dignos de serem mencionados, Rodrigo conta um deles.

Um desses momentos foi especialmente marcante, sobretudo pela circunstância em que estavam inseridos. Por motivos éticos, ela optou por não detalhar totalmente o contexto.

“Resumidamente: fui abordado por uma senhora, que já possuía idade mais avançada, que passou a conversar comigo a respeito de problemas que estava enfrentando em sua vida pessoal”, relata. 

Naquele momento, ela percebeu a importância de saber ouvir e, acima de tudo, de respeitar o sofrimento e as dores dos outros, experiência que marcou profundamente sua vida. 

“Me fez refletir muito a respeito de como aprimorar meu atendimento, e ao mesmo tempo, minha principal reflexão foi de gratidão a Deus, pelas oportunidades que tenho em minha vida”, comenta.

Depoimento da moradora

Dentre moradores antigos do jardim Humberto Salvador, esteve a dona de casa Maria Aparecida de Oliveira, que manifestou satisfação pela oportunidade de receber serviços e orientação de prevenção à saúde.

Conforme disse, o programa da Prefeitura é muito bom, agrada bastante a comunidade e poderia ter mais vezes no bairro. Também enalteceu os atendimentos realizados por estudantes da Unoeste, “com muita atenção e cuidados”.