Sustentável, Unoeste passa a coletar óleo usado em Prudente
Universidade que já desenvolve ações de sustentabilidade por meio do Programa Unoeste Sustentável agora adere também à campanha municipal de educação ambiental; coletores estarão dispostos nos campi 1 e 2
Você sabia que um litro de óleo, desses que a gente usa para cozinhar, pode poluir até 20 mil litros de água e trazer sérias consequências para o meio ambiente? Pois é! É uma informação impactante que muitas pessoas desconhecem e por isso no dia a dia, por falta de informação, acabam descartando de forma errada o óleo de cozinha usado, despejando na pia da cozinha ou de outras maneiras ineficazes. É justamente para tentar reverter essa prática nada sustentável que desde 2023 Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semea), iniciou uma campanha de educação ambiental que conscientiza sobre o descarte correto desse tipo de produto. E a Unoeste, que já é destaque no Ranking Mundial de Sustentabilidade e realiza internamente o Programa Unoeste Sustentável, é a nova parceira do município nessa empreitada de salvar o planeta.
Os coletores gigantes em forma de garrafa são chamados de bombonas (tonel plástico) e estão aptos a receber garrafas pets com óleo de cozinha usado. Eles foram entregues pela Semea na manhã desta quarta-feira (27) no campus 1 da universidade, e foram recebidos pelo coordenador e responsável técnico pela Divisão de Saneamento Básico, o professor André Turin que representou na ocasião a arquiteta urbanista Yeda Ruiz Maria, professora da Unoeste e que integra o Programa Unoeste Sustentável, a Comissão Municipal de Educação Ambiental e o Conselho Municipal do Meio Ambiente. Foi ela que em 2023 intermediou um termo de cooperação técnica da Unoeste com a Semea, o que gerou abertura para essas parcerias, por meio do projeto de extensão “óleo de cozinha usado – ecopontos de entrega voluntária na Unoeste”. O secretário municipal do Meio Ambiente, Bill Paschoaloto, que também é professor da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste, e a pedagoga Eliana Junqueira que lidera projetos de educação ambiental na Semea, também participaram do ato de entrega.
Na prática, vai funcionar assim: as bombonas ficarão em locais estratégicos, de grande circulação da comunidade acadêmica, para chamar a atenção e despertar a consciência em estudantes, professores e colaboradores em geral. No campus 1, o coletor ficará em local coberto em frente ao Bloco G, no calçadão da Rua José Bongiovani. Já no campus 2, estará no acesso ao Bloco B3, embaixo da rampa. A professora Yeda explica que toda a comunidade acadêmica, colaboradores e professores serão informados da ação e convidados a contribuir. Disse ainda que ao longo do processo, os alunos envolvidos no projeto de extensão serão capacitados sobre a temática, para que se tornem atores e multiplicadores do conhecimento adquirido.
“A Unoeste tem com a missão desenvolver a educação num ambiente inovador e crítico-reflexivo por meio do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, priorizando ações que permeiam três temáticas: tecnologia, empreendedorismo e sustentabilidade, as quais dão oportunidades para que os estudantes, colaboradores e professores desenvolvam e alinhem ações positivas nas suas práticas e vivências, para que a mudança de hábitos produtivos e de consumo da comunidade acadêmica se torne uma constante. E como responsabilidades social e ambiental precisam caminhar lado a lado quando o assunto é a sustentabilidade, essa preocupação vem desde o desenvolvimento de seu Plano de Desenvolvimento Institucional, o PDI”, destacou ela.
Ainda de acordo com Yeda, a ideia é despertar a consciência do importante papel de uma universidade na formação de profissionais cidadãos comprometidos com a responsabilidade social e ambiental. Nesse sentido, já existe o Plano de Logística Sustentável da Unoeste e o Programa Unoeste Sustentável, os quais, em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente buscam promover a educação ambiental e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente, por meio da definição de ações. “Em contrapartida, se concretizará o cumprimento de 5 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS da Agenda 2030: ODS 6- Água potável e saneamento, ODS 9- Indústria, inovação e infraestrutura, ODS 11- Cidades e comunidades sustentáveis, ODS 13- Ação contra a mudança global do clima, ODS 15- Vida terrestre”, completou.
Como vai funcionar?
Ao passo em que as garrafas pet de óleo usado começarem a chegar por meio das entregas voluntárias, toda a quantidade será recolhida pela Semea para ser encaminhada posteriormente à Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente (Cooperlix).
“O que a gente orienta, pede que seja feito antes da entrega, é que esse óleo usado, depois de frio, seja colocado em garrafas pet. É importante fechá-las bem para serem depositadas nos coletores. Não é para chegar num dos coletores e despejar o óleo. Pedimos também que não venham em recipientes de vidro para não causar acidentes. E na medida do possível, orientamos ainda a quem for contribuir que filtre, coe esse óleo para que não venha com muitas impurezas porque isso também prejudica. E sob hipóteses alguma adicionar água. Conforme a demanda for acontecendo, a Semea recolherá e destinará para a Coperlix e esse óleo vai gerar renda porque todo material destinado à cooperativa é triado e vendido. Então, veja que terá duas finalidades: preservação do meio ambiente com a destinação correta e ainda contribuir na renda dos cooperados”, frisou.
Importância da mobilização
O chefe da pasta municipal do Meio Ambiente lembrou que essa ação já é realizada em cerca de 10 escolas municipais, e que além delas a Unoeste é uma das primeiras parceiras a aderi-la por já incentivar essa prática da consciência ambiental junto à sua comunidade acadêmica. “O descarte irregular do óleo de cozinha traz uma série de problemas, e não só para a questão dos encanamentos, mas para o meio ambiente no geral. Como temos visto que a campanha tem dado muito certo, esse ano começamos a expandir para locais que poderiam nos ajudar. E a Unoeste é uma parceira de longa data, tem essa consciência ambiental, é uma instituição que forma cidadãos de várias áreas para o futuro. Esse é um local onde temos formadores de opinião, desde os alunos até os professores, toda a parte administrativa. Então ter a Unoeste ao nosso lado é a certeza de que essa campanha vai dar ainda mais certo, porque a gente sabe da credibilidade e do papel social que a Unoeste tem nesse contexto”, frisou, acrescentando que até o meio do ano o número de pontos de arrecadação chegue a 50.
Bill Paschoaloto lembrou que no último dia 22 foi comemorado o Dia Mundial da Água, recurso natural que precisa ser preservado, sendo a campanha “importantíssima” para que isso também ocorra. “Às vezes a gente pensa que aquele pouquinho de óleo que vou colocar ali na pia da minha cozinha não vai trazer problema algum. Mas aquilo vai acabar desaguando, caindo em um lençol freático, podendo contaminar um rio. Se um litro de óleo pode contaminar até cerca de 20 mil litros de água, imagina você descartando óleo errado toda semana, o risco que causará para a questão da fauna e da flora. Temos que fazer algo porque já estamos enfrentando muitos problemas com a questão da água potável. Muitos pensam que vai demorar para acabar, mas esse vai demorar já está chegando. Temos que fazer nossa parte na preservação do meio ambiente”, concluiu.
O professor André Turin, por sua vez, reforça a importância de quem puder fazer adesão à campanha de forma contínua. “Os coletores foram colocados estrategicamente em locais onde o público em geral tem acesso, então não só a comunidade acadêmica, mas inclusive a comunidade externa que circula no entorno dos dois campi poderá trazer seu óleo para que ele seja destinado corretamente”.
Turin revelou que dentro da universidade existe um outro projeto de extensão que utiliza o óleo para a fabricação de sabão. É o projeto Sabão de Garrafa, inserido dentro do Unoeste Transforma e que mobiliza estudantes dos cursos de Química e Engenharia Química. “Nesse projeto, os alunos fazem uma oficina ensinando a comunidade a transformar o óleo de cozinha usado em sabão, através da garrafa pet. Outros projetos também internamente são executados, onde o óleo gerado nas aulas práticas dentro da instituição é encaminhado para a produção de sabão em pedra. Nossa expectativa é fomentar, estimular que as pessoas contribuam trazendo óleo para a destinação adequada e, dessa forma, mitigar os problemas ambientais com a poluição gerada por meio do óleo”, finalizou.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste