32º Comepp promove reflexão sobre a prática humanizada
Dr. Marcelo Zugaib conduziu a palestra de abertura com o tema “Formas graves da hipertensão arterial na gestação
A abertura da 32ª edição do Congresso Médico Estudantil de Presidente Prudente (Comepp) ficou a cargo do professor doutor Marcelo Zugaib, que abordou uma questão crucial para a saúde pública: a mortalidade materna e, em especial, a hipertensão arterial na gravidez, a maior causa de óbito entre gestantes no Brasil. “É uma honra participar deste evento que, em sua 32ª edição, demonstra a seriedade e o comprometimento dos alunos em discutir temas tão relevantes para a medicina e para a sociedade”, afirmou.
“A hipertensão na gravidez é uma condição, em grande parte, evitável, mas que infelizmente continua a afetar muitas mulheres. Precisamos abordar essa realidade com profundidade, destacando que, na maioria das vezes, essa tragédia é evitável se o atendimento for feito com um olhar realmente específico e sensível para cada caso”, completou.
O palestrante expressou seu desejo de que o Comepp inspire os futuros médicos a refletirem sobre a importância de tratar o paciente como um indivíduo e não apenas de seguir protocolos.
“Há uma tendência mundial de se apoiar em protocolos, mas isso tem um custo: a padronização do atendimento. Cada paciente tem uma história única e merece um tratamento que vá além do que está nos livros”, alertou. “Em um país como o Brasil, onde a desigualdade ainda é brutal, o acesso à tecnologia de ponta é restrito. Ensinar a medicina básica, a 'sofisticação do simples', como costumo dizer, é fundamental. Esse é o princípio que sigo em meus 50 anos de carreira, incluindo 38 como professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo”.
Abertura da 32ª edição
O evento contou com as presenças do diretor da Faculdade de Medicina (Famepp), Dr. Murilo de Oliveira Lima Carapeba e do pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste. Também compuseram a mesa a coordenadora do curso, Dra. Nilva Galli; a professora doutora Graziela Garrido Mori Panucci; e os alunos Vanderlei Chimenez Junior e Vitor Gabriel dos Santos. Ainda durante a abertura, os alunos Heloisa Alessi Pissulin (Medicina) e Lucas Hideki Miyasaki (Ciência da Computação) fizeram a apresentação cultural do evento.
Dr. Murilo elogiou o engajamento dos estudantes, destacando que o Comepp é um evento que cresce e se reinventa a cada ano. “É impressionante ver a dedicação dos alunos e, especialmente, do Diretório Acadêmico (DA) na organização deste congresso. Eles se dedicam a tornar o evento atrativo não apenas para os estudantes da Famepp, mas para todos que se interessam pela medicina humanizada, incluindo alunos de outras faculdades”.
Ainda para ele, o envolvimento e a troca de conhecimentos são fundamentais para enriquecer a formação acadêmica. “É necessário formar profissionais comprometidos com a atualização constante. Na medicina, as verdades de hoje podem não ser as de amanhã. Espero que essa nova geração de médicos esteja sempre buscando aprender e evoluir, nunca deixando de estudar e se aprimorar”.
Para o Dr. Creste, o congresso tem o papel de ser como uma ponte para o aprendizado e a preparação dos alunos. “A medicina é vasta e complexa. Organizar um evento desse porte, com o apoio de docentes e a presença de profissionais renomados, demonstra o engajamento de nossos alunos com o próprio futuro. Eles estão se preparando para ocupar posições de destaque na medicina brasileira, e isso é inspirador para todos nós que acompanhamos de perto”, afirmou.
Organização e orgulho de ser Medicina Unoeste
Victor Gabriel dos Santos é aluno do 7º termo do curso de Medicina e presidente do Diretório Acadêmico Dr. José Hamilton do Amaral. Ele comentou sobre os desafios e as conquistas na organização do Comepp. “É um trabalho árduo lidar com cada detalhe, mas o retorno é excepcional. O networking que fazemos, as trocas com profissionais e o conhecimento que adquirimos são fundamentais para o nosso crescimento”, relatou o estudante.
Segundo ele, o tema deste ano foi escolhido para lembrar aos futuros médicos que a medicina deve ser voltada para a singularidade do paciente. “Cada pessoa tem sua história, suas particularidades, e a medicina precisa de conformidade com isso. A sociedade espera que os médicos olhem o paciente como um todo e não apenas como um conjunto de sintomas”, explicou.
O aluno enfatizou que a medicina tem hoje uma dependência excessiva de exames e diagnósticos automatizados, o que limita o contato humano. “Infelizmente, o que vemos com frequência são listas de exames solicitados antes mesmo de conversar com o paciente. Isso limita a relação entre médico e paciente e reduz o potencial de um atendimento mais humano e eficaz. É por isso que defendemos uma medicina centrada na anamnese, no exame físico, na conversa. O profissional que se preocupa com o paciente, e não apenas com a doença, se destaca em uma sociedade que está evoluindo com tantas tecnologias”.
Victor também aproveitou para falar sobre sua experiência na Famepp e o orgulho que sente de estudar na instituição. “Eu sou do Paraná e não tinha como meta estudar aqui, mas me surpreendi muito positivamente. A estrutura é incrível e o apoio dos professores é inigualável. A faculdade nos fornece um contato direto com coordenadores e docentes de excelência, como a Dra. Nilva e o Dr. Valejo. Isso faz toda a diferença. Sinto que, ao estudar aqui, estamos sendo preparados para encarar as complexidades da medicina”.
A 32ª edição da Comepp busca reforçar a importância da singularidade e do atendimento humanizado na prática médica, um compromisso de que a Famepp assuma a formação de profissionais conscientes do seu papel na sociedade. Com a participação de professores renomados e o envolvimento dos estudantes, o congresso se consolida como um evento essencial para a medicina e a educação, formando médicos que, além de conhecimento técnico, cultivam empatia e comprometimento.
Vem pra cá!
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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste