Produto reaproveitável reduz o uso de cimento na argamassa
Invenção que utiliza resíduo de rerrefino de óleo lubrificante obtém análise prioritária no Inpi para obtenção de patente
O uso de cinza residual do rerrefino de óleo lubrificante para reduzir o uso de cimento na argamassa é uma invenção que obtém do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) parecer para tramitar em análise prioritária, na busca de obtenção de patente.
A busca por registro de patente pode levar até dez anos, mas quando há definição de prioridade o prazo previsto é de dois anos. A celeridade do processo decorre do viés da tecnologia verde, que ajuda na proteção e conservação da natureza.
Outros aspectos, conforme os envolvidos na invenção, estão no reaproveitamento do resíduo, na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) por usar menos cimento, no encapsulamento de substâncias perigosas e na durabilidade dos materiais.
Benefícios sociais
Com relação aos benefícios sociais, os autores apontam geração de empregos ao produzir em escala industrial e oportunidades de trabalho na produção e aplicação do material, como no setor da reciclagem e da construção civil.
Sobre a parte ambiental, citam a disseminação de práticas mais sustentáveis na indústria nesse segmento da construção civil, além da redução de riscos a saúde, visto que o material encapsula substâncias perigosas.
O produto foi desenvolvido em pesquisa do arquiteto Alex Ramos da Silva durante o mestrado em Ciência e Tecnologia de Materiais, na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), campus da Unesp em Presidente Prudente.
Durante dois anos
Foi nos anos 2021 e 2022, orientado pelo Dr. Renivaldo José dos Santos e coorientado pelo Dr. Fábio Friol Guedes de Paiva, aluno de pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (Madre), na Unoeste.
Alex faz doutorado no Madre, orientado pela Dra. Ângela Mitie Otta Kinoshita e é coorientado pelo Dr. Fabio Friol. Também pelo Madre tem o envolvimento da pós-doutoranda Jacqueline Roberta Tamashiro Berguend Xavier.
Outro envolvido pelo Madre é o doutorando Lucas Henrique Pereira da Silva. Pela FCT/Unesp tem também o Dr. Silvio Rainho Teixeira. Todos estão envolvidos no processo do pedido (depósito) de patente.
Projeto em colaboração
O caráter interinstitucional do estudo e desenvolvimento da invenção decorre de projeto em colaboração entre professores e alunos, de graduação e pós-graduação, das duas universidades: Unesp e Unoeste.
Em apresentação on-line no 2º Congresso Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão (Ensipex), em 2023, foi exposto que é alto o consumo de cimento no mundo, cuja produção emite excessivamente gases de efeito estufa e o consumo de energia é alto.
Em recente evento da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBM), o 22º B-MRS Meeting, estiveram presentes a Dra. Ângela, Dr. Fábio, Dra. Jacqueline e os doutorandos Alex Ramos, Lucas Pereira, Vitor Peixoto e Maryane Beraldo.
Inventores e a Apec
A depositante da Invenção no Inpi é a Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), mantenedora da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) que tem sua sede em Presidente Prudente e campi também em Jaú e Guarujá.
No processo junto ao Inpi – órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – consta ser resíduo de baixo custo, proveniente do tratamento de óleo lubrificante de motor de veículos automotivos, de alto potencial contaminante.
Nos experimentos realizados em laboratórios, o cimento foi substituído nas proporções de 10, 20, 30 e 40%, com o melhor resultado em 30%, sendo que 40% apresentou menor resistência mecânica.
Instituições e órgãos
O processo enviado ao Inpi foi elaborado com a contribuição de Luciana Brambilla, junto ao Escritório de Apoio à Pesquisa e Inovação (Eapi), vinculado à Coordenadoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CPDI).
Responde pela CPDI o Dr. Jair Rodrigues Garcia Júnior; sendo essa coordenadoria vinculada à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG), pela qual responde o Dr. Adilson Eduardo Guelfi.
Alex Ramos da Silva faz o doutorado no Madre, coordenado pela Dra. Alba Regina Azevedo Arana, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste