Anabolizantes trazem consequências como surgimento de câncer
Ditadura da beleza está entre as causas que levam o uso de esteroides

Embora a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) não consiga afirmar quantas pessoas usaram pelo menos uma vez na vida os anabolizantes, volta e meia reaparecem casos de doping. Igualmente comum é conhecer alguém que já tenha utilizado os esteroides. São muitas as causas que levam a isso, e certamente a ditadura da beleza está incluída, o que torna difícil escapar da tentação de ter um abdome trincado e músculos bem torneados. Mesmo assim, a força tem que estar é na mente, para fugir dos anabolizantes, pois o uso dessas substâncias vincula-se ao câncer.
“Os anabolizantes são usados, indevidamente, para aumento de musculatura em período curto de tempo. Mas, é importante frisar que à medida que a pessoa usa, com certeza vai desenvolver os efeitos colaterais, jogando com a própria vida”, adverte a nutricionista esportiva, educadora física e professora da Unoeste, Luciane de Souza Romero Nogueira. A solução é mesmo afastar-se dos esteroides e adotar treino, alimentação e suplementação prescritos e acompanhados por profissionais como a melhor combinação para se ter excelentes resultados sem comprometimento à saúde.
Para conseguir o tão cultuado “corpo perfeito”, Luciane diz que é preciso ter paciência, pois o ganho com atividades físicas é gradual “e quando o nível de atividade física é alto, o que acontece, por exemplo, com fisiculturistas, também é preciso suplementar”. Segundo a nutricionista, a suplementação, portanto, não é indicada a todos, deve ser determinada por nutricionista ou médico, porque suplementação errada pode associar-se negativamente com outros suplementos ou medicamentos e até gerar risco de obesidade, sobrecarga de fígado e alterações renais.
Provado em pesquisa – Pesquisa do Dr. Décio Gomes de Oliveira, biólogo, farmacêutico e professor dos cursos da saúde da Unoeste, comprova a relação entre o uso dos anabolizantes com a tendência de desenvolver câncer. Oliveira fala que preocupa-se em alertar os usuários de que pode haver “a ação de diferentes agentes como físico, químico ou biológico para produzir efeitos tóxicos e genotóxicos sobre o material genético, e a ação clastogênica, que causa a ruptura ou interrupção na sequência dos cromossomos”. O estudo “Análise do potencial mutagênico dos esteroides anabólicos androgênicos (EAA) e da L-carnitina mediante o teste do micronúcleo em eritrócitos policromáticos”, em parceria com pesquisadores da Unesp de Assis, foi publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte.
Além de câncer, Luciane comenta que os principais efeitos colaterais são crescimento de partes do corpo, irritabilidade, masculinização em mulheres, alterações hormonais, funcionamento desregulado de rins e fígado, retenção líquida, acnes, elevação do colesterol ruim (LDL) e diminuição do colesterol bom (HDL), disfunção erétil, infertilidade, doenças cardiovasculares, problemas neurológicos (depressão e mania de perseguição), danos e rupturas a articulações, tendões e ligamentos. “Os anabolizantes só podem ser usados em casos extremamente específicos, desde que receitados e acompanhados por médicos – os exemplos são problemas articulares sérios ou perda de massa muscular em casos como pacientes com câncer ou Aids”, diz a educadora física.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste