Unoeste Guarujá realiza simpósio sobre cuidados paliativos
Evento reuniu profissionais de diferentes áreas da saúde para discutir o cuidado paliativo além do fim da vida

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os cuidados paliativos e valorizar a atuação conjunta de diferentes áreas da saúde, a Unoeste Guarujá realizou nesta quarta-feira (23) o 1º Simpósio Interdisciplinar de Cuidados Paliativos. O evento reuniu estudantes e docentes para uma discussão clínica conduzida por profissionais experientes das áreas de Medicina, Psicologia, Enfermagem, Biomedicina e Fisioterapia.
A mesa-redonda foi composta por Tabatha Mesquita, biomédica habilitada em patologia; Bruno Belo Lima, médico com formação em Clínica Médica e Cuidados Paliativos; Marcilio Abraço Jorge, enfermeiro e mestre em Ciências Ambientais; Layse do Carmo, fisioterapeuta com pós-graduação em Cuidados Paliativos; e Vinícius Morato, psicólogo com formação multidisciplinar na área.
Cuidados que vão além da cura
Durante a abertura, o médico Bruno Belo Lima destacou a importância de desconstruir a ideia de que os cuidados paliativos estão ligados apenas ao fim da vida. “Nosso objetivo não é a cura, mas sim promover a qualidade de vida ao paciente e à sua família. O cuidado paliativo é uma abordagem que todos nós, profissionais da saúde, devemos ter desde o início do tratamento. É sobre aliviar o sofrimento em todas as suas dimensões: física, social, psicológica e espiritual”, explicou.
Bruno ainda trouxe reflexões sobre como os profissionais de saúde podem atuar para minimizar o sofrimento do paciente. “A gente não vai conseguir zerar o sofrimento, mas podemos protegê-los e minimizar o impacto. Seja um paciente jovem com câncer de mama ou alguém com doença crônica, o cuidado paliativo entra como suporte essencial para lidar com todas as perdas envolvidas”, disse.
Além das palestras, os alunos dos cursos da área da saúde participaram ativamente, com a leitura de casos clínicos que foram discutidos com os especialistas presentes. A proposta foi mostrar, na prática, como a atuação interdisciplinar pode impactar diretamente o bem-estar do paciente.
A biomédica Tabatha Mesquita falou sobre o papel fundamental do biomédico nos bastidores do tratamento. “Nem sempre temos contato direto com o paciente, mas os nossos laudos impactam diretamente a conduta médica. A evolução da doença e a resposta ao tratamento passam por nossas análises. Isso mostra como também somos parte essencial no cuidado desse paciente”, reforçou.
Já o enfermeiro Marcilio Abraço Jorge abordou a posição da enfermagem como ponto de conexão entre todos os profissionais. “Estamos na unidade [de saúde] desde o início, recebendo todos os colegas: psicólogo, fisioterapeuta, dentista... Todos esses profissionais nos ajudam a cuidar do paciente e também da família. Ninguém é conhecedor de tudo sozinho. O trabalho em equipe é o que garante um cuidado integral”.
A fisioterapeuta Layse do Carmo e o psicólogo Vinícius Morato também contribuíram com suas visões e experiências no cuidado humanizado, reforçando a importância da escuta, do acolhimento e da valorização da autonomia do paciente.
O simpósio evidenciou, de forma prática e reflexiva, que os cuidados paliativos vão muito além do tratamento médico convencional. Eles exigem sensibilidade, empatia e, principalmente, o esforço coletivo de diferentes saberes, em prol da dignidade de quem enfrenta doenças que ameaçam a continuidade da vida.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste