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Crescimento vertical impacta em recurso hídrico e saneamento

Ligações de água e serviço de esgotamento sanitário têm aumentado proporcionalmente mais que a população de Prudente


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Foto: Homéro Ferreira Crescimento vertical impacta em recurso hídrico e saneamento
Crescimento vertical: em Prudente sete condomínios e 2.329 apartamentos de 2010 para cá

Estudo analisa como significativo o impacto da verticalização no consumo de recursos hídricos e na demanda de serviços de saneamento, considerando a expansão desse setor da construção civil de 2010 a 2022, período compreendido pelos dois últimos censos.

Em Presidente Prudente esse conceito arquitetônico de construção vertical contribuiu no aumento de 30,26% no consumo de água e no esgotamento sanitário (que vai além da coleta); representando 21,53% a mais que o crescimento populacional de 8,7%.

Em 2010, eram 73.178 economias residenciais ativas, termo técnico do cadastro por hidrômetro pela Sabesp, seja sobre o consumo individual ou coletivo com a divisão das contas pelo número de apartamentos. Em 2022, saltaram para 95.299.

Menos consumo 

Em comparativo, os condomínios horizontais consomem 20% a mais que os verticais. Dentre os motivos, estão lavar quintal e calçada. Na cidade os condomínios são 75% verticais e 25% horizontais. 

O estudo analisou 724 economias residenciais ativas, das quais 529 verticais. Não entraram na estatística os condomínios com vários endereços de ruas e números das casas, nos quais os hidrômetros são individualizados. 

Desenvolvida pelo administrador de empresas Eder Alves Brito, que atua no setor de saneamento básico, orientado pelo Dr. Marcelo Rodrigo Alves, a pesquisa também observou as situações de crescimento populacional e descompasso habitacional. 

Redução média

O crescimento da população de Prudente em 8,7% excede a média nacional de 6,5%, dentro do cenário no qual 43% dos municípios brasileiros apresentaram no censo de 2022 decréscimo populacional.

Junto ao aumento desproporcional de 30,26% nas economias residenciais ativas, foram detectadas redução na média de ocupantes por moradia. O que sugere alterações nas dinâmicas sociais e econômicas da estrutura familiar e habitacional.

Esse descompasso significa que, por exemplo, uma família de cinco pessoas foi desmembrada com duas se mudando para outro endereço ou outros endereços. Se juntos o consumo de água era de 25 mil litros, separados consomem mais que isso.

Impacto imediato 

Em qualquer situação, seja vertical ou horizontal, ocorre a elevação da demanda no sistema de esgotamento sanitário que é o conjunto de instalações e obras para coleta, transporte, tratamento e disposição final do esgoto.

Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em condomínios entregues construídos têm impacto imediato à entrega aos moradores. Nos condomínios com as vendas de terrenos, as construções e ocupação ocorrem gradativamente. 

A pesquisa e a consequente dissertação, recém levada à defesa pública e aprovada, foram realizadas junto ao Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (Madre), pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado.

Pontos essenciais 

O foco esteve voltado ao fato de que saneamento básico com gestão e planejamento do abastecimento de água e esgotamento sanitário são fundamentais à preservação do meio ambiente, qualidade de vida da população e crescimento sustentável.

No contexto global, a urbanização acelerada e a verticalização são fenômenos com implicações profundas na infraestrutura urbana e no bem estar. Os prédios ainda são concentrados na região central das cidades, mas têm sido espalhados nas periferias. 

Com plantas hidráulicas modernas e com mais segurança e eficiências nas instalações, os prédios novos são mais econômicos que os antigos. O estudo apresenta dados de que de 2010 para cá foram construídos sete condomínios verticais em Prudente.

Expressiva contribuição 

São condomínios que totalizam 2.329 apartamentos. Construções que incluem conjuntos de apartamentos, notadamente os populares localizados em regiões periféricas e que têm quatro a cinco andares. 

Engenheiro florestal e doutor em agronomia, o orientador entende o estudo como sendo de expressiva contribuição enquanto pesquisa aplicada: a que gera conhecimento para aplicação na prevenção e solução de problemas específicos.

A dissertação oferece para quem se interessar uma gama de dados e resultados sobre impacto da verticalização, eficiência no uso de água, desafios da expansão periférica, implicações para o saneamento e necessidade de planejamento integrado.

Mais eficientes

Sobre o impacto da verticalização ficou evidenciado que os empreendimentos verticais, crescendo especialmente desde 2010, impactam significativamente o consumo de recursos hídricos e a demanda nos sistemas de saneamento de Prudente.

Quanto à eficiência no uso da água, os condomínios verticais recentes são mais eficientes, consumindo menos água em média, mas ainda assim elevam a demanda total no sistema de saneamento.

Em relação aos desafios da expansão periférica, a localização de novos condomínios impõe condições sobre a capacidade e eficiência dos serviços de saneamento existentes, exigindo tubulação de maior diâmetro e às vezes estação elevatória de esgoto.

Influência direta 

As implicações para o saneamento estão associadas ao crescimento vertical que influencia diretamente os sistemas de água e esgotamento sanitário, exigindo planejamento e investimento em infraestrutura de saneamento.

A necessidade de planejamento integrado ressalta a importância em adotar medidas que equilibrem crescimento, sustentabilidade e eficácia do saneamento básico; envolvendo todas as partes inseridas em autorização e construção de novos empreendimentos.

Ainda com coorientação da Dra. Alba Regina Azevedo Arana, coordenadora do Madre; e avaliação do Dr. Sérgio Marques Costa e da Dra. Leila Maria Sotocorno e Silva, Eder foi aprovado Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

Foto: Homéro Ferreira Eder aprovado ao título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, ao lado o Dr. Marcelo
Eder aprovado ao título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, ao lado o Dr. Marcelo

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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