Gastronomia recebe pioneira da técnica Flower Cake no país

Precursora e referência da técnica asiática de confeitaria de bolo com flores no Brasil, a chef Amélia Lino esteve nesta quinta-feira (18) no curso de Gastronomia para ministrar o workshop Flower Cake em Chantininho. O professor Fábio de Almeida aponta que a estada dela na Unoeste representa um marco na área de confeitaria. Para ela, estar em uma universidade desse porte, a segunda melhor particular de São Paulo e a 5ª do Brasil, significa a convalidação da eficácia do seu método, pelo qual dá aulas por todo país com a oferta de cinco cursos e ainda encontra tempo para ser importante influenciadora digital brasileira, com mais de 230 mil seguidores no instagram.
 
Em reconhecimento à qualidade e perfeição de sua arte de confeitar, associadas ao fato da expressiva aceitação em rede social, Amélia tem despertado o interesse da mídia nacional. Já esteve no programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, na Rede Globo de Televisão para falar sobre sua técnica. Na revista eletrônica Domingo Espetacular, na Rede Record de Televisão, a reportagem foi voltada ao empreendedorismo. Também esteve no programa Santa Receita, produzido pela Rede Aparecida de Comunicação e conduzido por Claudete Troiano. Amélia tem uma história de vida muito interessante.
 
Seu assistente é também seu marido, o engenheiro civil José Geraldo Lino. Ele conta que desde recém-casados, Amélia fazia bolos para a família e amigos, em Quirinópolis, no interior de Goiás. Em 2015, foram para Novo Progresso, no Pará. Ele foi contratado para obras de pavimentação da BR-163. Ela ia advogar, mas o bom senso indicou deixar a profissão de lado, por conta dos acirrados conflitos agrários entre garimpeiros. Na primeira semana em que estavam na nova cidade, Amélia levou um bolo para dividir com as colegas de academia. Era uma quinta-feira e até o sábado da mesma semana recebeu a encomenda para fazer dez bolos.
 
Como tinham tomado a decisão de deixar de lado o exercício da advocacia, Amélia resolveu empreender na área de confeitaria e o resultado superou a expectativa. Quando decidiram retornar a Quirinópolis, uma cliente do Pará pediu para aprender a técnica. O ensinamento deu certo, já que a primeira aluna virou empreendedora, e Amélia decidiu que passaria a oferecer cursos, mas que iria se aprimorar, se empenhando para ser a melhor aluna de suas turmas. Então, esteve na Coreia e na Espanha em busca de novos conceitos e técnicas para aprimorar suas habilidades.
 

Foto: João Paulo Barbosa

Lino comenta que tudo deu tão certo que deixou um salário de quase R$ 20 mil para ser o assistente da esposa, desde janeiro de 2016. Já percorreram o Brasil. Só não estiveram em três das 26 capitais brasileiras: Rio Branco, no Acre; Boa Vista, em Roraima; e em Macapá, no Amapá. Dentre os cinco cursos que oferecem, tem um exclusivo para formação de professores, com a oferta de certificação coreana e ministrado na Confeitaria Amélia Doces, em Brasília-DF, atualmente com três turmas lotadas com 25 alunos cada e uma quarta turma aberta para setembro. Amélia é professora titular nível Master Instructor e membro da Korea Design Art Association.
 
Em julho deste ano, Amélia lançará um livro na Fipan, a maior feira de panificação e confeitaria da América Latina. Um livro com receitas e poesias livres e contemporâneas, que serve para a cozinha e para a cadeira de balanço, conforme diz a autora que optou por uma produção independente trabalhada junto a agência 2x1 Comunicação, de São Paulo. Com um casal de filhos ainda crianças, as viagens e os cursos, Amélia se ocupa com a rede social à noite ou de madrugada.
 
Com esse perfil e tantas outras qualidades, Amélia e José Geraldo agradaram tanto os alunos e gestores envolvidos com o workshop que deverá retornar à Unoeste para um evento de maior proporção, utilizando a ampla estrutura, com a qual se encantaram. Conversaram com o coordenador do curso de gastronomia, o chef Ulisses de Souza Dias e com os pró-reitores de pesquisa, pós-graduação e extensão Adilson Eduardo Guelfi e acadêmico José Eduardo Creste. Há nesse entendimento os envolvimentos dos professores Fábio Almeida e Lucas Santana, que cuida da extensão. O workshop envolveu alunos e egressos da Gastronomia.
 
A egressa Larissa Viana viajou 600 km para fazer o workshop, do município de Antônio João (MS) a Presidente Prudente. Depois de três anos de Odontologia, na Unoeste, incluindo afastamentos e retornos por causa de depressão, sua opção foi a Gastronomia. Ao mesmo tempo em que fez o curso, trabalhou num bistrô. Ao retornar à sua cidade, passou a produzir bolo e alimentação fit, além de trabalhar na prefeitura para atender eventos e oferecer cursos reaproveitando alimentos. Larissa comenta que não trabalhava com bico de confeitar. Então teve alguma dificuldade em utilizar o utensílio para confeccionar as flores, mas obteve ajuda de Amélia.
 
“Eu conhecia a Amélia Lino pelas redes sociais. Sugeri o nome dela para o workshop, ao Lucas e ao Dr. Adilson. Tive autorização de fazer a contato e tudo deu muito certo. Estando aqui, ela surpreendeu muito: pela dedicação, humildade, paciência e a simplicidade de pegar na mão de cada aluno para ensinar a técnica na qual usa chantilly com leite em pó, daí o nome chantininho”, diz o professor Almeida. Amélia ressaltou a participação dos alunos do workshop na aula prática: “vocês estão indo muito bem, além das minhas expectativas”.
 
Amélia comenta que a produção de flores em bico de confeitar é algo secular, mas o atual jeito confeitar está na disposição dos arranjos que formam um jardim sobre o bolo, “algo que a gente não via no Brasil e eu tive a felicidade de ser a precursora, como pioneira dessa técnica que permite produzir um bolo rápido, encantador e altamente rendável”. Diz ainda que o bolo com rosas, uma flor que todo mundo gosta, é praticamente um buquê; então, transformado em artigo de presente. Conta ainda que trabalhar com Flower Cake essa técnica, trazida ao curso de Gastronomia da Unoeste, tem um cunho social, especialmente para as mulheres, por razões emocional e financeira: o sentir bem e a autonomia em relação ao marido a partir do momento que obtém a própria renda.