Professora cria materiais pedagógicos para inclusão escolar

Mãe de filho com deficiência, que não teve a oportunidade de estar inserido no contexto escolar, se empenhou em romper com esse tradicionalismo. Há mais de dez anos como professora vem criando condições de promover inclusão.

Tem encontrado excelentes resultados com a utilização de materiais pedagógicos de sua própria criação, dentre os quais estão bonecos educativos. Vivências e criações levadas à luz da ciência, em produção de dissertação autobiográfica.

Pedagogia e Mestrado

Estudo desenvolvido por Jiane Maria dos Santos Gouveia, professora que atua nos anos iniciais do ensino fundamental em escola pública municipal na região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista.

A produção da pesquisa e dissertação ocorreu junto a Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Unoeste em Presidente Prudente, a mesma instituição na qual fez a graduação em Pedagogia, formada na turma de 2021.

Além do curso na Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp), buscou formação continuada incluindo aperfeiçoamentos como o da música na educação infantil e construção de objetos sonoros.

Fazendo diferença

A dissertação “Processos formativos: práticas de alfabetização de letramento na perspectiva da inclusão escolar” foi levada à defesa publica na tarde de quinta-feira (26) desta semana, com aprovação para que receba o título de Mestre em Educação.

Com a orientação da professora Dra. Elisa Tomoe Moriya Schlüzen o trabalho foi elogiado pelas avaliadoras Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, da Unoeste, e Dra. Nair Correia Salvado de Azevedo, da Unesp.

O fato da autora do estudo ter aplicado a narrativa de suas vivências mostra o quanto tem feito diferença como professora e sinaliza que outros professores podem fazer o mesmo, contribuindo para um processo de transformação.

Métodos simples 

Daí a sugestão da publicação de livro com o conteúdo da dissertação, na qualidade de obra autobiográfica de quem criou caminhos para alfabetizar crianças público da Educação Especial, dentro da classe comum.

“O estudo mostra como professores podem trabalhar com letramento e alfabetização de crianças com diagnóstico e que elas conseguem conhecer as letras, ler e escrever. Para isso utiliza métodos simples, como a amarelinha de letras”, diz a orientadora.

A Dra. Elisa comenta, exemplificando, que a professora Jiane faz materiais educativos com E.V.A, sigla da mistura tecnológica de Etil, Vinil e Acetado que são produtos utilizados na fabricação de placas emborrachadas de fácil manuseio. 

Reconhecimento regional

A professora Jiane conta que cria seus próprios métodos e usa outros que são conhecidos, mas com adequação à necessidade específica de cada criança. Sobre a sugestão de transformar a dissertação em livro, comenta ter ficado muito feliz.

 O seu trabalho tem reconhecimento regional e no ano passado participou de dois importantes eventos em Prudente. O 1º foi em março, junto a mulheres empreendedoras na inauguração do Espaço Cultural Dona Ana, na biblioteca do campus 2 da Unoeste.

O outro foi em setembro, quando da 3ª Semana de Conscientização e Luta dos Direitos da Pessoa com Deficiência, proferindo a palestra "Confecção de materiais pedagógicos para a inclusão", no Centro Cultural Matarazzo.

Foto: Homéro Ferreira