Start Prudente estimula mulheres para liderança em inovação

Promover a cultura do empreendedorismo em inovação é um dos objetivos do programa de aceleração Sebrae for Startups, realizado em conjunto com a Associação Brasileira de Startups (AbStartups) e que tem a Unoeste entre os parceiros locais. Como parte do primeiro ciclo do Start Presidente Prudente ocorreu na noite desta quarta-feira (22) o Meetup – Mulheres da Inovação, sediado no auditório da Fatec. O estímulo às mulheres para liderança em inovação decorre da pouca presença feminina neste segmento, no qual apenas 17,7% das startups do estado de São Paulo foram fundadas por mulheres.

No meetup (encontro) expuseram as suas experiências duas profissionais da área de informática que ultrapassaram a barreira de gênero e estão bem inseridas no mercado: a professora de ensino superior Vanessa dos Anjos Borges e a gerente de desenvolvimento Ligia Bagi Chelli. Suas falas revelaram que os percursos acadêmico (nível de mestrado) e profissional tiveram os espaços conquistados pela determinação e capacidade, dentro de um universo em que as mulheres são mais cobradas do que os homens e vivem o desafio da vida profissional versus vida pessoal de mãe.

Políticas públicas 

Vanessa apresentou dados de pesquisa sobre teste de capacidade analítica nos quais os resultados foram iguais para meninos e meninas, mas que elas reagem como menos entusiasmo; certamente por conta da cultura machista. Então, para Vanessa há a necessidade de que as mulheres entendam que as suas escolhas são fundamentais; deixando, com o isso, o entendimento de que é preciso acreditar no potencial e seguir em frente, sabendo que os direitos civis são igualitários, mas entendendo que a diversidade de gênero faz parte da luta pela igualdade.

Ao citar mulheres referências em ciência e inovação, percorreu um caminho iniciado nos anos 1800 com a britânica Ada Lovelace (1815-1852), a primeira programadora do mundo, e concluiu com a biomédica brasileira Jaqueline Goes de Jesus, de 32 anos, que coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 (o novo coronavírus) em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Para Vanessa é preciso reconhecer que a educação e a prática inclusiva de gênero necessitam de políticas públicas.

Foto: Homéro Ferreira

Mercado aquecido 

Ligia reportou ao seu ingresso em ciência da computação para contar que de uma turma de 70 alunos, apenas três eram mulheres e duas concluíram o curso. Depois do mestrado na área de otimização combinatória, ingressou no mercado corporativo, em uma empresa com 90% de profissionais do sexo masculino. Em sua atuação há 15 anos no segmento de tecnologia da informação, os últimos oito anos são como responsável por toda área de desenvolvimento da VCOM Tecnologia; portanto, é a gestora de equipes multidisciplinares de desenvolvimento de software da área de recuperação de crédito.

Conforme Lígia o mercado de inovação tecnológica está muito aquecido e pelo menos parte das empresas contemplam em suas metas a diversidade, com a constatação pessoal de que as mulheres são requisitadas frequentemente. É o seu próprio caso, ao estar ingressando no Grupo Globo, o maior conglomerado de mídia e comunicação do Brasil; acertando o seu trabalho 100% home office com a administração da empresa no Rio de Janeiro. Lígia é egressa do curso de Ciência da Computação na Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp/Unoeste).

Apoio dos parceiros

Ao final das falas de Vanessa e Ligia várias perguntas foram feitas por uma plateia de público predominantemente feminino; até por se tratar de meetup para mulheres. A abertura foi feita pelas professoras Carolina Martins Fernandes, Edilene Mayumi Murashita Takenaka e Renilda Terezinha Monteiro, diretora da Fatec em Presidente Prudente, que enalteceu a iniciativa de promoção da cultura empreendedora tecnológica e o apoio dos parceiros. O encerramento foi com a consultora do Sebrae, Paula Cristina Teixeira Pereira, que anunciou para agosto o próximo ciclo do Start Presidente Prudente.

Atualmente, 17 startups estão inseridas no primeiro ciclo e apenas uma delas é conduzida por mulher. São parceiras locais do Sebrae regional, dirigido por José Carlos Cavalcante, além da Unoeste e Fatec, a Associação Comercial e Empresarial (Acipp), Incubadora Tecnológica de Presidente Prudente (Intepp), Fundação Inova Prudente, Unesp, Toledo, Etec Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, Senai, Associação das Empresas Produtoras de Software do Oeste Paulista (PoloIN) e Prefeitura com as secretariais de Tecnologia da Informação e Desenvolvimento Econômico (Sedepp). Estiveram presentes no meetup o presidente da Intepp, Dione Ferrari; o presidente da Fundação Inova, Diego Andreasi; e o secretário municipal de Cultura, Yuri Reis.