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Pesquisadores da Unoeste deixam portas abertas na Inglaterra

Qualidade de estudos produzidos geram elogios e motivam colegas ingleses em abrir possibilidade de intercâmbio


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Foto: João Paulo Barbosa Pesquisadores da Unoeste deixam portas abertas na Inglaterra
Ceci e Barbosa: bons resultados obtidos no pós-doutorado na Inglaterra
Foto: Cedida Pesquisadores da Unoeste deixam portas abertas na Inglaterra
Orquídea Disa Uniflora, uma das espécies utilizadas na pesquisa
Foto: Cedida Pesquisadores da Unoeste deixam portas abertas na Inglaterra
Espécie Dactilorhyza fuchsii: outra espécie de orquídea pesquisada


Após oito meses em missão científica no Reino Unido, os professores pesquisadores Nelson Barbosa Machado Neto e Ceci Castilho Custódio retornam à Unoeste. No Kew Royal Botanic Gardens, o Jardim Real Botânico da Inglaterra, desenvolveram três pesquisas sobre fertilização, maturação e conservação de sementes de orquídeas junto ao Millennium Seed Bank Project, o projeto global de armazenamento de sementes com a finalidade de preservar a biodiversidade mundial. A qualidade dos estudos resultou em elogios e motivou os pesquisadores ingleses em manter as portas abertas, com a possibilidade de intercâmbio para professores e alunos.

Amparados pelo governo federal, com bolsas de estudos do programa Ciência sem Fronteiras, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o casal de doutores se propôs em produzir duas pesquisas, que eram as de maturação de sementes e de armazenamento de sementes, mas foram além, ao pesquisarem a fertilização, por conta de encontrem orquídeas em fase de florescimento. Machado e Ceci conquistaram a admiração de seus colegas, pelo volume de trabalho, aliado à dedicação para com a qualidade e à ousadia em desenvolverem experimentos no mínimo arriscados.

Em reunião científica, ocorrida pouco antes do início do recesso de final de ano, o líder do grupo de 10 pesquisadores que os recepcionaram, Hugh Pritechard, os classificou como extremamente ousados, por proporem um trabalho arriscado. “Tinham muitos gargalhos que poderiam comprometer os projetos”, explica Barbosa. Daí, os elogios, por serem audazes em propor e cumprir. A colaboradora Louise Colville apontou para a qualidade do trabalho e ao fato de que os pesquisadores da Unoeste trabalharam bastante, aproveitando ao máximo o tempo da estadia internacional.

O gerente do Millennium, Paul Smith, manifestou agradecimento pelo trabalho realizado e disse esperar o retorno dos brasileiros em outras oportunidades, preconizando parcerias. “Isso é importante para nós pessoal e institucionalmente, abrindo a possibilidade de intercâmbio aos nossos colegas da Unoeste; professores pesquisadores e também alunos”, comentam Barbosa e Ceci e manifestam satisfação com o aprendizado acadêmico e de vivência humana, com as previstas publicações científicas e pelas relações interinstitucionais que poderão ser de mão dupla: enviar e receber pesquisadores.

O momento é de produção dos relatórios a serem enviados ao CNPq até o começo de março, após o que receberão o certificado do termo de estágio. O primeiro de três artigos científicos está em fase de produção e os demais dependem de análises estatísticas, etapa em que também contam com o deliberado apoio do tutor Marks Timothy. A expectativa é de que até o final deste ano ocorram as publicações sobre os experimentos com duas espécies: a Dactilorhyza fuchsii, nativa da Europa, e Disa Uniflora, nativa da África do Sul.

Gratidão – Nelson e Ceci agradecem o apoio da Reitoria da Unoeste, por intermédio da Pró-reitoria Acadêmica e da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, que permitiram suas ausências, respectivas, das aulas na graduação (ele, Agronomia e Ciências Biológicas; ela, Agronomia e Zootecnia) e nos programas de mestrado e doutorado em Agronomia. Também manifestam gratidão e elogiam o CNPq por financiarem pesquisadores brasileiros em missões científicas internacionais, contemplando o doutorado e o pós-doutorado, além de oferecer bolsas sanduíches aos estudantes de graduações.

Durante os estudos no Reino Unido, o casal participou de um congresso internacional em Antália, no sul da Turquia. Fora do trabalho, passaram por alguns dias em Paris (França), Dublin (Irlanda), Edimburgo (Escócia) e Cardiff (País de Gales). Na Inglaterra tiveram a oportunidade de conviverem com três pesquisadores brasileiros: Manuel Lima Júnior, da Universidade Federal de Manaus em pós-doutorado com bolsa CNPq; Ivana Oliveira Virgens, da Universidade Estadual da Bahia, e Simone Pohl, da Universidade Federal de Pelotas/RS, ambas em doutorado sanduíche com bolsa da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De 6 de maio do ano passado a 6 de janeiro deste ano, os pesquisadores – juntamente com  um casal de filhos gêmeos de seis anos e a babá (custeados por conta própria) – fixaram moradia em Crawley, a meio caminho entre Londres e Brigton, cidade com a metade da população de Presidente Prudente (cerca de 100 mil habitantes) e que tem um dos aeroportos que servem a capital. Local tranquilo, sendo que o boletim policial, da escola de periferia onde os filhos fizeram o primeiro ano do ensino fundamental, registrou no bairro, no decorrer de 1 ano, apenas cinco furtos a objetos no interior de veículos.

Entre outros fatos que chamaram a atenção do casal estão os de que os bares são frequentados por famílias, incluindo crianças, e fecham pontualmente às 23h; que a notícia sobre uma pessoa presa conta os fatos e anuncia o dia do julgamento; e a mídia dá maior importância para acontecimentos que sirvam de espelho a outras ações, que ajudem a construir uma sociedade melhor. Um exemplo é a notícia da moça que ao concluir o doutorado na renomada universidade de Cambridge, retorna à sua cidade e passa seis meses atuando como voluntária na escola onde fez o ensino fundamental, contribuindo na melhoria da qualidade do ensino.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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