Visita à Ocupação Anchieta aborda saúde mental e exclusão
Atividade envolveu alunos da Unoeste Guarujá, que conheceram a história do antigo manicômio no local e a atual realidade das famílias que ocupam o espaço

No último sábado (31), estudantes dos cursos de Medicina e Psicologia da Unoeste Guarujá participaram de uma visita à Ocupação Anchieta, localizada na cidade de Santos. A atividade foi conduzida pelo psiquiatra e professor preceptor Laerte Romualdo Santos, que destacou a relevância da vivência para a formação acadêmica e humana dos alunos.
Durante a visita, os estudantes assistiram a um documentário sobre o antigo hospital psiquiátrico que funcionava no local, um espaço que por muitos anos simbolizou a exclusão social e o modelo manicomial de tratamento. A exibição proporcionou reflexões sobre os avanços e desafios na luta antimanicomial e na garantia dos direitos das pessoas em sofrimento psíquico.
Além da experiência histórica, os participantes foram recebidos pelos atuais moradores da Ocupação Anchieta. O contato direto com essas realidades promoveu um importante exercício de empatia e compreensão social por parte dos estudantes.
Laerte ressaltou que a atividade foi muito bem recebida pelos estudantes. “O feedback dos alunos foi muito positivo! Acreditamos que foi uma importante contribuição para a formação de cada um deles”, afirma. Para ele, o encontro aproximou os futuros profissionais das questões que envolvem saúde mental, vulnerabilidade social e cidadania.
Formação prática
Para a estudante de Psicologia Gláucia Silva de Souza Cerqueira, a visita ampliou sua percepção sobre a realidade da saúde mental no Brasil.
“Confesso que foi uma experiência enriquecedora, pois não tinha ideia da situação vivida na época do manicômio nem da atual ocupação. Como futura profissional, essa visita me deixou com um olhar diferenciado e pode contribuir na escolha da atuação que irei seguir. Espero que tenhamos mais visitações em outros lugares. Essa prática faz muito sentido na compreensão da nossa teoria”, relata.
Já para Thais Aparecida Moura, do 3º termo de Medicina, a vivência reforçou a importância da escuta e da personalização do cuidado. “Aprendi sobre os erros cometidos na história da psiquiatria, como isso ainda afeta os pacientes e como a saúde evoluiu. Ver a realidade das famílias que vivem ali me fez refletir sobre o quanto devemos considerar a equidade no atendimento, um dos princípios do SUS”, destaca.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste