Estudo propicia capacitação em recurso educacional a cegos
Projeto piloto de metodologia para uso do Lego Braille Bricks é aplicado pela 1ª vez para profissionais de secretaria municipal

Estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), na Unoeste em Presidente Prudente, tem projeto piloto aplicado em formação docente na rede de ensino de Aracruz, cidade litorânea do estado do Espírito Santo; distante 1.572 km.
O fato é comemorado junto ao mestrado e doutorado, por disseminar o uso do Lego Braille Bricks (LBB) em conformidade com o pioneiro programa formativo on-line, com encontros síncronos semanais pela equipe interinstitucional de pesquisadores.
Além do programa da Unoeste, está envolvido o Centro de Promoção para Inclusão Digital, Escolar e Social (Cpides) do campus da Unesp em Prudente; em parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos (FDNC).
Políticas públicas
A formação em Aracruz, na terça-feira (27) desta semana, ocorreu na Câmara Municipal; inclusive pelo caráter de estimular políticas públicas para que tal ferramenta de inclusão seja utilizada por professores das redes de ensino.
A professora pesquisadora Dra. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen tem desenvolvido e orientado a produção de pesquisas sobre o tema e mantido intercâmbio acadêmico e científico com instituições de outros países.
É autora da metodologia Microteaching Lesson Study (MLS), utilizada para apoiar o desenvolvimento profissional docente mediante abordagem Construcionista, Contextualizada e Significativa (CCS).
Formato híbrido
A atividade em Aracruz foi organizada pelo Setor de Educação Especial e Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com a Fundação Dorina Nowill. Participaram diretores, professores, pedagogos e assistentes de educação.
Em formato híbrido, a formação teve o envolvimento remoto da tutora cega Margareth de Oliveira Olegário Teixeira, do Rio de Janeiro, e da tutora Cintia Benites Fabel, doutoranda na Unoeste, orientada pela Dra. Elisa
Conforme a orientadora, Cíntia tem a experiência de quem atuou em duas edições como tutora no curso “Formação de Educadores para Uso do Lego Braille Bricks”, que está na sua 12ª edição.
Preparação de tutores
Curso que faz parte de pesquisa da Dra. Elisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo fomento às bolsas de Produtividade em Pesquisa, que finalizará em julho de 2025.
Quatro docentes do PPGE já fizeram o curso e duas delas agora atuam como tutores do próprio curso. Na Unoeste tem kit Lego Braille Bricks na Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp).
Os professores da Faclepp desenvolvam atividades pedagógicas para alfabetização lúdica e inclusiva. A pesquisa do doutorado de Cintia ocorre na linha “Políticas Públicas em Educação, processos formativos”.
Políticas educacionais
O título é “Políticas Educacionais Articuladas para a Inclusão Escolar de Estudantes da Educação Especial”. O objetivo é analisar como uma Secretaria Municipal de Educação pode realizar um trabalho articulado com a Saúde e Assistência Social.
Essa articulação é para atender as políticas públicas educacionais inclusiva, para que as secretarias de ensino conheçam e efetivem os direitos e garantias do acesso, permanência e participação dos Estudantes Público da Educação Especial (PEE).
Todas as crianças
A Semed de Aracruz foi a primeira a participar da elaboração do piloto para construção do processo formativo; conforme a Dra. Elisa que explica o que é exatamente o Kit Braille Bricks.
“É um recurso educacional que visa promover a inclusão e a aprendizagem de crianças com deficiência visual desde o início da alfabetização, mas também ajuda qualquer pessoa a aprender de uma forma divertida e inclusiva”; pontua.
Comenta que o kit é formado por peças do Lego tradicional, mas cujos pinos são organizados de forma a corresponder a letras, números e símbolos matemáticos do sistema Braille.
“Além disso, cada peça tem a representação impressa do que representa na sua parte inferior, o que possibilita que todas as crianças brinquem e aprendam juntas, independentemente de possuírem deficiência visual ou serem videntes”, diz.
Produção na Dinamarca
Kit com 340 peças é produzido na Dinamarca e distribuído gratuitamente para aproximadamente 30 países, entre eles está o Brasil. O diferencial brasileiro está no pioneirismo do desenvolvimento do programa formativo on-line.
“A ideia por trás do kit começou como peças do tipo Lego, marcadas com o Sistema Braille e uma prancha desenhada para e pela agência de comunicação e publicidade Lew'lara/TBWA”, diz a Dra. Elisa.
“Após estudos e experimentos da Fundação Dorina Nowill para Cegos o modelo original foi modificado. Junto com o símbolo Braille, a letra correspondente foi colocada a tinta, tornando o brinquedo acessível a todas as crianças”, conta.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste