Estudantes integrarão missão humanitária em área indígena
Eles foram selecionados pelo projeto Univida e agora, arrecadam roupas e agasalhos em Presidente Prudente para levar a aldeias em julho

Quatro estudantes de Medicina da Unoeste se preparam para uma missão especial no mês de julho: melhorar as condições de saúde e a qualidade de vida dos povos indígenas da Reserva de Dourados, em Mato Grosso do Sul, entre os dias 11 e 18 de julho. Eles vão participar da Missão Univida Dourados 2025, organizada pela Associação Humanitária Universitários em Defesa da Vida (Univida) e a Diocese de Jales, e já começaram a arrecadar doações para colaborar com os trabalhos.
Bruna Girotto Dornelas, Isadora Lobato de Mauro, Lucas Barbosa de Oliveira e Maria Fernanda Monteiro Gurado foram selecionados para participar do projeto, inédito entre os estudantes da faculdade. Essa seleção veio por meio de parceria do comitê universitário local da IFMSA (International Federation of Medical Students Associations), uma organização internacional com estudantes de medicina de todo o mundo.
Isadora Lobato conta que este é o primeiro contato da Medicina Unoeste com o a entidade, e por isso, a ação desse ano trará “reconhecimento” – em que os estudantes vão poder aprender muito, mas que os envolvidos da Univida também conhecerão o trabalho dos alunos da Unoeste e ampliar essa parceria. “Eles realmente queriam conhecer a nossa faculdade, ver como o projeto é sério, para que no ano que vem, consigam abrir mais vagas”, conta.
O projeto se propõe a levar jovens universitários ao contato com populações em risco social, na expectativa de que eles respondam a esta experiência humanitária tornando-se profissionais conscientes de seu papel social. A missão não envolve apenas a Medicina, mas também estudantes e profissionais envolvidos com Odontologia, Psicologia, Fisioterapia e Nutrição de várias partes do país.
“São aproximadamente 350 participantes de cerca de 20 faculdades. É uma realização para nós, porque todo mundo já ouviu falar e sonhou com projetos como o Doutores da Alegria, Doutores sem Fronteiras... Então é um desejo dos alunos de Medicina e de outras áreas da saúde fazerem a diferença em outros lugares”, afirma Isadora.
A estudante Bruna Girotto Dornelas, que também participará da missão, disse que a busca pelo voluntariado veio pelo mesmo sentimento que a levou a escolher a Medicina: o desejo profundo de fazer a diferença na vida das pessoas.
“Acredito que todos nós temos algo a aprender e algo a oferecer. Vivenciar uma cultura diferente, com outros costumes e modos de vida, é uma oportunidade valiosa de sair da nossa zona de conforto, de enxergar o mundo com outros olhos e de nos conectarmos de forma mais humana com o outro”, conta.
Projeto Univida
O edital de inscrições deixa claro como funciona a missão em terras indígenas: conforto não se adequa aqui.
“As equipes enviadas são compostas por profissionais focados que entendem que estão empenhados ao máximo para atender com qualidade o maior número possível de pessoas necessitadas, às vezes ao ar livre! O foco do trabalho são as pessoas”, consta no documento.
A intenção é ter um “espírito de serviço”, convivendo com pessoas desconhecidas até então. Também é fundamental “respeitar os costumes, hábitos, tradições e crenças da comunidade local; Interessar-se pela comunidade e fazer prevalecer o interesse coletivo sobre o individual”, traz o texto assinado pelo Padre Eduardo Alves de Lima, presidente da Univida e coordenador das Missões Univida.
Segundo publicação da Prefeitura de Dourados, aproximadamente 20 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena vivem nas aldeias Jaguapiru e Bororó, na reserva de Dourados, em uma área de 3,5 mil hectares.
Novas realidades
Abdicar dos compromissos de uma semana inteira será necessário para conseguir desempenhar esse papel como voluntário. Mas os estudantes enxergam esse momento como uma grande oportunidade de humanização.
“Eu imagino que ter o contato com uma diferente cultura vai me permitir ver a realidade com outros olhos. Sempre que vivemos outra realidade, nossa mente expande. É ter empatia e compaixão – e na compaixão, você age. Então, vamos ter uma troca grande de experiências”, explica Isadora.
Bruna também entende este momento como transformador. “Estar presente em uma comunidade que muitas vezes carece de atenção e cuidado é um convite ao acolhimento, à escuta e, acima de tudo, ao compartilhamento de amor. Acredito que experiências assim não apenas nos transformam como pessoas, mas também nos moldam como profissionais mais sensíveis, empáticos e conscientes do nosso papel no mundo”, finaliza Bruna.
Campanha para arrecadar doações
Para poderem colaborar ainda mais com a reserva, o grupo de alunos deu início a uma campanha no campus 1 da Unoeste, para arrecadar roupas em bom estado para destinação à comunidade indígena.
São recebidos roupas, agasalhos, jaquetas e calçados. “Precisamos, principalmente, de roupas de frio, pois lá chega a fazer 2º C”, relata Isadora.
As caixas para doação estão nas entradas dos blocos B e H. É só trazer as roupas e depositar na caixa até o dia 15 de junho.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste