Metodologias de projetos e foco no humano impactam formação

Tese de doutorado em Educação corrobora a hipótese de que a extensão universitária mediada pela aprendizagem baseada em projetos e o design centrado no ser humano contribuem para transformação social e impactam na formação dos estudantes. 

A pesquisa do estudo desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Unoeste relevou ganhos significativos aos estudantes de curso de Direito em uma instituição do interior paulista e à sociedade.

Aplicado em entidade de assistência social ao deficiente visual, o projeto envolveu 24 estudantes cujas ações foram analisadas durante as atividades de extensão com aplicação das duas metodologias.

As abordagens ofertaram elementos inovadores que vão ao encontro das propostas da extensão com atividade além da sala de aula, conforme a autora do estudo, a professora universitária com formação em Direito, Ana Augusta Rodrigues Westin Ebaid.

“Essas abordagens pedagógicas influenciaram positivamente a construção do conhecimento, promovendo impacto na sociedade. A integração dessas metodologias estimula a autonomia, colaboração e criatividade”, afirma.

São condições que enriquecem tanto o aprendizado acadêmico quanto o desenvolvimento social, de acordo com resultados da tese produzida com a orientação da professora doutora Raquel Rosan Christino Gitahy. 

Tipo ação-intervenção 

Levada à defesa pública na tarde dessa segunda-feira (24) a tese foi avaliada presencialmente pelas professoras doutoras Camélia Santina Murgo e Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, nas condições de membros internos.

Remotamente, as avaliadoras externas foram as professoras doutoras Cláudia Karina Ladeia Batista e Etiene Maria Bosco Breviglieri. Ambas da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS).

Com o título “Aprendizagem baseada em projetos e o design centrado no ser humano na extensão universitária no curso de Direito” a tese resultou da pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo ação-intervenção.

A intervenção foi por meio de projeto de extensão com o uso da aprendizagem baseada em projetos e do design centrado no ser humano, que teve a pesquisadora como responsável pela equipe de estudantes para atender dez pessoas com deficiência visual.

Ampla coleta de dados 

A coleta de dados incluiu questionário sobre os perfis dos estudantes participantes da pesquisa e das pessoas com deficiência; e roda de conversa entre as partes, sediada na Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos.

O questionário serviu para levantamento dos possíveis problemas envolvendo os direitos garantidos no Estatuto da Pessoa com Deficiência; sobreacesso ao esporte, ao turismo e ao lazer, em igualdade de condições com as demais pessoas.

Teve também coleta de dados de observação da discussão entre os estudantes para levantar o problema da pesquisa e as propostas de solução do problema observado, partindo de muitas ideias pensando na aplicação e solução. 

Outra ferramenta para coletar dados foi a intervenção registrada na plataforma Trello durante a realização das intervenções com a aplicação da aprendizagem baseada em projetos aliada ao design centrado no ser humano.

Ainda como coleta, teve roda de conversa a fim de compreender o impacto do desenvolvimento da extensão pautada na aprendizagem baseada em projetos aliada ao design centrado no ser humano, na formação dos estudantes e na transformação social.

Análise em três eixos 

A análise de dados foi realizada por meio da leitura flutuante cruzando com a base teórica delineada em três eixos, conforme a autora do estudo e que esteve a frente da proposta, da coleta de dados e da própria análise. 

Os eixos: desenvolvimento de projeto de extensão universitária; aprendizagem baseada em projetos para extensão universitária no curso de Direito e aprendizagem baseada em projetos e o design centrado no ser humano.

O minucioso estudo possibilitou as conclusões quanto ao impacto das metodologias na formação acadêmica com contribuição social e reflexos positivos na vida pessoal. A professora Ana Augusta foi aprovada para receber o título de doutora em Educação.