Fórum de Saúde do Enepe debate inovação tecnológica
Evento da Unoeste discutiu os impactos das novas tecnologias, o absenteísmo e os desafios da saúde mental entre profissionais do serviço público

O 20º Fórum de Saúde e Humanização do SUS, realizado pela Unoeste, promoveu uma ampla reflexão sobre o tema “Inovação Tecnológica e Humanização no Cuidado à Saúde do Trabalhador – Absenteísmo no Serviço Público”.
O encontro reuniu profissionais da saúde, docentes e alunos, contando com a participação do engenheiro civil com especialização em saúde do trabalhador Álvaro Henrique Benini e mediação do professor doutor Décio Gomes de Oliveira.
Durante a abertura, na tarde desta quarta-feira (22), no Teatro César Cava, o professor Décio destacou a relevância do tema no atual contexto das transformações tecnológicas.
“Vivemos uma revolução tecnológica que alterou também as formas de adoecimento nos ambientes de trabalho. Precisamos discutir o impacto disso sobre o ser humano, enquanto trabalhador e cidadão”, afirmou.
Ele ressaltou que a universidade tem papel essencial na formação de profissionais sensíveis e comprometidos com a saúde coletiva.
“Não basta formar tecnicamente. É preciso formar profissionais que compreendam o sofrimento e os desafios dos trabalhadores. Nosso papel é sensibilizar para depois conscientizar, quebrando paradigmas e ressignificando práticas de ensino e cuidado”, completou.
O Dr. Décio comemorou a realização da 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT) e o avanço e valorização das pautas trabalhistas.
“Este é um ano de vitória. A 5ª Conferência abriu espaço para repensar o olhar que o governo e os empregadores têm sobre os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. Nosso fórum vem justamente para contemplar esse movimento e reforçar a importância da humanização dentro dos ambientes de trabalho”, destacou.
Por fim, o docente ressaltou ainda que o evento da Unoeste fortalece o diálogo entre a academia e o poder público, estimulando a formação de profissionais mais conscientes e engajados com a saúde coletiva.
“A universidade tem um papel essencial ao promover esse tipo de debate, pois prepara futuros profissionais para enxergar o trabalhador como sujeito de direitos e não apenas como força produtiva”, afirmou.
O engenheiro Álvaro Benini apresentou dados sobre o absenteísmo no serviço público, destacando o crescimento de afastamentos por transtornos mentais e tensões emocionais.
“As doenças mentais estão entre as principais causas de afastamento. Elas geram prejuízo não apenas para as instituições, mas também para o próprio trabalhador, que perde qualidade de vida”, explicou.
Segundo ele, o primeiro passo para enfrentar o problema é o diagnóstico correto.
“Precisamos mapear a realidade das organizações e criar estratégias que promovam ambientes mais saudáveis, com menos conflitos e mais acolhimento”, observou.
Para Benini, discutir o tema em um espaço acadêmico é fundamental para preparar futuros profissionais da saúde.
“Esses estudantes serão gestores, empreendedores ou servidores. Saber lidar com o absenteísmo e compreender suas causas é essencial para um futuro com relações de trabalho mais humanas”, concluiu.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste