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Prudente amplia mobilização sobre conscientização do autismo

Coordenadoria estima até 4,34 mil autistas na cidade que está implantando um centro de referência municipal


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Foto: Homéro Ferreira Prudente amplia mobilização sobre conscientização do autismo
Medicina: estímulos sensorial com massa de modelar, caroço de feijão e bolinha de isopor

A 2ª Caminhada pela Conscientização do Autismo, domingo (2) de manhã no Balneário da Amizade, foi 150% maior que a primeira edição realizada no ano passado, saltando de cerca de 200 para 500 participantes. Fato visto como positivo pela Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência, diante do entendimento de que saber como os autistas se comunicam e interagem, leva a comunidade a conviver melhor com a diversidade do espectro autista. Isso é importante para que sejam tratados com respeito e dignidade, dando a eles a oportunidade e equidade de direitos. São de 2,13 mil a 4,26 mil autistas em Presidente Prudente.  A segunda edição também teve aumento de parceiros apoiadores e conhecedores da causa, incluindo a Unoeste que ofertou atividades por meio dos cursos de Fisioterapia e de Medicina.

A estimativa de pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na cidade de 231 mil habitantes (IBGE, 2022) leva em consideração o recente índice do centro e controle de prevenção de doenças nos Estados Unidos, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), divulgado em 23 de março de 2023; referência utilizada no mundo todo. Índice divulgado a cada dois anos e que apresentou aumento de 22% na prevalência do autismo, passando de 1 por 44 em 2012 para 1 por 36 no levantamento de dados de crianças até 8 anos. O neurologista brasileiro Allison Renato Muotori, pesquisador na Universidade da Califórnia, credita o crescimento da identificação de pessoas autistas em decorrência da melhora do diagnóstico e não por fatores biológicos.

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, em 2 de abril, foi instituído em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de informar a população para reduzir a discriminação e o preconceito a quem tem o transtorno. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) de 1% a 2% da população mundial de 8 bilhões tem o transtorno, o que representa de 80 milhões a 160 milhões de pessoas. No Brasil são de 2,13 milhões a 4,26 milhões, da população de 213,3 milhões de habitantes. O mesmo cálculo ocorre em relação aos números de Prudente. Na Rede Municipal de Educação são 456 alunos com TEA, dentro do universo de 17.634, com idade de zero a10 anos; do berçário ao primeiro ciclo do ensino fundamental. 

Prudente terá o CREA-TEA

Conforme o coordenador municipal da pessoa com deficiência Carlos Augusto de Carvalho Filho, professor do curso de Educação Física e coordenador do ensino a distância nessa área na Unoeste, os dados do número de alunos com o transtorno, que em percentual representa 2,5%, são provenientes de informações junto à Secretaria Municipal de Educação (Seduc). Outra informação relevante do coordenador é a de que já são 230 pessoas com a carteira de identificação do TEA, “por conta que o autismo não está na cara”, pontua. A carteira pode ser obtida na sede da coordenadoria, instalada na Praça da Juventude e Longevidade Lucas Nalin Paschoalin, ao lado da Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Otelo Milani Junior, mais conhecida como Cohabão.

Na abertura do evento, a secretária municipal de assistência social Clélia Tomazini anunciou a implantação do Centro de Referência do Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA) que irá funcionar em espaço a ser reformado e ampliado na Secretaria Municipal de Esportes de Presidente Prudente (Semepp). O projeto está pronto e as obras serão iniciadas em breve, para as quais o prefeito Ed Thomas obteve parte dos recursos com o deputado federal Vinicius Carvalho, que destinou R$ 500 mil. A secretária disse ser muito importante atender a família que precisa de orientação e apoio quando recebe o diagnóstico. Enalteceu a mobilização da comunidade e agradeceu as parcerias, citando cada parceiro, incluindo a Unoeste.

A 2ª Caminhada pela Conscientização do Autismo também foi prestigiada pelo vice-prefeito Izaque Silva; o secretário municipal de Turismo, Adolfo Padilha, e o secretário adjunto Miguel Francisco; a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Lucimara Rodrigues, e o assistente da Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência, o cadeirante Salvador Neto, que conduziu o cerimonial e esteve à frente da caminhada simbólica, nas dependências do balneário na divisa de Prudente e Álvares Machado. Conforme o coordenador Carlos Augusto, a região tem absorvido o que tem sido feito na cidade, citando como exemplo a criação de conselho municipal em Rosana e de realização de caminhada em Pirapozinho.

Foto: Homéro Ferreira Fisioterapia: Atividade voltada ao desenvolvimento da criança ao passar por túnel e saltar obstáculos
Fisioterapia: Atividade voltada ao desenvolvimento da criança ao passar por túnel e saltar obstáculos

Significativa contribuição

Neste contexto de grande relevância, a Unoeste oferece mais uma significativa contribuição dentre as tantas prestadas na cidade e região. Projeto do curso de Fisioterapia, cadastrado na Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), levou ao evento atividades psicomotoras com foco no fortalecimento, coordenação, equilíbrio, alongamento e interação social. Estudantes foram orientados e acompanhados pela professora Dra. Maria Tereza Artero Prado Dantas, aos quais foi dada a oportunidade de vivenciar a diversidade do quadro do TEA e inclusão; e contato direto com as famílias. As atividades estiveram voltadas para promover mudança no comportamento e estímulo à prática de exercícios e estimulação motora.

Estudantes do curso de Medicina fizeram coleta de dados com adultos para saber se têm alguém em suas casas diagnosticado com TEA; sendo que, em caso positivo, se frequenta escola e se faz terapia, etc. Em três estações, proporcionaram para as crianças atividades com massa de modelar, pintura e desenhos, e cabine sensorial: um espaço simulador de como o portador de TEA tem os sentidos hiper estimulados. Adultos tiveram a oportunidade de vivenciar a super estimulação, através de fone de ouvido, som alto de pessoas falando; o incômodo de lixas no lugar de etiquetas de um colete; e luz da lanterna de celular direcionada aos seus olhos. Simultaneamente, tendo que responder várias perguntas, feitas seguidamente.

Após a experiência na cabine sensorial, os sentimentos mais comuns foram descritos como sensação horrível, falta de entendimento das coisas, grande confusão e que nunca haviam sentido o que o autista sente. “A experiência traz a consciência”, disse a tia de um portado do transtorno, a consultora de imagem e estilo Ariadne Teina Justino Alves que faz graduação em educação especial e que sugeriu que a atividade da cabine sensorial seja levada às escolas, para que o professor possa entender porque o aluno tem dificuldade de aprender e de ficar sentado na sala fechada. A sugestão foi feita à presidente e à diretora de marketing da Liga Universitária de Psiquiatria, Luisa de Oliveira França Teixeira e Maria Julia Lima Oliveira.

 

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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