Pesquisa avalia exigência térmica em cultivares de algodão
Experimentos compreenderam dois ciclos distintos de maturação e foram desenvolvidos em três regiões do estado do Mato Grosso

Com a avaliação de sete cultivares modernos de algodão, pesquisa estabelece a exigência térmica de cada um. A consequência está em oferecer subsídios aos técnicos e produtores sobre o manejo e o posicionamento dos cultivares.
Orientador e avaliadores da defesa pública da dissertação de mestrado do engenheiro agrônomo Uérverton dos Santos Rizzi consideraram a pesquisa como complexa e, portanto, de difícil síntese; além de profunda e de qualidade.
O estudo levou em conta que o algodoeiro é produzido em áreas bem distintas e que o desenvolvimento da planta é afetado fortemente pelas condições do ambiente, principalmente da temperatura.
Daí o experimento com cultivares de diferentes ciclos - tardio, médio, médio-precoce e precoce – nos municípios de Campo Verde, Sorriso e Sapezal; localizados em diferentes regiões geográficas do estado do Mato Grosso.
As avaliações ocorreram da emergência ao botão floral; da emergência à primeira flor branca; do botão floral à primeira flor branca; da emergência ao primeiro capulho; e da emergência à colheita.
Avalições importantes
Os experimentos ocorreram durante a safra 2023/24 e no estado de maior relevância nacional em algodão, que detém 71,6% da produção do país que é de 2,651 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2024).
Com 72,6% da área semeada no Brasil, Mato Grosso, em 1,415 milhões de hectares, a produtividade é de 1,874 kg de pluma por hectare; com 88% do algodão semeado em segunda safra. Dados que demonstram a importância da pesquisa no estado.
Os experimentos conduzidos por Uéverton, orientado pelo Dr. Fábio Rafael Echer e coorientado pelo Dr. Juan Piero Antônio Raphael, contribuem para o avanço do desenvolvimento regional com reflexos no mercado brasileiro e internacional.
Os procedimentos adotados, incluindo materiais e métodos, permitiram algumas avaliações importantes, mas principalmente como a temperatura pode influenciar o desenvolvimento e, consequentemente, no ciclo do algodoeiro.
Dentre os resultados, constatou-se que cultivares de diferentes tipos apresentam respostas diferenciadas à soma térmica, com variação de 31 dias e 270 graus-dia acumulados entre os materiais de ciclos distintos.
Também foram constatadas as existências cultivares com ciclos bem definidos, durante todas as fases do desenvolvimento; sendo que algumas apresentam particularidades no desenvolvimento e na transição entre as fases fenológicas.
Conforme o autor do estudo, são especificidades não necessariamente vinculadas ao ciclo específico de cada cultivar. “O ciclo dos cultivares está diretamente relacionados à soma térmica e à genética do material”, pontua.
Na sequência explica que essa condição resulta em diferentes dinâmicas de desenvolvimento, mesmo dentro de um mesmo ambiente produtivo. “A consequência é ajustar o manejo e o posicionamento dos cultivares”, explica o orientador.
Nível de excelência
Para o avaliador Dr. Ciro Antonio Rosolem, professor titular aposentado da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp em Butucatu, Uérveton fez um trabalho de muito fôlego e de qualidade.
O avaliador Dr. Jean Louis Belot, do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), elogiou a qualidade do trabalho com relação aos experimentos, a qualidade da redação da dissertação e a defesa oral.
Ambos avaliadores (on-line) abriram ampla discussão, oferecendo contribuições para robustecer ainda mais os resultados encontrados, visando publicações científicas. O Dr. Fábio afirmou que as contribuições foram acatadas, visando o nível de excelência.
Uéverton, consultor na área de sementes, foi aprovado na segunda-feira (14) para receber o título de Mestre em Agronomia. Seu estudo ocorreu em projeto de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI).
Com o aval do Ministério da Educação, a colaboração foi firmada em 2022 entre a Unoeste, de Presidente Prudente (SP), e o Centro Universitário Unilasalle, de Lucas do Rio Verde (MT), com as aulas que começaram em 2023.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste