Doutoranda em meio ambiente faz parte da pesquisa na Espanha
Estudo sobre saúde mental em espaços universitários adota o conceito do design biofílico, voltado á criação de ambientes naturais
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Mais de 700 estudantes da Universidade de Córdoba responderam questionário de pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (Madre), pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado.
A arquiteta Samara Peruzzo Gusman passou seis meses na instituição espanhola e para a sua orientadora Dra. Alba Regina Azevedo Arana o doutorado sanduíche demonstra um compromisso com a excelência e a disposição de explorar novas perspectivas.
Diz ainda que tal condição qualifica a doutoranda não apenas como uma pesquisadora de alto nível, mas também como ponte entre diferentes culturas científicas, “o que é fundamental para o avanço da pesquisa global”.
O intercâmbio foi custeado pelo Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), agência de fomento à pesquisa brasileira, vinculada ao Ministério da Educação.
Caráter inovador
Samara foi recebida pelas pesquisadoras Dra. Gema Florido Trujillo, professora titular de geografia humana, e Dra. Maria Luisa Ramires Lopes, com as quais teve encontros de orientações e abriu a perspectiva de publicação de artigo interinstitucional.
O caráter inovador de sua pesquisa foi bem recebido, considerando que o uso da biofilia na arquitetura consiste em privilegiar a iluminação natural, a ventilação e o uso de plantas, aliando sustentabilidade e conforto.
Em língua espanhola, foram aplicados questionários com estudantes de dois campi, sendo 363 de um e 343 do outro. Total de 706. Também fotografou ambientes da universidade. Em Prudente, também são em dois campi e em número proporcional.
A permanência na Espanha foi de junho a novembro do ano passado, em Córdoba que é conhecida como a cidade das três culturas, pela presença histórica de mulçumanos, judeus e cristãos.
Diversidade Cultural
A única cidade do mundo que tem uma mesquita dentro de uma catedral e ao lado de um bairro judeu. Presença de diferentes povos que resulta em pluralidade de riqueza em arquitetura, arte e expressão religiosa.
Foram seis meses morando próximo da Mesquita-Catedral no centro de Córdoba, vivendo o encantamento de obras e monumentos centenários e convivendo com pessoas de outras nacionalidades, mas encontrando brasileiros também.
Na casa onde morou conviveu com moças da Espanha, Tunísia e Guatemala. No dia a dia fora da moradia conviveu, predominantemente, com povos da América do Sul: Argentina, Colômbia, Equador e Peru.
A pesquisa de campo foi aplicada nos campi onde ficam instaladas a Faculdade de Filosofia e Letras e Faculdade de Ciência e Tecnologia; em ambientes com vivências enriquecedoras com outras culturas e com a língua espanhola.
Alguns detalhes
Conforme Samara, os espanhóis são receptivos, mas somente a partir do momento em que sabem quem você é. Têm paixão pelo futebol. Porém, não são tão fervorosos como são os brasileiros; embora comemorem as vitórias.
O clube de futebol profissional de Córdoba, que tem o nome da cidade, viveu a conquista do acesso no ano passado, para depois de 5 anos voltar a disputar a categoria prata da LaLiga; e teve comemoração em praça pública.
A exceção das lojas de departamentos, nas demais ocorre a siesta (descanso à tarde) com fechamento das 14h às 17h: intervalo do horário comercial que vai das 9h às 22h, no verão. O calor chega a 40 graus.
Os bares ocupam as calçadas com mesas e guarda-sóis. As praias têm grandes presenças de africanos, pela proximidade dessa região da Europa com a África, continentes separados pelo Estreito de Gibraltar, ao sul da Espanha.
Visão de mundo
Outro aspecto que chamou a atenção de Samara foi não ter árvores nas ruas, somente nos quintais, incluindo jardins. Em casas pátio, com moradias em torno de um pátio central, existe concurso para eleger os jardins mais bonitos.
Nesse breve panorama, Samara revela um pouco do que viu e ampliou a sua visão de mundo; na condição de jovem que fez sua primeira viagem internacional e viveu alguns desafios.
“O desafio de falar e não ser compreendida; do clima com altas temperaturas; e da solidão”, pontua a doutoranda com bolsa Capes e que carrega o histórico de bolsista desde a graduação pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).
Embora tenha feito o ensino básico (fundamental e médio) em escola particular, no Colégio Adventista, conseguiu o Prouni por ser bolsista 100%, pela própria escola. Agora, na reta final do doutorado, sua intenção é a carreira docente.
É que sua mãe Sandra Mara Peruzzo Gusman trabalha na secretaria da escola. Seu pai Mateus de Souza é autônomo (faz massa de pizza). O irmão caçula é Mateus Felipe Peruzzo Gusman. Família orgulhosa pela conquista de Samara.
Conquista significativa
Para a Dra. Alba, na condição de professora e coordenadora do Madre, a internacionalização da pesquisa, especialmente por meio do doutorado sanduíche, tem se mostrado fundamental para o avanço do conhecimento acadêmico e científico.
“Experiência que proporciona ao estudante a oportunidade de interagir com outras abordagens metodológicas, tecnologias e contextos culturais; e fortalecer redes de colaboração global”, diz e afirma que a conquista de Samara é muito significativa.
“Ao viver e estudar em outro país, ela não apenas agregou experiência acadêmica e profissional, mas também adquiriu uma visão mais ampla sobre os desafios e as oportunidades de seu campo de estudo”, destaca.
“Para Samara, essa experiência é marco importante em sua trajetória acadêmica e a posiciona como profissional com habilidades que vão além das fronteiras locais, contribuindo para o fortalecimento da ciência e da pesquisa no Brasil e no exterior”, diz.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste