Tecnologia no ensino fundamental
Primeiramente vale sinalizar que tendemos a achar que tecnologia é tão somente tudo o que está na internet, por ela e por conta dela. Se fizermos um levantamento sobre o significado da palavra tecnologia verificaremos que se trata de técnicas, métodos, processos, enfim elementos voltados a domínios da atividade humana.
Assim, não devemos achar que é um bicho de sete cabeças, porém compreender que suas possibilidades e facilidades de utilização estão cada vez mais presentes e frequentes em nosso dia a dia.
Realizamos compras, pedimos comidas, remédios, solicitamos que pessoas venham até nós, entre outras inúmeras técnicas, métodos e procedimentos para termos o que precisamos e, as crianças nos assistem fazendo isso cotidianamente. Dessa forma, é mesmo muito difícil que os pequenos não percebam que essas ações otimizam nosso dia e nos deixam mais tranquilos.
Existem inúmeras vantagens em usar a tecnologia na infância. Pensando no contexto da escola, os educadores não precisam ter medo do uso da tecnologia, pois as crianças desenvolvem habilidades e o intelecto pela aplicação e uso da tecnologia na sala de aula, uma vez que esta se apresenta como uma ferramenta que pode oferecer outra maneira de as crianças aprenderem e compreenderem seu mundo.
Além disso, é extremante importante salientar que no âmbito educacional é fundamental treinar e capacitar os educadores, que são detentores de conhecimentos pedagógicos, o suficiente para decidirem se seria ou não adequado o uso da tecnologia para o desenvolvimento de determinada faixa etária, e se de fato a criança se beneficiaria da atividade. A adoção de tecnologia em instituições deve ser definida com metas e objetivos claros, pois, alguns aplicativos de jogos e aprendizado permitem que as crianças prestem mais atenção aos detalhes para concluir as atividades.
Atualmente percebemos o quanto os estudantes tem maneiras diferentes e diversas maneiras de interagir com o conhecimento. Não estamos expressando aqui que devemos esquecer do incentivo ao trabalho em grupo, ao manuseio de livros, das atividades físicas, motoras, deixando de lado um pouco do sedentarismo das atividades que utilizam tecnologias diversas.
O uso de tecnologias pode apresentar uma infinidade de motivações e desenvolvimento pleno dos estudantes. No contexto dos inúmeros jogos de aprendizagem digital a serem selecionados e utilizados por professores para envolver os alunos na sala de aula, podemos ampliar as possibilidades de relação entre as crianças e discussões qualitativas a respeito de um determinado assunto além de estratégias para situações problemas.
No entanto é necessário haver certo equilíbrio entre o uso da tecnologia como fonte propagadora do conhecimento, sem que isto afete outras necessidades de desenvolvimento, como o jogo físico, exploração ao ar livre da natureza; arte, música e dança; aprendendo habilidades sociais específicas e valores morais, com o fim de desligá-los um pouco, senão totalmente, da ilusão virtual que a tecnologia pode influenciar. A palavra de ordem é equilíbrio.
Janaína Pereira é doutora em Educação, docente dos cursos de Pedagogia, Educação Física, Ciências Biológicas e da Pós-Graduação lato sensu presencial e EAD da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).