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Batata-doce, vocação do oeste paulista


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Frita, assada, cozida, ensopada, no purê, no doce ou compondo receitas em geral, a batata-doce é uma das hortaliças mais versáteis na culinária. Embora seja aproveitada principalmente para consumo humano, há grande potencial para industrialização (etanol e produtos alimentícios em geral) e utilização na alimentação animal. Ainda, muito contribui para a segurança alimentar local, pois é alimento energético, barato e rico em vitaminas e minerais.

A batata-doce prefere temperaturas que variam entre 25 e 35°C e desenvolve-se melhor em solos mais leves. Assim, não é exagero dizer que a batata-doce é uma das vocações do oeste paulista, pois a região apresenta temperatura do ar geralmente elevada e solos predominantemente arenosos.  Por estas razões e pela tradição regional, o oeste paulista é um dos maiores polos de produção de batata-doce do Brasil. Inclusive, parte da produção regional é exportada para diversos países, o que indica produção de raízes tuberosas de alta qualidade que atendem padrões de consumidores externos exigentes.

Parte significativa dos cultivos de batata-doce são realizados em áreas de renovação de pastagens, mas muitos produtores têm também incluído a cultura no planejamento de plantio anual por entender seus benefícios de rusticidade, adaptabilidade regional e rentabilidade. Trata-se de cultivo que depende diretamente de mão de obra para diversas operações agrícolas, gerando números importantes de emprego para trabalhadores rurais. A cultura desempenha papel socioeconômico importante, contribuindo diretamente com o desenvolvimento regional, especialmente, para a agricultura familiar.

No entanto, a média de produtividade regional está aquém do potencial de produção da cultura. Faz-se importante ponderar que muitos produtores adotam alto nível tecnológico e, portanto, conseguem altas produções por hectare, mas parte dos produtores ainda apresenta espaço para melhorias em aspectos diversos, como a produção de mudas, os manejos das plantas e do solo, além da adoção de tecnologias. Esta realidade só pode ser mudada com esforço conjunto dos agentes da cadeia produtiva da batata-doce em prol de uma produção mais sustentável e assertiva. 

Por essa razão, ações como a Feira Tecnológica da Batata-doce, conhecida como Batatec, são cruciais para o fomento da batata-doce no oeste paulista. O evento encontra-se na 4ª edição e acontecerá a partir de hoje (20) até domingo (23), no Centro de Eventos IBC em Presidente Prudente (SP). Trata-se de uma grande oportunidade para celebrar a importância da batata-doce da região, bem como de discutir as possibilidades para o contínuo desenvolvimento desta cultura no oeste paulista.

Edgard Henrique Costa Silva é doutor em Agronomia e professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Agronomia e também coordena o Centro de Estudos em Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista (Ceofop) da Unoeste.

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