Tecnólogo: o que é isso?
No último dia 6 de outubro celebramos o Dia do Tecnólogo. Mas o que é isso? O que o Tecnólogo faz? Bem, é importante entender que não é coisa que saiu da cabeça de alguém, ou que foi um quebra galho acadêmico. A realidade é bem mais interessante.
Antes de mais nada o título de Tecnólogo não é novidade, pois existe no Brasil a quase meio século. Sua formação ganhou força em 2002 quando o governo instituiu a formação de forma mais ampla e democratizou a formação, permitindo que instituições privadas pudessem a oferecer de forma mais ampla.
Neste ponto o legislador foi sábio em deixar as instituições apresentarem suas propostas e, depois, padronizar e regular as diferentes denominações. Assim, surgiram centenas de formações que culminaram com a criação, pelo MEC, do Catálogo Nacional de Cursos Tecnológicos.
Nas últimas duas décadas, a formação se consolidou e superou todas as rejeições originadas no começo. Hoje ninguém estranha que alguém optou pela formação, ou que a trate como algo inferior de formação. Por ser uma formação de nível superior, em curto espaço de tempo, angariou algumas resistências, mais por desconhecimento, do que pela brevidade.
A virtude do Tecnólogo é ter uma formação muito bem focada em uma determinada área, com vistas à sua atuação prática no mercado de trabalho. Difere do Curso Técnico, por ser de nível superior, permitindo habilitação em um nível de ação no mercado mais especializada que aquele.
Depois de coordenar curso tecnológico presencial e EaD por mais de duas décadas, tenho orientado as pessoas que me perguntam sobre a escolha de formação: presencial ou EaD, Tecnológico ou Bacharelado?
Bem, a resposta não é simples e a escolha é da pessoa. Como educador não posso ser taxativo sobre o que ela deve fazer, mas apontar as opções. Como profissional de mercado, preciso indicar as potencialidades do mercado a curto e médio prazo. Como professor, procuro inspirar na pessoa o desejo e a vontade de se desenvolver como profissional e cidadão.
Assim, é preciso entender que escolher presencial ou EaD está diretamente relacionado à flexibilidade de tempo do estudante, e não o que é mais fácil ou menos doloroso ou chato. Tive alunos espetaculares tanto no presencial, quanto no EaD. O empenho é do estudante e não da competência do professor. Aprender exige dedicação, independente da forma ou modalidade.
Quanto a Tecnológico ou Bacharelado, depende de algumas variáveis importantes: idade, família, tempo, carreira, nível hierárquico no trabalho, atuação profissional, projeto de vida, entre outros.
Para um jovem recém saído do nível médio, com pouca bagagem pessoal e profissional, o bacharelado é mais indicado. Claro que tem exceções, mas são exceções. Quem já está no mercado de trabalho e precisa de atualização ou se aprimorar, o tecnológico é mais indicado.
Entretanto, existem aqueles que já têm uma formação e deseja uma segunda formação, ou que já está estabelecido na vida e deseja uma formação da qual sempre desejou e nunca conseguiu, aí já é caso a caso.
De qualquer forma, estudar hoje não é mais um desejo, é um prerrequisito para se desenvolver e viver numa sociedade hiperconectada e mergulhada em um mar de informação.
Wilson Roberto Lussari é doutor e coordenador de curso de Gestão Comercial EAD e professor do Núcleo de Educação a Distância (Nead) da Unoeste.