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Pesquisa alerta sobre cuidados no consumo de galinha caipira

Descoberta de vermes no fígado e que podem transmitir toxocaríase humana orienta evitar a carne crua e que seja bem cozida


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Foto: Homéro Ferreira Pesquisa alerta sobre cuidados no consumo de galinha caipira
Joyce Silva: autora do estudo que obteve reconhecimento nacional

O consumo de galinha caipira deve ter a carne bem cozida. O alerta é reforçado por pesquisa que encontrou larvas viáveis (vermes vivos) no fígado desse tipo de ave, transmissores da toxicaríase humana: infecção com consequências danosas.

São implicações variadas e que incluí insuficiências hepática e pulmonar. Se for para o olho, pode diminuir o grau de visão e até provocar cegueira. No sistema nervoso pode causar meningoencefalite e epilepsia, entre outras doenças.

Trabalho inédito 

Já havia sinal de alerta em estudo feito em Feira de Santana, município do interior da Bahia, que encontrou anticorpos, mas não tinha larvas. O estudo atual encontrou larvas viáveis em galinhas de quatro de 16 pequenas propriedades inseridas na pesquisa.

Em nível de Brasil, o ineditismo está em fazer avalições diretamente em propriedades. A importância do resultado colocou a pesquisa em relevo no 22º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, onde ficou no top 3 dos trabalhos apresentados.

Primeiro, o trabalho foi um dos 78 selecionados de 804 inscritos no evento do Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária (CBPV), que este ano foi sediado em Pirenópolis, no interior de Goiás, de 10 a 13 deste mês.

Antes, o mesmo trabalho foi premiado em 1º lugar no 13º Simpósio de Iniciação Científica (SIC) do 29º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe), realizado de 21 a 14 de outubro na Unoeste, nos campi de Prudente, Jaú e Guarujá.

O estudo sobre larva de parasito de cão (toxocara spp) em fígado e sistema nervoso central de galinhas caipiras em pequenas propriedades foi desenvolvido na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente/SP.

Bolsa de iniciação

Feito através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), com bolsa concedida à universidade pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Com bolsa de iniciação científica, a estudante de Medicina Veterinária Joyce Aparecida da Silva realizou a pesquisa com orientação do professor doutor Vamilton Alvares Santarém, vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal.

O fator de risco das galinhas como hospedeiras do parasito está na presença de cães nas propriedades, especialmente filhotes. O Dr. Vamilton explica que no ciclo do parasito ocorre a transferência à placenta e os filhotes liberam mais ovos que os animais adultos.

A prevenção ao grave problema está na vermifugação dos animais, com o objetivo de livrá-los de parasitas intestinais (vermes); com a recomendação de que seja por médico veterinário, mediante avaliação para fazer a prescrição.

Conforme Joyce, a bolsa Pibic/CNPq/Unoeste é muito importante por estimular no aluno o interesse pela pesquisa e o desenvolvimento acadêmico e pessoal, ao ir buscar produzir novos conhecimentos.

Agora e no futuro 

Vê a bolsa como investimento acadêmico que terá reflexos futuros, inclusive em concursos. Dentre os reflexos imediatos está a participação no Enepe e no congresso, com a oportunidade de conviver com pesquisadores e ampliar a visão de futuro. 

No evento em Goiás, a estudante de Medicina Veterinária esteve na companhia da doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Isabella Braghin Ferreira que apresentou trabalho sobre toxocara na contaminação de solo.

O estudo ocorre em comunidade indígena paranaense e tem o caráter interinstitucional da parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR); um dos quesitos avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com bolsa de estudos do Programa Universidade para Todos (Prouni), Joyce ingressou no curso em 2021, egressa do ensino fundamental e do ensino médio no Sesi de Santo Anastácio, município da região de Prudente.

Vocação confirmada 

A vocação vem de gostar de animais e na família sua prima Maria Eduarda `Duda` Santos vai se formar médica veterinária esse ano. Vocação que foi reafirmada na Feira de Profissões da Unoeste, em 2019.

Foi quando conheceu e se encantou com a estrutura do curso, incluindo o Hospital Veterinário, no campus 2. Teve contato com alguns professores e naquela ocasião entendeu que estava confirmado seu interesse em ser médica veterinária.

Agora, como estudante, tem plena convicção disso e se sente inclinada em seguir pesquisando, fazendo mestrado e doutorado. Joyce é filha única e o grande orgulho de seus pais: a doméstica Maria Nice da Silva e o pedreiro Zilmar da Silva.

É orgulho também para os seus professores, especialmente o Dr. Vamilton que recebeu mensagem de seu colega Dr. Alexandro Amarante, do campus da Unesp em Botucatu/SP, elogiando a apresentação de Joyce no congresso.

Foto: Homéro Ferreira Joyce Silva com o seu orientador Dr. Vamilton Alvares Santarém
Joyce Silva com o seu orientador Dr. Vamilton Alvares Santarém
 

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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