A infância não pode esperar
Já faz parte do nosso cotidiano ver as crianças acessando facilmente a internet, utilizando computadores, smartphones, tablets e outras ferramentas tecnológicas mesmo antes de aprender aspectos das relações humana, como falar, andar. Afinal de contas, vivemos em um mundo onde as tecnologias acompanham as novas gerações desde o início e, ao contrário de nossos avós ou até mesmo nossos pais, as crianças nascem rodeadas de ambientes virtuais, de modo que este cenário é natural a eles. Assim, podemos compreender que para os pequenos, a tecnologia está situada na base do processo de aprender e das relações sociais, integração que ocorre de forma contínua, dado que o decorrer da rotina passa a ser intrinsecamente interligada à tecnologia e aos seus variados dispositivos eletrônicos: os chamados nativos digitais, que já nascem com a tecnologia inserida no cotidiano.
Utilizar a tecnologia como ferramenta na educação deve ser uma necessidade reconhecida por professores e profissionais da educação que quer permanecer atualizado e aprimorar seus métodos pedagógicos. Entretanto, como empecilho, frequentemente nos deparamos com a constatação de que a forma com que esse recurso deve ser empregado em sala de aula nem sempre é clara. Não basta simplesmente usar ferramentas tecnológicas na escola, mas sim empregá-las para melhorar efetivamente o aprendizado dos alunos e o dia a dia dos professores. Ou seja, é necessário pensar nas formas de utilizá-la da maneira mais produtiva, introduzindo-a adequadamente na instituição de ensino.
A prática da tecnologia não pode esperar!
No futuro breve a grande maioria das atividades laborais se darão na área de tecnologia, de forma que os futuros profissionais precisam pensar na forma mais efetiva de utilizá-la. É fácil, no decorrer deste raciocínio, perceber o papel das instituições educacionais no cenário, com atividades divertidas e jogos simples já é possível que os alunos conheçam os primeiros passos para a utilidade da tecnologia no meio profissional: aspectos lógicos que ajudarão nos futuros trabalhos ou até mesmo a efetiva programação de computadores. Os jogos educativos digitais permitem que a criança se divirta e tenha um momento saudável, interativo e alegre ao mesmo tempo que potencializam a aprendizagem de novos conteúdos e habilidades.
Trata-se, portanto, de um ambiente de aprendizagem rico e complexo que pode ser auferido de forma a incentivar o desenvolvimento das inteligências das crianças. Quando a criança acessa de forma virtual o que mais é do seu agrado, pode-se perceber o caminho que a mente dela percorre, adaptando a experiência às suas escolhas, o que viabiliza e potencializa o processo de ensino e de aprendizagem.
Na condição de profissionais da educação, devemos enxergar a liberdade educacional do ambiente digital como algo que pode ser muito bem aproveitado no meio pedagógico. Vale destacar que é primordial que, para que as novas tecnologias sejam grandes aliadas da aprendizagem, a sua utilização seja monitorizada de perto por educadores. Utilizada de forma correta, a tecnologia tem vários benefícios como a estimulação da leitura, ampliação do vocabulário, o despertar da curiosidade sobre o mundo, além aprender a qualquer hora e em qualquer lugar e motivar para a aprendizagem dentro e fora da escola.
O uso da tecnologia é uma ferramenta eficiente, permite que a criança não seja apenas espectadora da sua aprendizagem, abrindo os horizontes para novas formas de conhecer o mundo e atuar nele. Vale entender que a criança não se limita a ver e receber os estímulos, mas pode interagir e compreender os resultados da sua interação. É obvio e não podemos desconsiderar as consequências negativas da presença das novas tecnologias na vida das crianças, e é por isso que devemos trabalhar esta presença em prol da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo. A utilização recorrente da tecnologia por parte das crianças tem motivado para grande debate e investigação, mas a influência positiva das novas tecnologias no desenvolvimento da criança e a necessidade de atualização e aprimoramento para o meio profissional e social moderno não pode ser ignorado.
É importante lembrar de algumas características primordiais para que o impacto das novas tecnologias no desenvolvimento da criança seja positivo, entendendo que o mundo virtual que servirá como ferramenta precisa conter um aprendizado qualitativo é importante entender o objetivo por trás do uso da tecnologia.
O mundo digital no qual a criança está inserida precisa ser de fácil compreensão, atraindo e mantendo o interesse e entusiasmo e, sob certa medida, explorando a competição e/ou cooperação, a depender do objetivo. É necessário que os jogos e aplicativos explorem toda a capacidade que possuírem; devem, com efeitos auditivos e visuais que se encaixem ao propósito, manter a curiosidade e a imaginação de forma a facilitar o alcance educacional.
Janaína Pereira é doutora em Educação, docente dos cursos de Pedagogia, Educação Física, Ciências Biológicas e da Pós-Graduação lato sensu presencial e EAD da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).