Para quê colação de grau?
Quem já participou de uma colação de grau já percebeu o aspecto solene e oficial do momento. Claro, é solene e oficial! Mas como e por quê? Primeiro, a colação de grau tem a função de formalizar a conclusão de um grau, que usaremos aqui o ensino superior. Mais do que sua conclusão, o outrora aluno agora será egresso, ou seja, formado e de pleno direito de empregar na sociedade seus conhecimentos formalmente.
Assim, o formado é apresentado de forma solene à sociedade, de modo que ele está apto a servir esta mesma sociedade e que ela pode e deve confiar suas necessidades nele. Isto é fundamental que seja feito de forma oficial também, ou seja, que seja outorgado por uma autoridade devidamente investida dos poderes necessários. Apenas ela tem o poder específico, delegado pelas Leis do país, por meio das instituições educacionais reconhecidas.
A solenidade então é presidida por alguém investido das competências temporárias, para conceder o grau acadêmico. Ela, em nome do Estado, tem o poder de investir o grau e apresentar oficialmente à sociedade representada pelos presentes, que se tornam testemunhas de tal ato. O agora formado tem sobre si todo o peso da responsabilidade legal de sua formação.
Entretanto, depois de sua colação de grau, algumas pessoas esquecem o que fizeram, e passam a agir contrariando o que se comprometeram. O detalhe chama-se “juramento”. Ao ser proferido e jurado, o formado não pode se esquivar do que se comprometeu, sob pena de ser punido por sua falta. Para agravar a situação em caso de falha, o formado não pode alegar ignorância de seus atos, nem colocar a responsabilidade em outro. É preciso assumir os erros, visto que também se beneficiou dos acertos. Isto já custou no passado, o cancelamento de colações por falta de respeito no momento do juramento, em uma instituição de uma grande cidade.
Da mesma forma, pessoas formadas têm a responsabilidade social inerente de suas funções, com o dever de promover o desenvolvimento e a melhora da sociedade. Por se tornarem pessoas públicas, devem ser formadoras de opinião, serem responsáveis pela condução de seus atos e auxiliar o outro a se edificar. Isto é parte do pacote...
Quando ouvir, ler ou ver, seja presencial ou por meio da mídia, ou redes sociais, alguém que ultrapassa os limites de sua formação, pense um instante. Será que devo ouvir, contratar ou ser atendido por tal pessoa? Este alguém merece ser repreendido ou receber a punição necessária, conforme sua falta? O descrédito não é gratuito. Ele vem com o acúmulo de falhas e faltas decorrentes do desvio de sua formação.
E você que tem um curso superior, lembra do juramento que fez? Está exercendo sua profissão conforme se propôs? Está exercendo sua função social em prol de uma sociedade melhor de fato? Estas são algumas perguntas que todo egresso deveria fazer diariamente.
Wilson Roberto Lussari é doutor e coordenador dos cursos de Gestão Comercial e Comércio Exterior do Núcleo de Educação a Distância da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista)