Pesquisa sugere revisão de conceitos do programa Ação Jovem
Entre outros problemas fica constatada fragilidade na relação entre qualificação e inserção no trabalho
Ao analisar os desafios e perspectivas de inserção social pelo Ação Jovem, programa de transferência de renda do governo paulista que atende a faixa etária dos 15 aos 24 anos, a psicóloga e pedagoga Maisa Colombo, ex-diretora municipal de Ação Social de Presidente Venceslau (SP), encontrou pontos positivo e negativos. O bom é a existência de maior relevância da temática juventude. O ruim é que o programa não consegue atender plenamente seus objetivos, por conta do baixo investimento, pela falta de integração entre as secretarias envolvidas na sua execução, pela fragilidade na relação entre qualificação e inserção no mercado de trabalho, e, ainda, pelo fato de que a simples transferência de renda não garante a redução da exclusão social.
Objeto de estudo científico junto ao Programa de Mestrado em Educação, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste, o programa – instituído em 2011 – é voltado, mediante a transferência de renda, a estimular a conclusão da escolaridade básica associada a ações complementares de apoio a iniciação profissional. O foco da pesquisa sobre o Ação Jovem esteve voltado para analisar a possibilidade de inserção social de jovens, diante da estratégia de inclusão com o retorno ou permanência na escola para a conclusão do ensino médio e a promoção de ações complementares de acesso ao ensino profissionalizante, para iniciação no mercado de trabalho.
“A questão posta para reflexão é: quais os desafios e perspectivas de inserção social dos jovens declarada e efetivada por meio dos documentos do Programa Ação Jovem/SP? com observância à estratégia para enfrentar as consequências, impostas pela situação de pobreza [família com renda per capta familiar mensal de até meio salário mínimo nacional], ao desempenho escolar, que atenda uma melhoria das condições educacionais”, pontuou a autora do estudo que levou em consideração a natureza multisetorial do programa e os recursos destinados à sua operacionalização, para então analisar os indicadores de acesso e permanência dos jovens no próprio programa.
A pesquisa possibilitou ainda identificar as ações educativas, modalidades e características da formação ofertada; avaliar o número dos excluídos do programa por descumprimento das condicionalidades; verificar a proposta de indicadores de inserção no mundo do trabalho formal ou por meio de associações ou cooperativas. Amparado em farta documentação, sobre a legislação pertinente ao tema, e pesquisa bibliográfica, o estudo tratou de questões como políticas públicas para os jovens brasileiros e as situações de vulnerabilidade social. Na defesa pública de sua dissertação, feita na manhã desta quinta-feira (3), Maisa Colombo recebeu elogios da banca examinadora pela qualidade do trabalho, sustentado em amplo levantamento de dados.
Compuseram a banca examinadora a orientadora Dra. Erika Porceli Alaniz e os avaliadores doutores Marcos Vinícius Francisco e Caroline Kraus Luvizotto, que já fez parte do Programa de Mestrado em Educação da Unoeste, estando atualmente radicada à Unesp em Bauru. “É bom voltar a Presidente Prudente. Eu adoro a Unoeste”, disse a convida como avaliadora externa. A autora do trabalho, embora a família seja de Presidente Venceslau, atua como psicóloga escolar no Senac em Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul. Maisa Colombo foi aprovada para receber o título de mestre em Educação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste