Processos cognitivos são analisados e testados na medicina
Autoeficácia e autorregulação na educação médica são analisadas e verificadas em programa construído na produção de tese

Autoeficácia e autorregulação são entendidos como processos cognitivos eficazes e relevantes na educação médica, em estudo avaliado como de notória qualidade durante a defesa pública da tese do médico e professor universitário José de Oliveira Costa Filho.
A autoeficácia tem a ver com a autoavaliação da própria capacidade quanto a definição de objetivos, planejamento e desenvolvimento de ações. A autorregulação refere-se a controle emocional e comportamental.
A tese “Verificação da eficácia de um programa para o desenvolvimento da autoeficácia e autorregulação em estudantes de medicina” foi elaborada no formato de quatro artigos e um deles já foi publicado em revista científica de alto impacto.
Os avaliadores também puseram em relevo a qualidade da intervenção criada para universitários, desenvolvida com estudantes de medicina; cuja eficácia e viabilidade da proposta mostrou que pode ser replicada para outros universitários, de outros cursos.
Verificação de eficácia
O estudo foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) ofertado pela Unoeste em Presidente Prudente, com a orientação da coordenadora Dra. Camélia Santina Murgo e com recente defesa pública no campus de Jaú.
Considerando que a autoeficácia e a autorregulação desempenham importante papel para implemento de aprendizagem eficaz, o pesquisador construiu um programa para verificar a eficácia junto a estudantes de medicina em instituição no interior paulista.
O primeiro de quatro estudos foi uma revisão sistemática da literatura para identificar os fatores que impactam a autoeficácia na educação médica, com utilização de artigos depositados em cinco importantes bases de dados, de 2015 a 2020.
Conforme o autor, concluiu-se que a autoeficácia é essencial para o desenvolvimento de aprendizagem efetiva, com associação ao bom estado emocional; ao desenvolvimento de estratégias de ensino e de aprendizagem; e ao desempenho.
Análise e construção
O segundo estudo foi voltado para identificar quais fatores da autorregulação estão envolvidos na educação médica. O que ocorreu mediante revisão sistemática, utilizando 22 artigos de quatro bases de dados; de 2013 a 2023.
Os resultados apontaram associação entre os dois processos cognitivos, com motivação intrínseca, metas de domínio, uso de estratégias cognitivas e metacognitivas, uso de redes corregulatórias; com relevância da autorregulamentação na educação médica.
No terceiro estudo foi construído e aplicado um programa para avaliar a sua própria viabilidade no desenvolvimento da autoeficácia e autorregulamentação. Fato que consistiu na aplicação parcial do programa em caráter de piloto.
A viabilidade foi confirmada pelos critérios: aceitabilidade, demanda, implementação, adaptação, integração, praticidade, expansão e testes limitados de eficácia. O programa construído com oito encontros para aplicação em um semestre letivo.
Facilidade e participação
O estudo piloto foi aplicado a dois grupos de 12 estudantes, que desenvolveram, cada um, dois encontros. Os resultados demonstraram facilidade de participação, satisfação e adequação do tempo, concluindo-se pela viabilidade, adequação e operacionalização.
Apresentado no resumo da tese, o quarto estudo foi uma pesquisa-intervenção para avaliar a eficácia do Programa Elevare. Participaram 50 estudantes, divididos em dois grupos, classificados como experimental e controle.
Nessa parte do estudo foram utilizados a Escala de Autoeficácia na Formação Superior e o Inventário de Processos de Autorregulação da Aprendizagem, aplicados no pré-teste, pós-teste e follow-up nos dois grupos.
A análise psicométrica demonstrou que o programa foi eficaz com impacto significativo no grupo experimental, especialmente nas dimensões: autoeficácia acadêmica, autoeficácia na interação social, autoeficácia nas ações proativas e autorregulação.
Aceitação do programa
As diferenças foram significativas em seis meses e manteve-se após o término da intervenção. A análise qualitativa revelou forte aceitação e reconhecimento positivo do programa que foi eficaz em promover a elevação dos processos cognitivos.
Junto com a Dra. Camélia a banca foi composta pela Dra. Raquel Rosan Christino Gitahy e Monica Fürkotter, como avaliadoras internas, na condição de professoras pesquisadoras vinculadas ao PPGE.
Os avaliadores externos foram o Dr. Roberto Tadeu Iaoshite, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Dr. Alex Sandro Gomes Pessoa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O médico José de Oliveira Costa Filho foi aprovado, com louvor, para receber o título de doutor em Educação, ao ponto de ser estimulado a se inscrever e concorrer ao Prêmio Capes de Tese, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Importantes contribuições
Conforme a orientadora, a tese oferece importantes contribuições, inclusive para a avaliação do PPGE pela Capes e por gerar boas publicações; além de contribuir com o doutorando em cargo de liderança; como coordenador de curso que é.
Outro fator significativo foi o profissional médico se inserir com desenvoltura na área da educação, se dedicando à compreensão dos processos de ensino e da aprendizagem em relação aos processos cognitivos de autoeficácia e autorregulação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste