Paciente estomizado requer suporte emocional e autocuidado

Pesquisa científica avalia impactos físicos, emocionais e sociais de pacientes estomizados. Os resultados encontrados são de grande importância em gerar condições de qualidade de vida para essas pessoas.

Os impactos foram avaliados em relação à criação de estomas intestinais em pacientes que, em sua maioria, passaram por procedimentos cirúrgicos complexos e relacionados ao câncer colorretal. 

O estudo revelou que sintomas como depressão, ansiedade e a insatisfação com a imagem corporal interferem diretamente na qualidade de vida desses indivíduos, e apontou a importância do suporte emocional.

Também ressaltou a educação em autocuidado para favorecer a adaptação ao novo corpo, com abertura ou caminho alternativo de comunicação exterior para auxiliar na respiração ou alimentação; para saída de fezes ou urina.

A cirurgia chamada estomia cria o estoma: orifício na traqueia ou no abdômen. O estudo tem o título “Fatores relacionados à autoimagem corporal, sintomas depressivos e ansiosos e qualidade de vida em pacientes com estomas intestinais”.

Desenvolvido junto ao Programa Pós-graduação em Ciências da Saúde, ofertado pela Unoeste com a oferta de mestrado e em breve de doutorado, o estudo foi realizado pelo médico-cirurgião gastrointestinal Dr. Moabe Rezende de Lima.

A orientação foi da professora pesquisadora Dra. Daniela Vanessa Moris de Oliveira, sob a coordenação da Dra. Elaine Cristina Negri, e contou com a participação de estudantes de iniciação científica do curso de Medicina.

Produção de qualidade

Na recente defesa pública da dissertação foi colocado em relevo pelos avaliadores o rigor metodológico, essencial na produção cientifica de qualidade, e o profundo respeito do pesquisador aos pacientes e à prática clínica.

Conforme a orientadora, além dos achados técnicos e estatísticos, o que mais emocionou a banca foi a postura ética e empática do autor do estudo pela consciência de que cada um dos pacientes estudados havia passado por suas mãos como cirurgião. 

“Com sensibilidade, apresentou os resultados com o olhar de quem reconhece que por trás de cada número há uma história, uma luta e uma vida”, pontua a orientadora em relação à manifestação dos avaliadores.

A banca foi composta pela avaliadora interna professora doutora Eliana Peresi Lordelo, da Unoeste; e pelo avaliador externo professor doutor Francisco Mayron Morais Soares, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Na avaliação da defesa pública da dissertação também foi destacado o compromisso do Dr. Moabe com a prática clínica humanizada, com elogios à sua dedicação em unir ciência e sensibilidade.

Referência em todo país

Foi manifestado o entendimento de que sua pesquisa não apenas aprofundou o conhecimento sobre a realidade dos estomizados, mas que serve como referência para o aprimoramento da atuação de médicos-cirurgiões em todo o país.

Para a Dra. Daniela, o estudo reflete os princípios de um profissional comprometido com a ciência, com a ética e, sobretudo, com as pessoas; e que a medicina é ciência que se faz com técnica, mas também com escuta, empatia e respeito ao sofrimento humano.

O autor do estudo manifestou-se nesta mesma linha de pensamento ao dizer o que seu estudo foi concebido e desenvolvido para além da exigência acadêmica; tendo sido um compromisso com a dignidade dos seus pacientes.

“Ao avaliar qualidade de vida, autoimagem e saúde mental; me reconectei com cada um deles, buscando compreender como podemos oferecer, além da cura cirúrgica, uma jornada de recuperação mais humana”, afirmou Dr. Moabe durante a defesa.

O Dr. Moabe foi aprovado para receber o título de mestre em Ciências da Saúde e sua produção de alto impacto científico reafirma os valores da Unoeste, comprometidos com a saúde integral e a formação de profissionais éticos, socialmente responsáveis.