ILPF é oportunidade de impulso da economia do oeste paulista
Fazenda modelo para o Brasil da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta completa uma década de adoção do sistema

O sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é visto como uma solução de fomento ao agronegócio no oeste paulista, com a relevância de promover impulso econômico e social.
Este entendimento foi deixado pelo Dia de Campo sobre o modelo de produção, realizado na manhã e parte da tarde desta quinta-feira (13) na fazenda Campina, no município de Caiuá, na micro região de Presidente Venceslau.
Evento que marcou uma década de implantação do sistema pelo pecuarista Carlos Viacava, criador de Nelore mocho e que adotou a produção de soja, milho, aveia, girassol, milheto, sorgo, silagem e eucalipto ao optar pela ILPF.
Tornando-se agropecuarista, produz 70 mil casas de soja, 16 mil toneladas de silagem e 20 mil sacas de milho, variadas quantidades dos demais produtos e carne que é a tradição do CV Nelore mocho desde 1986. Portanto, na contagem regressiva de 40 anos.
Adesão e parcerias
A adesão ao sistema surgiu com orientação da Empresa Brasileira de Produção Agropecuária (Embrapa), através do pesquisador João K, em parceria com a Rede ILPF, Cocamar, John Deere e Unoeste.
Houve a incorporação de novos parceiros: Bradesco, Soesp, Minerva Foods, Zuzano, Syngenta e Timac Agro, com a coordenação do presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro e acompanhamento de Luiz Adriano Maia Cordeiro, da Embrapa Cerrado.
Também são citados colaboradores pela Unoeste, sendo que no Dia Campo estiveram presentes do diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, Dr. Carlos Sérgio Tiritan, o especialista em ILPF, Dr. Edemar Moro, e o professor Neimar Rotta Nagano.
Matturro e o Dr. Tiritan entendem que o agropecuarista Carlos Viacava é um homem a frente do seu tempo, que soube enxergar o potencial do sistema e se cercar de experts no assunto para fazer do seu negócio um modelo para o Brasil.
Prestígio do governo
O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, esteve presente para dar o peso do governo paulista ao evento. Em sua fala enalteceu o que está sendo feito na fazenda Campina.
Falou sobre realizações do governador Tarcísio de Freitas no segmento do Agronegócio, apresentando vários avanços como o da regularização fundiária e parabenizando os agropecuaristas por puxarem a economia do Brasil.
O presidente do conselho de administração da Cocamar, Luiz Lourenço, disse que no país são 160 milhões de hectares ocupados com a pecuária e que pelo menos na metade os produtores deveriam fazer o que Carlos Viacava está fazendo.
Em editorial do informativo especial do Dia de Campo, Carlos Viacava afirma que a experiência com eucalipto, que tem agora o corte do primeiro ciclo, pode abrir novos investimentos em celulose, como está previsto para Bataguassu (MS).
Soluções ao alcance
Para o gestor da cooperativa agroindustrial que no dia 27 deste mês completará 62 anos de sua fundação em Maringá (PR), o oeste paulista deve seguir o exemplo de Carlos Viacava, juntamente com o seu filho Ricardo ‘Cadão’ Viacava.
“Mesmo onde o solo é menos fértil e o clima desafiador, os proprietários rurais têm soluções ao alcance para promover mudanças em seus negócios e prosperar, gerando efeitos positivos para a economia local”, conforme Luiz Lourenço.
O exemplo dado é o de que em pastagem convencional, geralmente degradada, a produção anual não passa de meia carcaça (3 a 4 arrobas), sendo que com a ILPF o rendimento pode variar de 15 a 30 arrobas por hectare/ano.
Em síntese, a lavoura custeia a reforma dos pastos; promove o giro mais rápido do rebanho com a desmame aos 12 ou 13 meses; e a braquiária rompe a compactação do solo com a infiltração da água pelas raízes profundas e gera palha para o plantio direto.
Quatro estações
Na palestra de abertura, que consistiu na 1ª estação do Dia de Campo, Luiz Lourenço falou sobre a importância de parcerias para aumento da adoção do sistema ILPF. Outras três estações, todas sobre o sistema, envolveram outros parceiros.
A estação sobre alternativa de mercado e produção de madeira envolveu a Unoeste e a Suzano, com a universidade representada pelo Dr. Edemar Moro. A estação sobre cultivares forrageiras e recuperação de pastagens envolveu a Soesp e a Timac.
A estação bem estar animal e conforto térmico contou com a Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Cerrados. Alunos do curso de Agronomia da Unoeste contribuíram com a organização do evento que foi elogiada pelos participantes.
Conforme o professor Edemar a Unoeste tem se posicionado na vanguarda no ensino de ciências agrárias no Brasil, a ILPF é tão relevante para a agropecuária que tem o sistema como disciplina na matriz do curso de graduação em Agronomia.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste