Brasileiros vivenciam técnicas para olericultura no Peru

Seleto grupo brasileiro de 35 profissionais envolvidos na cadeia produtiva de hortaliças esteve em missão de caráter técnico no Peru, com visitas em instituições, propriedades rurais e outros espaços onde são desenvolvidos estudos científicos de conservação de recursos genéticos, especialmente os de batata. A Unoeste esteve representada e o professor Dr. Edgar Henrique Costa Silva conta ter sido uma experiência muito enriquecedora e de valorização do Programa de Pós-Graduação em Agronomia que oferece mestrado e doutorado.

A formação da comitiva de brasileiros foi organizada conjuntamente pela Embrapa Hortaliças (sediada em Brasília), Associação Brasileira de Horticultura (ABH) e Centro Internacional de La Papa (CIP) com sede em Lima, a capital do Peru. Foram envolvidos produtores, extensionistas, pesquisadores, professores e empresários dessa cadeia produtiva em diferentes regiões brasileiras, alguns brasileiros que atuam no exterior, além de profissionais interessados em processos de pesquisa, extensão e canais de comercialização. 

Recursos genéticos e técnicas 

Esteve coordenando as visitas técnicas o chefe-geral da Embrapa Hortaliças e presidente da ABH, o pesquisador Warley Marcos Nascimento. A extensa programação ocorreu de 22 a 27 de abril. Pela Unoeste, o Dr. Edgar esteve acompanhado de envolvidos em projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp): a Dra. Maria Albertina Monteiro, professora na graduação e pesquisadora associada ao projeto voltado para desenvolver cultivares de batata-doce tolerantes à seca; e o doutorando bolsista Dario Souza da Silva.

Conforme publicação da Empraba Hortaliças, as visitas começaram pelo Centro Internacional de la Papa (CIP), onde foram passadas informações técnicas sobre as mais recentes metodologias de conservação de recursos genéticos em local protegido, também in vitro e em criopreservação. Diz ainda a publicação que foram apresentadas técnicas de preparo de amostras de tecidos vegetais, desde a coleta de cada acesso às diferentes técnicas de desinfecção para as culturas da batata e batata-doce; dentre outras informações relevantes.

Genética para altas temperaturas 

No Instituto Nacional de Inovação Agrária (Inia) foram apresentados diversos estudos, sobre os quais estão abertas possibilidades de estratégias de cooperação técnica interinstitucionais. Visita que incluiu estar em algumas áreas de campo com experimentos em andamento. Na Universidade Nacional Agrária La Molina (UNALM) a recepção se deu com apresentação oral e visita técnica aos experimentos com hortaliças e frutas. Na sequência a visita foi ao Vale de Cañete, em lavoura de produção de aspargos e com informações sobre o cultivo e técnica de irrigação.

Foto: Cedida

Em visita ao packing house de processamento de frutas da Corporação Agrícola Viñasol (Avsa) e o viveiro de mirtilos (Fallcreek), com acesso a informações sobre técnicas de cultivo e de condução das plantas, sobre a genética para altas temperaturas. Encerrada a etapa de visitas em Lima, ocorreu a programação na cidade de Cusco, nos Andes. Foram visitadas propriedades produtoras de hortaliças. Depois, na cidade de Písac, no Parque de la Papa, instituição não-governamental para conservação de recursos genéticos de batata; conforme o Dr. Edgard.

Técnicas de aclimatação 

Na visita ao Vale Sagrado a vivência foi sobre técnicas de aclimatação de plantas que eram utilizadas pelos povos nativos. Outras visitas foram ao Mercado Central de San Pedro, feiras de rua e outros mercados locais em Cusco, para conhecer as variedades de diversas espécies de hortaliças que são produzidas, comercializadas e consumidas naquela região. “Também foi oportunidade de conhecer a famosa gastronomia peruana, baseada em alimentos tradicionais e diferentemente daqui; onde temos basicamente dois tipos de batata, sendo que eles têm vários”, comentou o Dr. Edgar. 

Ele revelou ainda que os projetos da Fapesp que conduz na Unoeste são os dos processos de números 2022/03120.6 e 2023/04264.4.  Os experimentos ocorrem junto ao Centro de Estudos em Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista (Ceofop), instalado no campus 2 da Unoeste, voltado à propagação, melhoramento genético, fisiologia da produção vegetal e fitotecnia de espécies olerícolas e frutíferas; com a finalidade de contribuir com o desenvolvimento da região oeste do Estado de São Paulo que tem como sede Presidente Prudente.