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Escrita Espelhada


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O processo de alfabetização evidencia diferentes conquistas com relação a grafomotricidade, que nada mais é que a expressão gráfica da criança. O que seria isso? Uma fase pela qual todas as crianças passam? Compreender esse cenário é essencial para que se obtenha sucesso na alfabetização dos pequenos, sobretudo se você é o professor alfabetizador! 

Quando uma criança inicia sua vida escolar, os educadores têm a missão de ofertar vivências para que ela possa praticar seus primeiros movimentos com os objetos de escrita como giz de cera, tintas, pincéis, lápis de colorir e outros. Esse período, por volta dos 2, 3 anos de idade, não deve em momento algum contar com cumprimentos de obrigações por parte dos pequenos com relação ao registro da letra do nome ou algo orientado como o correto. É preciso deixar o pequeno criar! Tudo isso, está imbricado a grafomotricidade, que constitui um conjunto de funções neurológicas e musculares que possibilitam de forma efetiva os movimentos motores na escrita e em outros registros gráficos. 

A grafomotricidade está diretamente ligada à coordenação motora fina, e há um caminho delimitado e orientado para o desenvolvimento dessa habilidade na vida dos pequenos. Ela passa por esse processo de construção e desenvolvimento gradativo até chegar à escrita de fato, e ações como manipulação de objetos, atividades exploratórias, garatujas, garatujas em espiral, círculos e desenhos circulares, são momentos importantes para treinamento dessa habilidade. 

As conquistas na grafia também estão diretamente relacionadas ao fator psicomotor denominado estruturação espacial que corresponde a organização do corpo no espaço. Espelhar letras e números é comum e esperado no início da alfabetização! A criança que escreve em espelho não tem uma representação estável dos traços componentes dos grafemas e possui apenas parte da informação, por isso, produz uma confusão e uma escrita em espelho, isso porque ainda está aprendendo a se organizar no espaço. 

No entanto, essa situação não deve ser encarada como uma fase que toda criança vai passar! As maiores dificuldades são situar as diversas partes de seu corpo, umas em relação às outras, as noções de alto, baixo, frente, atrás, aclive e declive e sobretudo, direita e esquerda. Por volta dos 3 anos de idade, é aconselhável que os educadores comecem a apresentar aos pequenos o treino de determinadas habilidades, como desenhos de formas geométricas, figuras humanas, momento que essa faixa etária começa a fazer aquele círculo que corresponde à cabeça, e puxar os tracinhos que darão forma ao esboço de um corpo. É imprescindível ressaltar que a grafia não é ensinada aos 3 anos, mas aos 4 ou 5 anos de idade, o que se pode denominar sistema de escrita. 

Os exercícios voltados para o treino da grafomotricidade na escrita devem colocar a coordenação motora em estimulação. Quando chegar o momento correto de induzir a grafomotricidade no pequeno, os educadores devem pensar em algumas formas adequadas para estimular a criança, o que significa que a grafia deve ser induzida de forma sensorial, integrativa e perceptiva. Tudo isso é extremamente importante para estimular os alunos a desenvolverem a prática e o domínio da motricidade e da grafomotricidade, de modo que a escrita espelhada não seja encarada com naturalidade e nem com uma necessidade de intervenção terapêutica.

Janaína Pereira é doutora em Educação, docente dos cursos de Pedagogia, Educação Física, Ciências Biológicas e da Pós-Graduação lato sensu presencial e EAD da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).

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