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Microplásticos: uma ameaça silenciosa


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Os microplásticos, fragmentos de plástico com dimensões geralmente inferiores a 5 milímetros, emergem como uma preocupante ameaça tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. Eles estão disseminados por todo o mundo, infiltrando-se em rios, oceanos, solos e até mesmo no ar que respiramos. Isso se deve à notória resistência do plástico, que pode levar centenas de anos para se decompor por completo. 

À medida que os plásticos se desintegram em fragmentos cada vez menores, devido à exposição à luz solar e ao atrito, surgem os microplásticos, que se mostram extremamente desafiadores de eliminar do meio ambiente.

Uma das preocupações relacionadas aos microplásticos diz respeito ao seu impacto devastador sobre os ecossistemas marinhos, compostos por peixes, aves marinhas e corais. Adicionalmente, os produtos químicos tóxicos presentes nos plásticos têm a capacidade de se acumular nos organismos que os consomem, ampliando ainda mais o risco para a saúde dos animais e, potencialmente, para os seres humanos que se alimentam de frutos do mar contaminados.

Entretanto, a ameaça dos microplásticos não se limita aos oceanos e rios. A agricultura e a produção de alimentos também estão sujeitas a esse problema. Em muitas lavouras, é notória a utilização de lodo de esgoto como adubo, porém, a presença de microplásticos nesse lodo pode resultar na absorção dessas partículas pelas plantas. Portanto, a segurança alimentar humana está sob ameaça. 

Em relação à saúde humana, as implicações são cada vez mais alarmantes. Pesquisas recentes indicam que as partículas microplásticas podem ser inaladas ou ingeridas através de alimentos e água, acarretando danos consideráveis à saúde. Embora muitos estudos ainda estejam em estágios iniciais, resultados preliminares sugerem que essas partículas de plástico podem acumular-se em órgãos e tecidos, potencialmente com consequências adversas.

Diante deste cenário preocupante, torna-se necessário adotar medidas eficazes de combate aos microplásticos. Em primeiro lugar, promover alternativas sustentáveis, como materiais biodegradáveis e recicláveis, é fundamental. Além disso, é essencial aprimorar a gestão de resíduos e reciclagem, a fim de evitar a contaminação de nossos oceanos e solos por materiais plásticos. 

Projetos de extensão visando a conscientização possuem um papel crucial na educação das pessoas sobre os perigos dos microplásticos. Individualmente, cada um de nós pode contribuir para a redução dos microplásticos, evitando produtos de cuidados pessoais que contenham microesferas de plástico e reduzindo o uso de plásticos de uso único. Igualmente importante, atuar como agentes de sensibilização, conscientizando as pessoas sobre os malefícios dos microplásticos para a saúde humana e o meio ambiente. 

Renata Calciolari Rossi é pós doutora em Anatomia Patológica pela USP e docente do curso de Medicina e da Pós-graduação Stricto Sensu em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e Ciências da Saúde da Unoeste.

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