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Rotatividade de coordenador pedagógico resulta em problemas
O principal deles é o de poder impactar significativamente na qualidade educacional dos processos de ensino e de aprendizagem
Estudo sobre a rotatividade em coordenação pedagógica nos anos iniciais do ensino fundamental aponta para a necessidade da efetivação de política de permanência efetiva desse profissional dentro das escolas municipais.
A troca frequente de coordenador (a) gera insegurança diante da incerteza na continuidade do trabalho desenvolvido, o que pode impactar significativamente na qualidade educacional dos processos de ensino e de aprendizagem.
Não houvesse descontinuidade, os vínculos mais afetivos entre professores e alunos teriam impactos mais significativos, mais sólidos e mais duradouros; conforme a pesquisa desenvolvida pela professora de educação física Kelly Sabrina da Matta Silva.
Levada à defesa pública na tarde de segunda-feira (10), a dissertação com o título: “A rotatividade do coordenador pedagógico nos anos iniciais do ensino fundamental: desafios e perspectivas” foi aprovada.
Políticas públicas
Produção científica desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Unoeste, com a orientação do professor doutor Ademir Henrique Manfré, na linha de pesquisa políticas públicas em educação, processos formativos e diversidade.
Atuaram na banca avaliadora o professor doutor Cristiano Amaral Garboggini Di Giorgi, como avaliador interno; e a professora doutora Franciele Clara Peloso, da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR), campus de Pato Branco.
Ao tornar público o resultado do estudo, Kelly contou que produziu a pesquisa em seis unidades de rede municipal de uma cidade do interior paulista que possui excelente Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), acima de 7,0.
Revisão bibliográfica
Na abordagem metodológica do estudo, a revisão bibliográfica ocorreu junto a SciELO, a biblioteca virtual de revistas científicas brasileiras em formato eletrônico; e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD).
O recorte temporal foi 2014 a 2024. A busca documental ocorreu junto a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Plano Nacional de Educação (PNL), estatutos de Planos e Cargos de Carreiras do Magistério e projetos pedagógicos das escolas participantes.
As leis apresentam lacunas sobre o ofício de coordenador pedagógico e as escolhas de professores para exerceram a função sofrem variações, podendo ser por escolha do poder executivo, do diretor e supervisor escolar ou entre os pares.
Funções do coordenador
Seja qual for a forma da escolha, ao coordenador pedagógico compete, basicamente, acompanhar os processos educativos, avaliar o desempenho escolar, identificar dificuldade e propor soluções.
Como são procedimentos contínuos, de acordo com o conteúdo exposto na defesa pública da dissertação, ocorrem problemas de descontinuidade com a rotatividade, compreendida como a frequente troca de coordenadores pedagógicos.
Na pesquisa de campo houve a aplicação de questionário com 13 perguntas para sete coordenadoras de seis escolas (sendo uma delas com duas unidades: urbana e rural). Em dez anos, teve escola com até nove coordenadores diferentes.
Os relatos das participantes da pesquisa confirmaram a existência de frequentes remanejamentos, gerando insegurança de permanência no cargo e impacto pela falta de efetivos vínculos entre professores e alunos.
Geração de dificuldades
Também corroboraram com a hipótese de que a rotatividade pode comprometer a continuidade e efetividade das ações de coordenação, dificultando o planejamento, execução e (re)avaliação da práticas pedagógicas.
Dificuldades que podem interferir diretamente na qualidade do ensino e da aprendizagem, considerando ainda que o coordenador precisa de vínculos efetivos para traçar a meta de trabalho de acordo com a realidade vivida.
Diante do que expôs a autora do estudo, os desafios passam pelos problemas levantados e as perspectivas estão centradas em políticas de permanência efetiva do coordenador pedagógico dentro das escolas.
A palavra “dentro”, conforme dados da apresentação perante a banca examinadora, leva em conta que uma professora com dupla coordenação urbana e rural, manifestou ser complicado o atendimento remoto para a educação do campo.
Excelente e significativo
O estudo foi considerado excelente e significativo, com a professora Kelly sendo aprovada para receber o título de Mestre em Educação; com a defesa pública realizada no campus 2 da Unoeste, em Presidente Prudente (SP).
Para a avaliadora, a dissertação, que em breve estará disponibilizada em bibliotecas e bancos de dados, é importante contribuição às políticas educacionais. Para o orientador, faz parte da relevância do estudo a contribuição que dará para outros estudos.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste
