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Seja Gentil: Reflexões para o Próximo Ano


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À medida que chega ao fim mais um ano, somos convidados a refletir sobre as escolhas que fizemos, os erros que cometemos e, principalmente, os aprendizados que levaremos para o próximo ano. Para a educação brasileira e especificamente para a educação superior, o ano de 2024 foi muito desafiador em diferentes sentidos. Afinal de contas, vivemos o paradoxo de uma sociedade ultraconectada em que alguns valores tem sido ressignificados, modificando o peso atribuído à educação formal. Esses desafios, que são imensos, nos abrem diversas perguntas: o que esperar para o futuro da educação?

O que queremos cultivar em nossa sociedade, nas relações humanas e no ambiente educacional? A partir de algumas ideias compartilhadas pela escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em um discurso feito na Yale University em 2019, aporto-me em sua profunda sabedoria, para pensarmos um pouco sobre os princípios da gentileza. A gentileza em linhas gerais é uma virtude que deveria ser mais cultivada no cotidiano, tanto na vida pessoal quanto nas instituições educacionais. Para exercer a gentileza na vida e nos ambientes educacionais, é necessário refletirmos sobre a importância de desafiar os preconceitos, as divisões e as expectativas impostas pela sociedade. Em seu discurso em Yale, Chimamanda disse que “a gentileza não é apenas sobre ser educado, ela é sobre praticar empatia e olhar para o outro com humanidade”. 

Essa perspectiva ressoa com o conceito de "amor ao próximo" que tantas religiões e filosofias de vida defendem. Não é suficiente ser educado superficialmente, é preciso que nossas ações reflitam uma verdadeira preocupação com o bem-estar do outro, seja no contexto pessoal, profissional ou educacional. Uma das coisas que chama atenção nesse mesmo discurso da escritora, é que nunca devemos admirar silenciosamente. Como isso faz sentido! Ao praticarmos a admiração como um gesto de compartilhamento com o outro, podemos mostrar ao outro os seus potenciais por vezes por ele esquecidos. Ao encerrar um ano, um gesto de gentileza pode ser o lembrete a um colega de trabalho, estudante, amigo ou parente, de que somos todos seres humanos, com nossas fraquezas, inseguranças e dores. Cada um carrega uma história, e muitas vezes, essas histórias não são visíveis aos olhos. 

Ser gentil é, portanto, uma forma de reconhecer o outro em sua totalidade, sem julgamentos precipitados ou estigmas. Esse olhar atento e compassivo é algo que falta em muitas esferas da sociedade moderna. Pensando na educação, que é um dos pilares essenciais para a construção de uma sociedade mais justa, a gentileza se revela fundamental. Nunca fez tanto sentido entendermos que não se trata mais de apenas de ensinar conteúdos, mas de formar para a cidadania, a solidariedade e a ética. A gentileza se traduz no respeito, na paciência, na escuta ativa e no olhar atento às necessidades dos outros. Esse comportamento deve ser integrado ao sistema educacional. Portanto, ao olharmos para o futuro, especialmente no contexto educacional, que a gentileza seja uma prioridade em 2025. Que possamos promover ambientes mais inclusivos e respeitosos, vivenciando a educação como caminho para a construção de um mundo melhor. 

Que a gentileza não seja apenas um ideal, mas uma prática diária que possamos incorporar em nossa vida, especialmente no ambiente escolar e universitário, criando as condições para que as gerações futuras sejam mais empáticas, respeitosas e preparadas para os desafios de um mundo cada vez mais complexo.

Danielle Santos é coordenadora dos cursos de Pedagogia presencial e EAD e docente do Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) da Unoeste.

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