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Degradação social e a economia da tecnologia


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Recentemente escrevemos sobre mudança de economia e a crise econômica que presenciamos. Entretanto temos um outro elemento que vem deixando muitos atônitos, que é a degradação das condições de vida de pessoas mais pobres. A crise econômica evidencia ainda mais pobreza em todas as suas facetas. Da redução do poder de compra, à condição de subsistência e de moradia.

Um elemento evidente em passado recente, são os problemas de moradores de rua e dependentes químicos que vem saltando a olhos vistos mundo a fora. O empobrecimento generalizado, aliado à mudança de sociedade, tem colocado desafios cada vez maiores à sociedade. Em especial governos estão com as mãos cheias de desafios, que devem ser tratados com urgência, uma vez que a tendência é de se agravar.

Estamos em uma fase de mudança de tipo de sociedade, saindo de uma sociedade de serviços para uma de sociedade de tecnologia. O comportamento de consumo está mudando drasticamente, apresentando uma crise de consumo sem precedentes, comprometendo países como Brasil, EUA e China, além do bloco europeu, com as mesmas características: as pessoas estão consumindo menos produtos e consumindo mais tecnologia, porém em menor volume.

O problema é que neste novo cenário a produção é mais robotizada e massificada, assim como os produtos derivados são intangíveis e de consumo instantâneo. Para complicar um pouco mais, os custos precisam acompanhar a expectativa do consumidor em pagar pouco ou nada, traduzido por produtos gratuitos. E é aí que reside o problema crucial das próximas duas décadas: produtos intangíveis a custo zero, ou próximo dele, de um lado. 

Do outro lado, uma população com menos poder aquisitivo, ou sem ele. Por serem processos produtivos globais e tecnologicamente intensivos, a mão de obra será altamente qualificada e em menor número. Sobra uma torrente de mão de obra não empregável, lembrando os problemas da precarização da mão de obra na Revolução Industrial no século XVIII. A história se repete...

Um terceiro lado, o governo, fica com as mãos e pés atados, pois depende de receita de impostos, porém não pode cobrar muito para não inviabilizar o produto que o cliente não irá querer pagar. Taxar um produto ou serviço de custo zero ao cliente? Para piorar, precisa de aumentar a tributação para manter o suporte assistencial. A conta tem de fechar.

Se considerar o volume de pessoas em idade de trabalho, sem trabalho ou sequer a perspectiva dele, estamos presumindo, em escala global, na casa do bilhão de pessoas. Se a sociedade não começar a agir, estará condenando a próxima geração à precariedade social.

Wilson Roberto Lussari é doutor e coordenador dos cursos de Gestão Comercial e Comércio Exterior do Núcleo de Educação a Distância da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista)

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