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Educação Superior e Corporativa


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Conversando com um colega docente estávamos abordando a questão do ensino atualmente, com alunos dispersos na aprendizagem e com pouco interesse. Longe de ser um problema de escola particular ou pública, é algo presente na educação superior. Motivos não faltam: competição por redes sociais, interesses diversos, questões familiares, trabalho, tempo, etc. 

Entretanto, talvez uma das causas mais silenciosas seja outra: disciplina. Em um ambiente que prevalece uma liberdade de escolha bem ampla, desde o berço até o mercado de trabalho, o indivíduo chega na idade adulta com dificuldades em se posicionar perante os problemas da vida e o dilema das escolhas.

A disciplina é hoje uma absoluta necessidade para se viver em sociedade. Regras claras, concordância com princípios básicos universais, convívio social com urbanidade e coerência, faz dela o ingrediente fundamental de outra causa crítica: comprometimento.

Comprometer-se não é ser conivente, nem ser um Maria vai com as outras. É uma atitude essencial para se obter resultados. Obter resultado positivo ou sucesso no que quer que se faça, depende de comprometimento. Toda ação humana depende de prática, ensaio, tentativa e erro, entre as inúmeras formas de se obter sucesso. Mas todas dependem do comprometimento do indivíduo.

Assim, disciplina e comprometimento contribuem para a independência pessoal, bem como de atuar com maior interdependência em sociedade. Em ambas situações o resultado é certo com disciplina e comprometimento.

E aí entra o dilema da educação superior. O jovem chega com vícios e comportamentos distantes da disciplina e comprometimento essenciais para se aprender um conhecimento complexo, ainda que seja dosado em quatro anos de ensino. Dizer que disciplina e comprometimento vêm de berço não é exagero, pois perpassa por toda vida em sociedade. Em tudo é necessário disciplina e comprometimento.

Se não foi no ensino fundamental, nem no ensino médio, a última barreira seria o ensino superior. Mas como o noticiário acaba expondo, nem nele se obtém a formação desejada pelo mercado. E aí entra a educação corporativa.

As empresas estão sem condições de esperar o mundo mudar ou melhorar. Suas necessidades precisam ser atendidas no agora. O discurso de algum tempo atrás sobre a inutilidade do diploma apenas evidenciava o hiato entre demandas e oferta de mão de obra qualificada.

Independente das adversidades as empresas passaram a apostar em formações próprias, direcionadas a seus colaboradores. A diferença é que o ensino corporativo está estritamente voltado aos resultados da empresa, bem como tem por outro lado uma moeda de troca fundamental: o emprego e o salário do empregado. Ou seja, disciplina e comprometimento a fórceps.

Wilson Roberto Lussari é doutor e coordenador de curso de Gestão Comercial EAD e professor do Núcleo de Educação a Distância (Nead) da Unoeste

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