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Urbanismo social prudentino


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O Urbanismo Social é uma ferramenta política que deve ter como principal diretriz o desenvolvimento local de regiões de alta vulnerabilidade social, com parcerias entre poder público, instituições acadêmicas, iniciativas privadas, organizações sociais e comunidades, desenvolvendo de forma coletiva ações e intervenções regionais, apresentando sua cultura, contexto histórico e o seu modo de viver. Elencar as prioridades e minimizar os problemas: Priorizar investimentos em áreas de alta vulnerabilidade; articular territorialmente as ações públicas e da sociedade civil; incluir a comunidade em todas as fases do processo; implementar modelo de governança integrada e compartilhada na escala local; avaliar e monitorar impactos das políticas públicas. 

Presidente Prudente – SP, durante seu processo de estruturação espacial, entre a construção da ferrovia, em 1919, e o início do século XX foi voltado predominantemente para as altas classes sociais pois, na época, as camadas populares ainda não constituíam um mercado significativo para terrenos urbanos.  Duas primeiras vilas foram abertas, separadas pela ferrovia: a Vila Goulart, com caráter pessoal e sem planificação e a Vila Marcondes com caráter empresarial e com maior suporte financeiro relacionado também à publicidade de incentivo da compra de terras.

Atualmente, identifica-se um crescimento descontinuo da malha urbana prudentina, evidenciando que a produção do espaço da cidade se apoiou na especulação imobiliária, o que refletiu em escolhas de localizações distantes para implementação de programas habitacionais, e favorecendo as localidades centrais para implementação de habitações de alto padrão e comércio. Há os condomínios de alto padrão, também localizados em distancias consideráveis, entretanto são dotadas de infraestruturas que suprem as demandas do veículo particular em especial.

Então, com a expansão territorial urbana prudentina, verifica-se a saída da população residente do quadrilátero central, com reforço da periferia no setor sul da malha; ocorre forte expansão territorial para a região oeste, como prolongamento da Vila Goulart; a Vila Marcondes, apesar de muito próxima ao centro, permanece sem grande expansão, mas com forte segregação, sem empresas nessa região, o que gerou grandes áreas vazias. Configura-se, portanto, em uma cidade dividida, separada basicamente por três classes: a alta e média renda a sudeste e a baixa renda a região leste. 

Por décadas, projetos têm sido elaborados para a cidade, espaços são edificados e alterados, grande parte visando os interesses de uma classe populacional específica. O resultado disso tem sido sem precedentes quando se anda pelas ruas de Presidente Prudente/SP, onde o contraste da paisagem urbana é gritante: a cidade formal e a informal, separadas por muros, próximas uma da outra, mas com distâncias consideráveis do acesso à educação, infraestrutura básica, moradia digna e saneamento.

Urbanismo social deve se tornar tema fundamental da agenda contemporânea, não sendo abordado de maneira isolada, mas sim integrando políticas públicas que forneçam reais e concretas oportunidades e inclusão social para as pessoas. 

Yeda Ruiz Maria é arquiteta e urbanista, mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e professora da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

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