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Dona Ana: a referência eternizada

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São inúmeras as contribuições sociais e culturais que O Imparcial acumula em seus 85 anos de existência. Neste período de transcurso do Dia Internacional da Mulher e do avivamento sobre a consciência coletiva do valor feminino, cabe a lembrança de uma série de reportagens especiais que produzimos por sugestão editorial de um grupo de mulheres, do qual fazia parte Dona Maria Auxiliadora de Freitas Constantino. Era o Movimento + Mulher. A proposta resultou em várias publicações de histórias inspiradoras e uma delas foi adotada pela entrevistada como o seu perfil biográfico. Fonte de praticamente tudo que a gente vê publicado sobre Dona Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima.

Relatos baseados em fatos reais são impactantes. Sempre foram. Inclusive, nestes tempos do maior avanço tecnológico que o mundo já viveu e dos impactos causados pela Inteligência Artificial. Cada vez mais as  se conectam com histórias que apresentam personagens reais e exemplos entendidos com facilidade. Possivelmente, de tanto se empenhar para encantar os alunos, professores se tornam pessoas encantadoras e rendem belas histórias. As professoras, em especial, são figuras que colocam em relevo essa admiração. Isso deve ter a ver com o dom da maternidade, impresso na identidade da mulher. Dona Ana foi professora, antes do que qualquer coisa.

Foi professora dentro e fora da prática de seu ofício de mediadora do conhecimento, entendido enquanto competência de ação e não pelo acúmulo de informação. Mulher sábia, que sabia ouvir para, então, tomar decisões. Pelo menos essa é a leitura presente em nossa memória de repórter que, neste artigo, opta por apresentar tais reminiscências, no afã de refletir sobre o dia dedicado às mulheres, falando de alguém que construiu e deixou uma forte marca de valorização feminina. Construção por sua própria condição de ser. Sem alarde, sem levantar bandeira. Pela vida. Pelo exemplo. Pela história. Pelo legado, que no plano físico inclui uma das mais importantes universidades do país, que é a Unoeste.

Personagem que entra nesta narrativa em condição de causa e efeito: o Dia Internacional da Mulher, O Imparcial e o Movimento + Mulher, a matéria jornalística adotada por Dona Ana como o seu perfil; incluindo ainda o fato que se estivesse viva, Dona Ana completaria 94 anos no dia 13 deste mês de março. A menina de Gália, na região de Bauru, que morou em fazenda e ajudou os pais entregando leite. A jovem normalista em Guaratinguetá. A professora e diretora em escolas das zonas rural e urbana, em Gália, Indiana e Prudente.  A fundadora da universidade junto com o seu marido Agripino de Oliveira Lima Filho, também professor. A Reitora. A mãe e avó. A Dona Ana. A valorização da mulher. A referência eternizada.

Homéro Ferreira é jornalista, mestre e professor da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

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