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Botânica sob outra perspectiva


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Em um ambiente natural, diversos fatores precisam ser considerados para que as plantas possam se desenvolver de maneira saudável, sendo a luz um dos recursos mais importantes. A quantidade e a qualidade da luz afetam processos como a germinação, a fotossíntese e o crescimento das plantas. 

Assim, o uso eficiente da luz pode ser crucial para maximizar a conversão de energia luminosa em energia química (carboidratos, também conhecidos como açúcares), oferecendo uma vantagem evolutiva significativa para as plantas. 

Nesse contexto, estudos científicos têm demonstrado que mudanças estruturais em copas de árvores como forma de otimizar a fotossíntese são extremamente importantes para o seu desenvolvimento. Os atributos arquitetônicos das plantas, como o tamanho e a orientação das folhas, desempenham um papel crucial na interceptação da luz solar, afetando diretamente as trocas gasosas entre a planta e o ambiente. 

As trocas gasosas em plantas referem-se à absorção de CO2 (dióxido de carbono) durante o processo de fotossíntese, liberação de O2 (oxigênio) para a atmosfera e de H2O (vapor d'água) através da transpiração foliar, sendo este, um importante mecanismo para o resfriamento das plantas. Estes processos ocorrem através de estruturas microscópicas conhecidas como estômatos, presentes nas folhas. 

Poderíamos aqui explorar uma ampla gama de processos fisiológicos das plantas em resposta ao ambiente. Compreender o papel da luz no desenvolvimento das plantas é importante para aprimorar práticas agrícolas, assegurar uma produção alimentar sustentável e preservar os ecossistemas naturais. 

Embora a luz seja um fator estimulante para os processos fisiológicos das plantas, a exposição prolongada e alta intensidade podem ser prejudiciais. Quando as plantas absorvem mais luz do que conseguem utilizar, pode resultar numa condição de estresse ou até mesmo a morte do vegetal, dependendo da espécie, evidentemente. A adaptação de uma espécie depende de suas características para garantir a sua sobrevivência. 

Interessante, que embora sésseis (organismos imóveis), as plantas apresentam diversos mecanismos de tolerância (enfrentamento) ao fator de estresse, tais como folhas que possuem tecidos especializados no armazenamento de água (parênquimas aquíferos) ou síntese de pigmentos fotoprotetores (carotenoides). Isso chama a atenção e me faz refletir: considerando nossa lida diária, ante às adversidades e dissabores desta vida, de imediato ansiamos o alívio, conforto, segurança ou até mesmo a fuga. 

Não há problema em buscar refúgio em um lugar bonito, por exemplo. Mas é importante discernir entre fugir das dificuldades e confiar no propósito de Deus enquanto as enfrentamos. 

Finalizo aqui lembrando das palavras consoladoras de Jesus, quando disse aos seus discípulos que, seus próximos dias provarão sua fé. Jesus não queria que eles se desesperassem, e os convidou a confiar nele para conhecerem o descanso que ele oferece. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33) 

Um olhar atento ao nosso redor pode revelar lições das plantas ao enfrentar crises. Podemos experimentar paz mais profunda do que qualquer escape que o mundo tenta nos oferecer. 

Hilton Fabrício Vítolo é doutor em Ecofisiologia Vegetal pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e docente do curso de Ciências Biológicas da Unoeste.

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