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Alimentação e o câncer de mama


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O câncer de mama é uma condição complexa influenciada por uma interação de fatores de risco e de proteção. Fatores significativos para seu desenvolvimento incluem histórico familiar, estilo de vida, obesidade, consumo excessivo de álcool e falta de atividade física, dentre outros. 

Apesar de não existirem evidências de que um alimento sozinho previna o câncer, padrões alimentares saudáveis protegem contra diversas doenças crônicas, incluindo vários tipos de câncer, e promovem saúde, reduzindo peso, colesterol ruim, glicemia, pressão arterial e saúde intestinal. 

Um hábito alimentar contendo excesso de alimentos inflamatórios como açúcares refinados, bebidas alcoólicas, gorduras trans, carnes vermelhas e carnes processadas, além de uma proporção inadequada de ácidos graxos ômega 6/ômega 3 é considerado um potencial fator de risco para diversas doenças, dentre elas o câncer. 

Esse tipo de alimentação está associado à ativação de vias inflamatórias sistêmicas por meio de biomarcadores e citocinas inflamatórias, intensificando a inflamação sistêmica no corpo, diminuindo a eficácia do sistema imunológico, dificultando a resposta do organismo contra o câncer e aumentando o risco de complicações. Além disso, tais alimentos podem contribuir para o aumento do estresse oxidativo, causando danos às células saudáveis e interferindo na capacidade de recuperação durante o tratamento. 

Uma dieta baseada em alimentos pró-inflamatórios não apenas enfraquece o sistema imunológico, mas também pode impactar negativamente a qualidade de vida do paciente, tornando o enfrentamento do câncer ainda mais desafiador. A presença persistente de sintomas como náusea, cansaço, alterações no paladar e insônia pode exercer um impacto significativo na qualidade de vida, limitando a capacidade de desfrutar refeições e atividades sociais, afetando o bem-estar emocional e a nutrição adequada. 

Estudos científicos observaram que a inflamação crônica associada à obesidade em mulheres com câncer de mama exacerbou os sintomas inflamatórios, impactando negativamente tanto os aspectos físicos quanto emocionais da qualidade de vida dessas pacientes. Destacaram também que o potencial inflamatório da dieta é um fator de risco significativo para a carcinogênese mamária, especialmente em mulheres com obesidade, aumentando o risco de desenvolvimento do câncer de mama. 

Por outro lado, existem fatores de proteção que podem ajudar a reduzir a incidência do câncer de mama, como a prática regular de atividade física e uma dieta saudável e equilibrada, rica em alimentos anti-inflamatórios como grãos integrais, peixes, frutas secas, frutas, vegetais, vitamina C, vitamina E, carotenoides e fibras. Esse tipo de alimentação pode desempenhar um papel significativo no suporte ao tratamento quimioterápico, ajudando a reduzir a inflamação no organismo e aliviando sintomas comuns, como cansaço, náuseas e alterações no paladar.

Assim, uma abordagem nutricional que priorize uma alimentação anti-inflamatória, desempenha um papel importante na saúde de mulheres, não somente durante o tratamento do câncer de mama, minimizando os efeitos colaterais e melhorando consequentemente a qualidade de vida; mas também como um possível fator de proteção para evitar o desenvolvimento e a reincidência da doença.

Profa. Dra. Sandra Cristina Genaro é nutricionista oncológica pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), docente do curso de Nutrição da Unoeste e nutricionista no Instituto do Câncer Oeste Paulista (INCOP).

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