Fisioterapia Humanizada
Segundo o dicionário Aurélio, o termo humanizar significa “atribuir caráter humano, adquirir novos hábitos mais apropriados sobre o prisma da ética e da moral”. Os profissionais da saúde viram a necessidade de humanizar os seus atendimentos, de forma que se tornem mais respeitoso, humano, confiante, sem perder o profissionalismo e ética.
No início de 2000 o Ministério da Saúde começou a discutir a humanização em saúde por meio de programa de assistência hospitalar que defendia a necessidade de agregar ao atendimento técnico com o acolhimento e suporte aos pacientes. Posteriormente, em 2003, foi aprovada a Política Nacional de Humanização (PNH) que visa a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários na saúde, trazendo mudanças no modo de gerir e de cuidar.
Os princípios da PNH contemplam a relação transversal entre os três protagonistas da saúde (gestores, trabalhadores e usuários) com a troca de experiências, que ampliam saberes de forma a proporcionar saúde. A equipe de saúde não é a única responsável pelo cuidado e assistência. Os usuários e sua rede de apoio, normalmente familiares e/ou amigos, também se tornam corresponsáveis pelo cuidado de si nos tratamentos. É a responsabilidade pela saúde após serem orientados pelos profissionais que os atendem.
Atualmente a PNH tem ganhado uma visibilidade maior, pois tem sido utilizada por profissionais tanto da rede pública quanto da rede privada. A fisioterapia tem atuado cada vez mais com visão humanizada em seus atendimentos. O fisioterapeuta trabalha com uma perspectiva mais integrada do paciente, respeitando suas necessidades de forma única, conciliando a humanização na prevenção e na reabilitação da capacidade física e funcional de cada pessoa atendida.
Os atendimentos humanizados contemplam também a necessidade de discussão de casos em equipe, onde cada profissional de saúde com seu olhar, discute e elabora a melhor conduta para cada pessoa, sendo mais resolutivo. Outro item que vem ganhando cada vez mais adeptos é a utilização de terapias complementares e integrativas associados as técnicas convencionais de fisioterapia, pois além de potencializar os resultados dos tratamentos escolhidos (tanto na prevenção, quanto na reabilitação), irão favorecer este ambiente aconchegante, respeitoso, que contempla não só a melhora física, mas sim o paciente como um todo, em seus aspectos físicos, emocionais, sociais e bioenergéticos.
Este diferencial do fisioterapeuta humanizado deve iniciar na avaliação, com uma escuta qualificada, reconhecendo a necessidade individual de cada pessoa, o acolhimento, de forma que estabeleça vínculos de respeito e confiança, orientações de condutas personalizadas, espaços saudáveis e confortáveis, que respeitem a privacidade e proporcione um ambiente aconchegante e acolhedor. Tudo isso faz diferença em um atendimento, pois após ter escutado o paciente e discutido toda a proposta terapêutica, o paciente se torna protagonista de sua própria saúde.
Ana Karênina Dias de Almeida Sabela é fisioterapeuta, doutora em Fisiopatologia Animal e docente do cursos de Fisioterapia e de Estética e Cosmética da Unoeste.