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Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)


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A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é o mais sustentável dos sistemas de produção. Gera inúmeros benefícios, os quais transformam propriedades rurais em fábricas de alimentos. Os componentes da ILPF são pastagens, animais, culturas agrícolas e florestais. A escolha da espécie para cada componente é função do propósito e maturidade do sistema. No oeste paulista é comum o uso das braquiárias, rebanhos nelore e angus, e culturas como a soja, milho, sorgo e eucalipto.

É importante destacar que há uma sinergia entre os componentes da ILPF, ou seja, a presença de um componente/espécie favorece os demais. Exemplo desta sinergia são as árvores que produzem sombra aos animais, ao mesmo tempo que produzem madeira e sequestram carbono. O clima tropical no Brasil, com sol brilhando o ano inteiro, permite uma agropecuária que não mais fica limitada pelas estações do ano. Neste cenário, é que a ILPF se fortalece e se expande. Estima-se que já se cultiva 20 milhões de hectares nesta modalidade. 

Quanto aos benefícios sinérgicos da ILPF para agricultura, cita-se a segurança que o sistema proporciona para produção de grãos. A palhada e as raízes deixadas pela pastagem atuam na estruturação, proteção e armazenamento de água no solo, criando, desta forma, condições favoráveis para produção de grãos. A agricultura, por sua vez, também deixará seus benefícios. A correção do solo e os fertilizantes usados para produzir grãos potencializarão o desenvolvimento das pastagens. A produção de carne na ILPF, ultrapassa em 10 vezes o que se produz nas áreas com pastagens degradadas. 

As pastagens formadas junto ou após lavouras de grãos se desenvolvem de forma vigorosa e produzem forragem de qualidade mesmo nas estações secas. Pastos após lavoura, trazem para as estações “cinzentas” do ano, o verde da primavera e do verão. Por essa razão, a ILPF passa a ser conhecida como sistema que produz nas quatro estações do ano.

Atualmente as temáticas sustentabilidade, produção responsável, sequestro de carbono e conforto animal ganham força. Nas fazendas com ILPF, todas estas questões e muitas outras são atendidas. A ILPF é, portanto, o mais sustentável dos sistemas de produção. No aspecto ambiental, protege o solo com pastagens bem conduzidas e sequestra carbono. No aspecto social, em virtude de múltiplas atividades gera mais empregos. No aspecto econômico gera mais renda, uma vez que, uma mesma fazenda terá mais produtos para comercializar (grãos, carne, leite, madeira...).

A região oeste paulista precisa da ILPF. Já é fato consolidado que aqui a pecuária ou a agricultura quando conduzidas de forma individualizadas apresentam baixa sustentabilidade, e não permitem explorar por completo o potencial do solo. A vocação do Pontal é integrar agricultura e pecuária. Quanto mais cedo fazermos este processo, mais rápido virão os benefícios sociais, econômicos e ambientais. A ILPF é a solução para o desenvolvimento e ocupação das áreas, hoje com pastagens degradadas. Nossa região apresenta 10% do território do estado, porém ainda não gera 10% da riqueza. É preciso deixar no passado o “rótulo” de sermos umas das regiões mais pobres de São Paulo e mostrar ao estado, ao país e ao mundo que podemos produzir com viabilidade e sustentabilidade.

Edemar Moro é engenheiro agrônomo, professor no curso de Agronomia, coordenador do curso de especialização em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, e pesquisador na Pós-graduação da Unoeste.

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