Escolha profissional
A cada dia que passa percebemos os jovens e adolescentes com dúvidas a respeito da profissão que exercerá no futuro. Isso se deve ao fato de que temos vivenciado um momento em que muitas profissões estão surgindo ou se modificando rapidamente. Há alguns anos nossas possibilidades de escolha eram muito reduzidas e, por isso, tínhamos menos medo de errar. Hoje temos muitas possibilidades e o medo de errar aumenta.
A busca pela “profissão certa” acaba nos deixando com muitas dúvidas. Nesse caso, o primeiro ponto a ser problematizado e desmistificado é a ideia de “profissão perfeita para mim”, pois não existe profissão perfeita. Somos seres com interesses, capacidades e habilidades muito variadas. Muitas vezes, nos imaginamos fazendo muitas coisas.
Nossa carreira é um longo processo, um longo caminho que se inicia muito antes, até mesmo, de nossa escolha profissional se concretizar. Alguns autores do campo da psicologia afirmam que nossa vida profissional passa por algumas etapas, desde a infância até a terceira idade. Vejamos quais são essas tais etapas.
A primeira é chamada de Estágio de Crescimento, a segunda de Exploração, a terceira de Estabelecimento, a quarta de Manutenção e a quinta de Desengajamento. Vamos focar no momento da exploração, para que o leitor possa entender melhor como escolher ou ajudar alguém a escolher uma profissão.
O segundo estágio, de Exploração, coincide com a adolescência. Nesse período o adolescente, já aluno de ensino médio, se preocupa com o futuro profissional e deve realizar a atividade de exploração por meio da busca por informações e conhecimentos acerca das diversas profissões. Uma coisa que faz muita diferença nesta fase é a pesquisa em sites de universidades sobre grade curricular, salário e situação do mercado de trabalho. Conversar com profissionais ou estudantes universitários também é uma ótima tarefa a ser cumprida.
A participação em Feiras de Profissões, oferecidas por universidades ou escolas, é um grande diferencial, pois nestes ambientes, os adolescentes têm maior possibilidade de vivenciar situações muito próximas à realidade acadêmica e profissional. Também fica mais fácil tirar dúvidas e conversar com pessoas de diversos ramos.
Além de conhecer aspectos gerais da profissão é preciso que o jovem se conheça muito bem. É fundamental que ele consiga se imaginar atuando por um bom tempo numa mesma profissão. Portanto, o estágio de exploração, também é demarcado por uma exploração sobre nós mesmos, ou seja, pela busca de autoconhecimento.
Entendendo o que você gosta de fazer, quais são seus interesses, suas capacidades, seus sonhos e juntando isso às informações sobre as profissões buscadas em feiras, sites e conversas, a chance de obter coerência na escolha de uma profissão aumenta significativamente.
Por fim, é preciso reunir o máximo de informações sobre a profissão e comparar com seus interesses para que a escolha seja mais consciente e acertada.
Vinicius Oliveira é mestre em Educação e professor do curso de Psicologia da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).