Suicídio: é preciso falar abertamente sobre o assunto


  • há 7 anos
  • Assessoria de Imprensa da Unoeste

No Brasil, 32 pessoas tiram a própria vida todos os dias e os especialistas alertam a necessidade da quebra de tabus em torno da questão; Unoeste desenvolve ações de informação e incentivo ao diálogo

Foto: Gabriela Oliveira Suicídio: é preciso falar abertamente sobre o assunto
Setembro Amarelo: mês é destinado para campanhas de prevenção ao suicídio

De mal silencioso restrito a quatro paredes até seriado de TV, o suicídio é uma questão de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, com uma prevalência superior nos homens (3ª maior causa), do que em mulheres (8ª maior causa). A Unoeste acredita que é preciso falar sobre o assunto que, muitas vezes, é estigmatizado como proibido. Aproveitando o Setembro Amarelo – mês de prevenção ao suicídio – a universidade lança uma campanha com a intenção de expor esse problema de uma forma clara, proporcionando debates e oferecendo orientações para toda a comunidade acadêmica.
 
Samuel Augusto Ferreira Aurelio é docente do curso de Medicina da Unoeste e psiquiatra coordenador do internato em saúde mental. Ele expõe que, o risco de suicídio é uma urgência médica por causa das consequências que pode acarretar ao indivíduo como lesões graves e incapacitantes, até a morte. “Todos os manuais médicos nos ensinam que quando o paciente apresenta uma demanda de sofrimento que é o suicídio, a nossa função é investigar para poder ajudar. Outro ponto importante a ser enfatizado é que, todo o preconceito em torno dessa questão pode ser quebrado com o conhecimento”.
 
Ana Paula Domeneghetti Parizoto Fabrin, docente da instituição que atua no Serviço Universitário de Apoio Psicopedagógico (Suapp), acrescenta que a morte é um dos fatores que fazem com que o suicídio seja tratado como um tabu. “As pessoas negam a existência da morte e tentam fazer de tudo para evitar esse tema. Isso nem sempre é bom, pois ela faz parte da existência humana. Principalmente no ocidente, o sofrimento é evitado a todo custo. O suicídio está relacionado a isso, a uma cultura sócio-histórica de pecado, de atos errados mediante crenças e valores sociais”, explica.
 
A psicóloga clínica pontua que é um grande erro manter em sigilo um assunto tão importante, como o suicídio. Conforme o Centro de Valorização da Vida (CVV), 32 brasileiros tiram a própria vida diariamente. Em âmbito mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, todos os anos, 800 mil pessoas morrem vítimas de suicídio. “A universidade tem responsabilidade perante a sociedade e a sua comunidade acadêmica. Acreditamos ser fundamental tratar de questões consideradas tabus. Assim, quanto mais falarmos sobre esse tema, melhor ele será compreendido”.
 
Ela destaca ainda que, ao contrário do que muitos acham, o suicídio nunca é a solução para os problemas. “As ações desenvolvidas pela Unoeste têm a missão de mostrar que existem caminhos alternativos para que as pessoas consigam resolver o que trazem mais sofrimento para elas. A morte não deve ser uma opção ou saída, mas, se esse pensamento persistir é preciso ter calma, respirar e procurar ajuda. Conversar já é uma grande saída. As pessoas não querem se matar, elas querem dar fim aos seus problemas”.
 
Prevenção – A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 90% dos casos de suicídio poderiam ser prevenidos. Na Unoeste, o Setembro Amarelo começa com tudo! A instituição prepara ações internas para lembrar toda a comunidade sobre a importância desse mês nos seus campi – Presidente Prudente e Jaú. Também está no ar, o site Suicídio Não, que propõe um diálogo mais estreito sobre a questão. Nesse espaço é possível contar histórias de superação, além de obter orientações para quem estiver passando por momentos difíceis.
 
Para quem precisar de apoio, a página on-line disponibiliza vários serviços como o chat do Centro de Valorização da Vida (CVV), que também pode ser contatado gratuitamente pelo Disque CVV - 188; além dos telefones de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Presidente Prudente e informações sobre o Serviço Universitário de Apoio Psicopedagógico (Suapp) aos acadêmicos da Unoeste.
 
Os universitários também estão se mobilizando para o desenvolvimento de atividades de conscientização para prevenção ao suicídio como o curso de Medicina, que realizará palestras voltadas aos estudantes e a comunidade em geral no Hospital Regional (HR). Serão promovidas também palestras para a população que é atendida nas unidades de saúde de Presidente Prudente.
 
Já os acadêmicos de Enfermagem farão palestras no HR e em Estratégia de Saúde da Família de Presidente Prudente, abordando o tema com a população por meio de rodas de conversa. O curso de Psicologia também está empenhado em desenvolver uma ação de conscientização do suicídio com os acadêmicos da universidade.

Além disso, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) da Unoeste, em parceria com o Departamento de Recursos Humanos (RH), promoverá reflexões sobre suicídio por meio de debates e materiais on-line e impresso.

Foto: Gabriela Oliveira