Quinta-Feira, 29 de Agosto de 2019

Desequilíbrio da microbiota aumenta o risco de doenças

Alimentos ricos em fibras, vegetais e frutas ajudam na manutenção dos microrganismos que são importantes para o sistema imunológico; assunto foi apresentado na Jornada de Nutrição

  • Foto: Gabriela Oliveira Desequilíbrio da microbiota aumenta o risco de doenças “Incrementar o cardápio com ervas e especiarias também contribui com a microbiota intestinal”, diz a Dra. Natália Cristina Ferreira Ramos Marques

“Existem cada vez mais dados científicos mostrando que o ser humano tem uma relação direta com a microbiota. Além do intestino, esses microrganismos estão em outras portas de entrada como a pele e o sistema respiratório. Eles servem para estimular a capacidade de defesa do organismo. Nesse sentido, qualquer desequilíbrio da microbiota pode trazer o aumento de doenças crônico-degenerativas que reduzem o sistema imunológico e aumentam o número de infecções”. Esse alerta é da nutricionista, a Dra. Natália Cristina Ferreira Ramos Marques e foi apresentado no encerramento da 28ª Jornada Científica de Nutrição da Unoeste, nesta quarta-feira (28).
 
Ela explica que os nutrientes ajudam a manter o equilíbrio da microbiota. “Devemos consumir alimentos sempre ricos em fibras, vegetais verdes escuros e frutas”. Acrescenta que os compostos fenólicos, que são encontrados nas diversas cores de frutas também são importantes aliados. “Podemos ainda incrementar o cardápio com ervas e especiarias que contribuem com a microbiota intestinal”.
 
Natália aproveitou o encontro com os futuros nutricionistas para enfatizar que o corpo humano está inter-relacionado com o ambiente em que ele se encontra. “Qualquer mudança vai repercutir na saúde da microbiota. Precisamos refletir como anda a nossa alimentação e dizer não para coisas extremamente processadas e esterilizadas”. Ela pontua que o hábito de querer tudo muito higienizado não imuniza o corpo do jeito correto e, consequentemente, propicia doenças. “A alteração da microbiota reflete em várias doenças. Na última década, estudos apontam que o Alzheimer cresceu 30% e o autismo 25% e esse aumento tem uma relação direta com o hábito alimentar do ultraprocessado, que é pobre em fibras”, conclui.
 
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Quem também compartilhou conhecimento com os acadêmicos da graduação nesta quarta (28), foi o nutricionista esportivo Ney Felipe Fernandes. No período da manhã, conduziu minicurso sobre os alimentos funcionais e compostos bioativos na nutrição esportiva; à noite, palestrou o tema “Nutrição, muito além das calorias”.
 
Para ele, é preciso analisar a relação que a pessoa tem com o alimento, sendo que, muitas vezes, ela sofre um tipo de terrorismo nutricional, tendo medo de comer até um pão. “Estou querendo dizer que a gente não pode empobrecer a nossa profissão com a visão de macro e micro nutrientes e calorias, pois o nutricionista também possui uma função comportamental. Nesse sentido, a nutrição funcional é importante, pois é preciso olhar os compostos bioativos que o alimento tem. Por exemplo, eu como uva porque tem resveratrol, que é bom para o coração, nesse caso, estamos falando de uma substância que é saudável independentemente das suas calorias”. Para ilustrar tal afirmação, apresentou aos acadêmicos estudos com duas alimentações distintas que possuem o mesmo consumo calórico: as dietas de fast-food e mediterrânea.
 
Autor do livro “Nutrição Esportiva: Mitos e Verdades”, Fernandes cita alguns mitos atuais. “O primeiro é de que o carboidrato engorda! As pessoas colocam todos na mesma cesta. É claro que ele engorda, mas qualquer contexto dietético errado engorda. A antítese disso é que a dieta low carb funciona; a resposta é não, pois uma dieta de alta gordura saturada pode ser pró-inflamatória. O segundo seria que nutricionista esportivo tem que prescrever muito suplemento. O corpo leva tempo para se adaptar ao exercício físico e eu acredito que em um primeiro momento ninguém precisa de suplementação”.
 
28ª Jornada Científica de Nutrição
A coordenadora da graduação da Unoeste, Marilda Moreira da Silva, explica que essa edição do evento foi um sucesso. “Foram quatro minicursos e oito palestras em três dias. Tivemos uma participação expressiva dos alunos, que estiveram engajados em todas as atividades, tirando as suas dúvidas, promovendo um espaço de debate diferenciado entre os palestrantes e os futuros profissionais”.
 
A professora, que também integrou a comissão organizadora da jornada, revela que este ano a programação contemplou três áreas de atuação ligadas à gestão de unidades de alimentação, nutrições clínica e esportiva. “Tivemos também uma mesa-redonda com os nossos egressos. Fiquei cheia de orgulho em ver que os nossos ex-alunos estão brilhando no mercado de trabalho e podem ser uma vitrine para os nossos alunos”. Salienta que todos os dias, na abertura das atividades no Teatro César Cava, foram feitas diversas apresentações artísticas pelos próprios acadêmicos do curso.
 
Diogo Silva, Milena Arissa e Amanda Lousana cursam o 4º termo de Nutrição. Os estudantes contam que esta é a segunda jornada que participam. “Um tema que nos desperta interesse é de nutrição esportiva. Fiquei ansiosa para participar das atividades conduzidas pelo Fernandes”, conta Milena. Outro ponto positivo apontado por eles foi o momento desenvolvido com os egressos. “É muito importante visualizar essas possiblidades de atuação”, conclui Amanda.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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