Projetos de dança promovem a inclusão e a socialização
Ações gratuitas “Dançando no Escuro” e “Ritmos na Universidade” são desenvolvidas pelos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física da Unoeste
“A dança é uma das manifestações artísticas mais democráticas que existem. Permite a expressão física e emocional, além de promover a comunicação e as relações interpessoais. E tem mais! Essa arte pode contribuir para que deficientes visuais se expressem e demonstrem para a comunidade suas potencialidades”. A afirmação é da professora dos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física da Unoeste, Camila Rodrigues Costa e justifica a idealização dos projetos gratuitos Dançando no Escuro e Ritmos na Universidade.
A primeira iniciativa é desenvolvida na Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos de Presidente Prudente. A professora explica que as aulas ocorrem toda terça-feira, das 10 às 11h. “Os atendidos aprendem dança circular e outros estilos como baião, xote, bolero e ritmos variados dos anos 80 e 90. A partir da necessidade de dançar a dois ou mesmo com o apoio físico do outro, os deficientes visuais estabelecem uma relação de confiança uns com os outros. Neste contexto, além de fomentar as relações interpessoais, trabalhamos outros aspectos como a empatia e o respeito”, explica Camila.
Alcides Sartuno, 73, e Elizabeth Gomes Mariano, 39, têm baixa visão e participam do projeto. “É muito bom dançar, ficamos mais animados e ainda exercitamos as pernas”, conta Sartuno. “A dança me faz bem. Me sinto mais leve e, espero em breve, também aprender a dançar valsa”, completa Elizabeth, que revela ser apaixonada pela música.
Eliete Margutti é a coordenadora da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos de Presidente Prudente que, em 2019, comemora 80 anos de fundação. A entidade atende gratuitamente 83 deficientes visuais do município e, também da região, entre adultos e crianças. Para ela, o projeto desenvolvido pela Unoeste é muito positivo. “A dança traz vários benefícios físicos e emocionais, sendo que essa iniciativa proporciona alegria e autoestima para todos os participantes”.
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Ritmos na universidade
Já o projeto Ritmos na Universidade ocorre no Centro Esportivo do campus II, toda segunda-feira, das 11h10 às 12h. Camila destaca que ele é aberto para as comunidades acadêmica e também externa. “As aulas envolvem diferentes ritmos como axé, salsa, merengue, reggaeton e pop. No caso de coreografias complexas, com muitas mudanças de direção, deslocamentos e giros, ensinamos o passo a passo, mas quando se trata de uma coreografia simples, partimos direto para a dança”, explica a professora.
Para ela, essa iniciativa contribui com a sociabilização dos participantes que conseguem se expressar e estabelecer vínculos que vão além da sala de aula. “É possível perceber as relações já existentes entre eles e o surgimento de novas amizades, além de favorecer o sentimento de pertencimento ao grupo”, pontua.
Carina Vivian Pires cursa o 5º termo de Veterinária e há dois anos e meio participa do projeto. “Além de praticar exercício físico, essa atividade contribui com o meu emocional, pois aqui tenho a oportunidade de aliviar o estresse do dia a dia. Também nos divertimos muito e temos a chance de conhecer outras pessoas”.
Olhar acadêmico
Luciano de Souza Fernandes cursa o 5º termo do bacharelado em Educação Física e está envolvido com o projeto Dançando no Escuro. “Esse contato com os deficientes visuais está sendo muito enriquecedor para a minha futura atuação, pois após concluir a graduação espero desenvolver um projeto que contemple esse público”.
O acadêmico Kaio Felipe Rodrigues de Lima é egresso pelo bacharelado e, agora cursa o 6º termo da licenciatura em Educação Física. Inclusive, ele é o idealizador do projeto Ritmos na Universidade. Formado em balé clássico e jazz, conta que buscou o apoio da professora Camila para a concretização da iniciativa. “É muito gratificante chegar e ver a sala lotada com estudantes de outros cursos e membros da comunidade externa. Ao mesmo tempo em que nos divertimos, o aprendizado é constante, pois um instrutor de dança aprende a cada minuto não só dando aulas, mas também com os participantes da atividade”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste