Quarta-Feira, 19 de Setembro de 2018

Mercado da comunicação exige coragem para arriscar

Assunto esteve na pauta das discussões de profissionais da área, egressos e alunos durante jornada acadêmica

  • Foto: Jhey Rodrigues Mercado da comunicação exige coragem para arriscar André Rosa: “O jornalismo tem como objetivo contar boas histórias, o que muda é a maneira que escolhemos para fazê-las”

Coragem para arriscar. Esta foi a questão levada por André Rosa, Fernanda Batistella e Laura Dower dentro das áreas de Jornalismo, Publicidade/ Propaganda e Fotografia, durante bate-papo de 11 a 13 de setembro no Salão do Limoeiro do campus II da Unoeste.

Com temas de repercussão dentro das profissões, a 9ª Jornada de Comunicação da Facopp/Unoeste proporcionou aos estudantes o contato com comunicólogos já formados que atuam no mercado de trabalho e que puderam tirar dúvidas e trocar experiências.

Os assuntos abordados foram o “Jornalismo de dados”, com André Rosa, “Marketing e atendimento ao consumidor” apresentado por Fernanda Batistella e no último dia os discentes conheceram mais sobre “A fotografia editorial”.
 
Os palestrantes, apesar de trabalharem com conteúdos que não se conectam de forma direta, defendem que é preciso procurar pelos profissionais que os estudantes admiram e mostrar que pertencem ao campo que escolheram atuar. “Feito é melhor que perfeito”, diz André Rosa, pois acredita que as produções devem ser exploradas o máximo possível e apresentadas à sociedade.

Fórmula
“O jornalismo tem como objetivo contar boas histórias, o que muda é a maneira que escolhemos para fazê-las, os números são apenas outro caminho”. André Rosa é jornalista há 20 anos e desde a graduação trabalha com os dados.

“A gente está acostumado usar fontes rotineiras, como entrevista e pesquisa documental, mas eu consigo criar um mosaico infinito de uma pauta, de uma história, ter um milhão de possibilidades por meio do cruzamento de dados. É uma das coisas mais incríveis desde que a gente entenda o que a gente quer com isso”, afirma o jornalista.

André durante a palestra deixou três dicas para conseguir as informações numéricas, as bases de dados externas é uma delas. “O Google lançou recentemente uma busca específica para dados. Com isso, as portas começam se abrir para deixar o trabalho mais simples”.
 
Outra maneira de encontrar é por meio dos portais da transparência dos órgãos públicos, porém, de acordo com o jornalista, é preciso pentelhar no sentido positivo da palavra, não se conformar, perguntar mais uma vez, ir para outros lugares, pedir mais dados se necessário, para assim desenvolver o trabalho, o que exige uma dedicação árdua.

Por fim, “a terceira saída é fazer a sua própria coleção. Tenha seu próprio sistema de organização e dados. Se você tem alguma paixão e gosta desse universo, por que não colecionar tabelas com essas informações?”, questiona André.

Carolina Mancuzo, coordenadora do curso de Jornalismo acredita que no futuro o profissional que entenda sobre dados vai poder conquistar com facilidade espaço no mercado de trabalho. “Não dá para imaginar ser jornalista e falar que não gosta de números. É imprescindível que associe isso, será um diferencial quem souber lidar com diversos dados, o mercado busca esse profissional”.

Apesar de cursar o 3º termo de Publicidade e Propaganda, Gabrielle Munhoz acredita que o jornalismo de dados ajuda nas criações publicitárias. “Contribui bastante para termos o feedback das campanhas que agradaram o público e as que não agradam, quando colhemos essas informações, temos a possibilidade de desenvolver uma de sucesso”.
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Por vários lugares
Dentro da Publicidade, trabalhar com empresas como Gol, Avon, Google, Budweiser, azeite Andorinha, Heinz e Bradesco e mais quatro agências Luz Própria, Mutato, AMPFY e África, pode ser o sonho de muitos alunos da Facopp. A egressa, Fernanda Batistella, tem toda essa bagagem de atuação e atualmente está na New Content, alocada na empresa de cosméticos Natura.

Segundo Fernanda, os profissionais que saem do interior com destino à capital muitas vezes têm a vantagem de terem uma grande capacidade de adaptação, pois já deixaram muita coisa para trás, como foi o seu caso e conta que ouviu essa dica de sua primeira chefe em São Paulo.

Para Guilherme Jozima, discente do 3º termo de Publicidade, a palestra serviu de motivação para o seu futuro. “Achei interessante que ela falou da experiência dela, principalmente em cidades grandes, porque muita gente daqui pretende ir trabalhar lá, isso conta como inspiração”.
Durante as discussões, a publicitária falou sobre marketing, atendimento ao consumidor e sobre estratégicas para agradar o público. “Ter sensibilidade é muito importante. Hoje vemos muitas causas sociais, as marcas saberem se posicionar é a fundamental para mostrar o quão humana ela é. Tem que ter equilíbrio para conseguir conversar com todos os públicos, desde o mais desconstruído até o mais tradicional. Ter um diálogo mais humano, faz diferença nos resultados”, comenta Fernanda.

Um bom atendimento é parte importante de uma estratégia de marketing, uma vez que fideliza o cliente, de acordo com o professor de Publicidade e Propaganda, Dhiego Saraiva.  “Não só no momento da venda como também no pós-venda é preciso ter um elo, o que é gerado com as técnicas, para que exista um ciclo do cliente com a empresa. Ou seja, ele vai comprar o produto, utiliza o mesmo e retorna para fazer a recompra.”

Mudança no percurso
“Eu trabalhei em agência durante a faculdade, mas assim que eu terminei a graduação eu fui chamada para fotografar os produtos para a moda country. “A partir disso meu olhar se aprimorou, pois foi nesse momento que eu comecei a fotografar todos dias, virou rotina e minha carreira deu um start para a foto”. A palestrante Laura Dower também se formou em Publicidade e Propaganda na Facopp, entretanto, atualmente se dedica a fotografia editorial.

A fotógrafa mostrou diversos trabalhos desde o início da carreira, quando registrava amigos e familiares, até as produções atuais, como fotos conceito, lookbook, para lojas de roupa de festa, de joias e acessórios, além das suas participações nos desfiles do São Paulo Fashion Week.
 
Manter-se em um mercado tão competitivo como o de moda não é fácil, para permanecer é necessário ter o feeling do mercado. “Quando se pensa em fotografia de moda, é necessário pensar de maneira comercial, o foco sempre tende a ser a venda do produto”, pontua Laura.

Para o professor de fotografia de moda, Thomas Aguilera, o profissional precisa saber lidar com os tipos de ambiente das fotos. “Eu acho mais difícil o fotógrafo de moda fotografar em estúdio. A externa é bacana, claro que tem as dificuldades, mas é mais interessante para um fotógrafo no sentido da criatividade, pois a locação pode ter mais a ver com o conceito que o cliente está pedindo, mas no estúdio onde você tem que fazer isso”.

Claudio de Oliveira é publicitário e proprietário de um brechó online, que tem como forma de divulgação o uso de fotos conceitos. “As fotos desse estilo são para mostrar qual é a personalidade da marca, o que fez a empresa crescer tanto durante esse tempo todo foi a qualidade das fotos e é exatamente o que a Laura falou, temos que pegar e adequar conforme a demanda, então por mais que a foto seja legal, às vezes não valoriza a peça, então temos que criar outras estratégias para fazer a venda”.

Paixões
Além da dedicação dos profissionais com a área de trabalho, outra forma de demonstrar o apreço pelo o que se faz foi visto no evento com a abertura feita pela banda Média7, formada pelos egressos e docentes da Facopp, que tiveram a noite dedicada somente ao show.

Além de buscarem uma boa música, muitas pessoas chegaram com as mãos ocupadas por sacolas de brinquedos e livros para serem doados à brinquedoteca do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente.


Por Bianca Móra, Heloisa Lupatini, Larissa Biassoti e Victor Gomes, da Assessoria de Imprensa da Facopp

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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