Pesquisa relaciona asma e obesidade em crianças
Estudo foi desenvolvido por egressa da Unoeste e médica residente do Hospital Regional (HR)
Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), 15% das crianças brasileiras podem estar acima do peso. Mas será que a obesidade possui relação com doenças como a asma? Uma pesquisa desenvolvida no Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente traz dados relevantes sobre o assunto.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 235 milhões de pessoas sofrem de asma, que é a doença crônica mais comum em crianças. Já a Federação Médica Brasileira (FMB), estima que 20% do público infantil no país tem asma. Uma pesquisa desenvolvida pela egressa do curso de Medicina da Unoeste, Melina Marques Gomes, detectou que as crianças e adolescentes asmáticos possuem uma tendência maior à obesidade.
O orientador do estudo, Osvaldo Saraiva Marques Junior, é docente do curso e responsável pelo Ambulatório de Pneumopediatria do HR e explica que a asma é uma doença alérgica, caracterizada pela inflamação das vias aéreas pulmonares. “Na maior parte dos casos está ligada a fatores hereditários e os principais sintomas são a dificuldade para respirar, chiado e aperto no peito, além da respiração curta e rápida. Na presença de qualquer sintoma associado ao histórico familiar é preciso buscar orientação médica”.
De janeiro a setembro deste ano, a Pneumopediatria do HR atendeu 60 pacientes, de 0 a 18 anos, sendo que 57% dos casos são de asma. Residente em pediatria no hospital, Melina explica que a pesquisa caracterizou o perfil dos portadores de asma, para a determinação do percentual de obesos. “Participaram 60 pacientes entre 6 e 17 anos, dos quais 36 eram homens e 24 mulheres. Foi possível identificar que a asma é mais prevalente no sexo masculino, em torno de 60%, sendo que a incidência de obesidade é de 21,67%, taxa considerada alta se comparada aos resultados encontrados na literatura”.
Para a médica, os índices expressivos de obesidade sugerem e reforçam a existência de uma relação importante entre essa condição e a asma. Acrescenta que a obtenção desses dados é relevante para a determinação do impacto da enfermidade na saúde da criança como um todo. “Vale lembrar que pacientes asmáticos obesos têm mais sintomas, exacerbações mais frequentes e graves, além de uma resposta reduzida aos medicamentos e, consequentemente, a diminuição da qualidade de vida”, conclui.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste